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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Seind e Embrapa fazem visita técnica e ensaiam parceria



Macaxeira é um dos principais produtos agrícolas utilizados em comunidades indígenas. Foto: Divulgação/Seind

Nesta quarta-feira (30), técnicos da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) realizaram uma visita técnica à comunidade indígena Tururukari-Uka, com o objetivo de verificar a possibilidade de se instalar, no local, uma unidade demonstrativa de produção de macaxeira e banana. A comunidade localiza-se no quilômetro 48 da Rodovia Manuel Urbano, no município de Manacapuru (a 84 quilômetros de Manaus).

A visita foi articulada pela Seind, atendendo à solicitação das próprias comunidades indígenas que vivem naquela área da Região Metropolitana de Manaus. A proposta é que a Tururukari-Uka sirva de modelo para as outras, no trabalho com os produtos em questão, garantindo assim, mais uma alternativa para a sustentabilidade dos indígenas, com técnicas seguras para serem adotadas ou adaptadas pela Embrapa.

A ação em Manacapuru é só o início de uma possível parceria entre a Embrapa e o Governo do Amazonas, cuja relação poderá ser estreitada com futuras ações de transferência de tecnologia para os povos indígenas do Estado.

A Embrapa disponibilizou o supervisor do setor de implementação da Programação de Transferência de Tecnologia, Raimundo Rocha, para que, em conjunto com a Seind, programe outras visitas técnicas em atendimento às demandas dos povos indígenas.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Projeto divulgado amplamente pela Seind alcança primeiro lugar em edital para Pontos de Cultura


Vista parcial da aldeia São Sebastião, em Atalaia do Norte. Foto: Divulgação/Seind
Fruto de uma divulgação ampla feita pelo Governo do Amazonas em comunidades indígenas, por meio da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), a Associação Marubo de São Sebastião (Amas) conquistou o primeiro lugar entre os 11 projetos aprovados no 3º Edital de Seleção para Pontos de Cultura do Estado do Amazonas. O programa é resultado de um convênio entre a Secretaria de Estado da Cultura (SEC) e o Governo Federal. 

Após a análise técnica e de mérito, a Amas obteve 68,8 pontos com o projeto “Manifestações Culturais e Expressões Artísticas dos Guardiões de Saberes e Tradições Indígenas Marubo”. Em segundo lugar ficou a Associação Regional Lindolfo Monteverde, que inscreveu o projeto “Garantido, a Tradição Cultural de Lindolfo Monteverde” e somou 67,9 pontos. A terceira posição foi para a Companhia Vitória Régia, com 60 pontos, obtidos com o projeto “Estação Cultural Flor Matizada”.

O projeto da Amas – entidade indígena sediada em Atalaia do Norte (a 1.138 quilômetros de Manaus) – será executado durante três anos, com recursos de 180 mil, sendo 60 mil para cada 12 meses. A meta é beneficiar mil indígenas de forma direta e 5 mil indiretamente de 54 aldeias, entre estudantes, professores, agentes de saúde e lideranças do movimento.

O edital para a participação no certame foi aberto em julho do ano passado e seguiu até novembro, como parte da terceira edição do Programa Mais Cultura, da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura.

Durante o período, tanto a Seind quanto a SEC enviaram técnicos para municípios como Benjamin Constant e Atalaia do Norte, no sentido de divulgar o programa e dar suporte às comunidades para que pudessem se inscrever no edital. A ação foi intermediada pela câmara técnica de "Promoção dos Povos Indígenas no Amazonas: na perspectiva de valorização do patrimônio sociocultural indígena", do Comitê Gestor de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a Fundação do Índio (Funai). “Demos suporte na divulgação, orientamos e trabalhamos para que os indígenas tivessem acesso ao edital”, informou a antropóloga e coordenadora de Pesquisa e Sociodiversidade da Seind, Chris Lopes. “É o compromisso da secretaria com essas populações e com a própria parceira, a SEC”, destacou.

Em princípio, o edital da SEC vislumbrava aprovar 22 projetos, mas apenas 11 alcançaram a pontuação esperada. Apesar do número menor, de acordo com a própria SEC o resultado foi positivo, principalmente para os indígenas. “Fizemos uma oficina em Atalaia do Norte no mês de setembro, indicados pela Seind, com uma grande participação de grupos indígenas que se organizaram para escrever projetos”, disse o coordenador de Patrimônio Material da SEC e representante do órgão no Comitê Gestor, Cristian Pio Ávila. “Agora eles poderão realizar atividades com fins culturais ao longo do ano, aquelas que propuseram no projeto classificado, que trabalham desde os locais, a investimentos em determinados rituais”, enfatizou.
Assessor de Progrmas e Projetos da Amas, Clóvis Marubo

Novas lideranças
Elaborado por Éwerton Marubo, com apoio do acadêmico de Antropologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Neon Solimões, o projeto da Amas começa a ser executado em 2013 com a missão de apoiar e melhorar a estrutura das comunidades, além de promover capacitação referente aos direitos dos povos indígenas e aos conhecimentos tradicionais.

