Pesquisar este blog

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Indígenas de Maraã vão começar a comercializar o Puxuri com apoio do Governo do Amazonas


A exemplo do que já ocorre com a castanha (em Alvarães e Uarini) e a banana (em Autazes), o puxuri é outro produto que começará a ser comercializado pelos indígenas com apoio do Governo do Amazonas. Aproximadamente 12 toneladas dessa semente aromática e de propriedades medicinais estarão disponíveis para comercialização ainda no primeiro semestre deste ano, no município de Maraã (a 681 quilômetros de Manaus), mais precisamente na Terra Indígena Maraã/Urubaxi.

O projeto de atuação na área entrou na pauta de discussão e deverá ser elaborado pela Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), a pedido da Associação das Mulheres Indígenas do Médio Solimões e Afluentes (Amimsa).

A proposta é buscar meios que facilitem a procura para um produto da floresta que é abundante naquela região do rio Japurá, cuja área corresponde a 94 mil hectares.

Quase 300 indígenas do povo Kanamari vão ser beneficiados diretamente com a ação, de acordo com a Seind. “Hoje a oferta do puxuri é grande, mas não há comprador, por isso eles nos procuraram para pedir o apoio”, informou Zuza Cavalcante, da Coordenação de Programas e Projetos da Seind.

Os preços vão ser tratados diretamente com os próprios indígenas, que também têm potencial para a produção de castanha e óleo de andiroba em Maraã.

A Amimsa foi criada há 15 anos e regularizada juridicamente a partir de 2009. Coordenada por Ercília Veira, do povo Tikuna, a organização trabalha na defesa dos direitos das mulheres indígenas e apoia a questão da geração de renda nas comunidades.

O puxuri é extraído de uma planta e é geralmente usado como propriedade medicinal no tratamento de insônia, cólica, diarreia, gases, incontinência urinária e outros. As sementes cheirosas formam a essência aromática do produto.

Quem quiser saber mais sobre o puxuri e até comprar o produto dos indígenas de Maraã (AM), basta ligar para (92) 8275-6599 e 9403-2206 e falar com o próprio Zuza.  

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Nova secretaria municipal indígena começa a funcionar em Humaitá, interior do Amazonas


Ivanildo (de azul e agachado, o primeiro da direita para a esquerda). Foto: Divulgação/Seind
A política de etnodesenvolvimento desenvolvida pelo Governo do Amazonas com as populações indígenas continua a criar oportunidades em todo o estado. Na próxima sexta-feira (2), Ivanildo Tenharín será empossado como titular da Secretaria Municipal dos Povos Indígenas de Humaitá (a 600 quilômetros de Manaus). A nova pasta foi criada em setembro do ano passado, por meio da Lei nº 569/2011, e vai beneficiar aproximadamente 4,5 mil indígenas que habitam a Transamazônica e a calha do rio Madeira, dos povos Tenharín, Djiahui, Parintintin, Mura, Munduruku, Apurinã, Pirahã, Torá e Matanawí.

A cerimônia de posse começa às 10h e será presidida pelo prefeito José Cidenei Lobo do Nascimento (PSD), no auditório da própria prefeitura do município, com a presença do secretário de Estado para os Povos Indígenas, Bonifácio José Baniwa. Ele representará o governador Omar Aziz no evento.

Bonifácio estará acompanhado do técnico Jurandir Tenharín, que integra o Departamento de Etnodesenvolvimento da Seind (Detno) e participou de todo o processo de discussão para a criação da nova secretaria, durante quase um ano.

O projeto de lei foi aprovado na Câmara Municipal de Humaitá e sancionado pelo prefeito. Uma das metas é criar políticas públicas em parceria com várias instituições e a iniciativa privada. “A prefeitura demonstra respeito aos povos indígenas, que devem ser protagonistas do próprio destino com o apoio do poder público, na formulação e execução dessas políticas”, explicou Bonifácio José. “Desde que os indígenas começaram a participar do governo, e agora com apoio do governador Omar Aziz, as prefeituras passaram a entender esse processo. Cada vez mais elas institucionalizam a participação dos povos indígenas no poder público”, acrescentou o titular da Seind.

Além de Humaitá, outras quatro cidades possuem secretarias indígenas municipais no Amazonas: Autazes, Atalaia do Norte, Alvarães e Benjamin Constant. Em outras localidades, os assuntos indígenas são tratados por meio de coordenação e/ou departamento.       

Estruturação
Ivanildo Tenharín tem 30 anos e é natural da comunidade indígena de Bela Vista, em Humaitá. Um dos objetivos dele para este início de trabalho é a estruturação do órgão, com apoio da Seind. “Esse apoio é importante, porque a gente vai poder articular juntos, a criação de programas e ações nas áreas do desenvolvimento sustentável e na promoção da cultura indígena local”, definiu Ivanildo.        

Sobre o município
Humaitá localiza-se na mesorregião do sul amazonense e na microrregião do Madeira. De acordo com o último Censo (IBGE/2010), o município tem hoje pouco mais de 44 mil habitantes, que vivem basicamente da pecuária, piscicultura, artesanato e extrativismos vegetal e mineral.

Turismo
A atividade turística também é um dos pontos fortes em Humaitá e a Seind tem apoiado as organizações nesse sentido. Tanto é que há mais de cinco anos, a Terra Indígena Tenharín Marmelo serve de referência na pesca esportiva para o turismo na região.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Seind participa de assembleia geral e ajuda indígenas a criar organização em Manaquiri


Assembleia que elegeu a nova organização indígena. Foto: Ronisley Martins (Detno/Seind)
   


Numa ação realizada pela Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), durante a assembleia geral que envolveu 31 lideranças dos povos Mura, Miranha e Tikuna, mais uma organização indígena foi criada esta semana no Amazonas. Trata-se da Coordenação dos Povos Indígenas do Município de Manaquiri (Copimam), que passa a representar os interesses das comunidades e aldeias indígenas do município (localizado a 65 quilômetros de Manaus), perante os órgãos públicos e demais instituições, com o objetivo de pleitear respostas às demandas e carências apontadas por essas populações naquela região do Estado do Amazonas.

A criação e a eleição que apontaram a diretoria da nova entidade foram realizadas durante a Oficina de Associativismo e Cooperativismo, organizada pela Seind e parceiros na comunidade Nova Esperança. Maria Ordenize (mura) foi eleita como presidente e Kellen Suellen (tikuna) como vice-presidente.

Os participantes da oficina puderam conhecer as modalidades de organização e como formalizá-las, os princípios, legislação, função dos membros da diretoria executiva, estrutura do organograma e os documentos legais. “É muito importante para a secretaria quando se cria uma organização, pois ela representará, de fato, os interesses daquele povo e não de indivíduos que, muitas das vezes, pleiteiam em benefício próprio”, destacou o secretário adjunto da Seind, José Mário Mura.   

Representada pelo técnico do Departamento de Etnodesenvolvimento do órgão (Detno), Ronisley Martins, a Seind fez uma explanação do processo e do método a ser empregado na eleição, com a descrição dos deveres e responsabilidade dos membros da diretoria executiva e do conselho fiscal, além da aprovação do estatuto, que foi feito pela própria Seind.

Entre outros objetivos, a Copimam vai procurar promover em parceria com outras organizações indígenas, instituições de ensino e órgãos públicos, ações de intercâmbio de conhecimentos tradicionais e capacitações para a revitalização da identidade cultural nas práticas artesanais, caça, pesca, construções e linguísticas. 

Benefícios Sociais
A Copimam também vai representar seus associados perante as autoridades na busca de benefícios sociais como educação, saúde, lazer, assistência social, cidadania, direito da terra, obtenção de credito e financiamento bancário.

Outra meta é trabalhar ações de programas e projetos sociais, visando à educação diferenciada aos indígenas, implantação de escolas, formação e capacitação de professores e gestão pedagógica adequada.