Um dos focos principais é a juventude. “Queremos apoiar as iniciativas das comunidades e promover novo quadro de lideranças”, exemplificou o coordenador de Programas e Projetos da Amas, Clóvis Marubo.
Éwerton Marubo (à direita), ao lado de Clóvis Marubo

Novos projetos
Voltada para trabalhos direcionados à promoção da cultura do povo Marubo e dos povos indígenas em geral, a Amas quer aumentar o número de projetos destinados à formação. Para isso, conta com o apoio de parceiros como o próprio Governo do Amazonas, por meio da Seind, e a Ufam, além de um grupo de antropólogos que colaram grau em 2009, mas que já estão engajados na causa indígena há algum tempo. “Agradecemos a todos os parceiros e comunicamos que vamos trazer jovens indicados pelas lideranças para fazer a capacitação, pois eles serão multiplicadores do conhecimento dentro das próprias comunidades”, informou Clóvis Marubo.

Novas lideranças
Elaborado por Éwerton Marubo, com apoio do acadêmico de Antropologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Neon Solimões, o projeto da Amas começa a ser executado em 2013 com a missão de apoiar e melhorar a estrutura das comunidades, além de promover capacitação referente aos direitos dos povos indígenas e aos conhecimentos tradicionais. Um dos focos principais é a juventude. “Queremos apoiar as iniciativas das comunidades e promover novo quadro de lideranças”, exemplificou o coordenador de Programas e Projetos da Amas, Clóvis Marubo.

RESULTADO DO 3º EDITAL PÚBLICO DE SELEÇÃO PARA PONTOS DE CULTURA DO ESTADO DO AMAZONAS


Projeto
Associação
Pontuação
Manifestações Culturais e Expressões Artísticas dos Guardiões de Saberes e Tradições Indígenas Marúbo
Associação Marubo de São Sebastião - AMAS

68,8
Garantido a Tradição Cultural de Lindolfo Monteverde
Associação Regional Lindolfo Monteverde

67,9
Companhia Vitória Régia
Companhia Vitória Régia

60,0
Estação Cultural Flor Matizada
Grêmio Recreativo e Folclórico Ciranda Flor Matizada

58,7
Rapiché da Cultura
Fundação Fé e Alegria do Brasil

58,7
Espaço Cultural da FUCABEAM: fortalecimento da tradição e identidade do povo de Mina JeJe Nagô
Federação de Umbanda e Cultos Afro-Brasileiros do Estado do Amazonas
57,8
Casarão de Ideias: um lugar para todas as artes
Associação ArtBrasil

55,9
Ponto de Cultura Estrela Nova
Associação Belas Artes do Amazonas

54,6
Oficinas de Teatro Múltiplas Geração – Geração Floresta
Pombal Arte Espaço Alternativo
53,8
Multiplicar Arte em Parintins para combater problemas sociais – Valorização do saber popular, integração arte e educação e inclusão social
Instituto Antonia de Paula Melo


52,7
Projeto Afro na Comunidade
Projeto Afro nas Escolas
50,6
Ação na Comunidade
Central Única das Comunidades do Estado do Amazonas - CUC

50,1
      Fonte: SEC
    
 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Seind intensifica ações de incentivo à participação em prêmio do Ministério da Cultura


Integrante do Departamento de Promoção dos Direitos Indígenas (Depi), da Seind, Ageu Sateré (de colar) explana sobre prêmio a indígenas de Manaus. Fotos: Divulgação/Seind

Representantes de 20 associações indígenas de Manaus estiveram nesta segunda-feira (28), na Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), para conhecer detalhes de como participar da 4ª. Edição do Prêmio Culturas Indígenas. As inscrições prosseguem até o próximo dia 5 e o certame vai premiar 100 projetos, sendo R$ 20 mil para 30 trabalhos que envolvam obrigatoriamente mais de uma comunidade ou povo indígena e R$ 15 mil para outros 70.  

De acordo com o edital, que foi lançado em novembro pelo Ministério da Cultura (MC) e apresentado às organizações pela Seind, cada comunidade poderá apresentar mais de uma inscrição nas duas categorias, mas apenas uma iniciativa, de uma das categorias, poderá ser premiada.

Cada iniciativa inscrita poderá abranger uma ou mais áreas, entre as quais as relacionadas a terras e territórios indígenas; religião, rituais e festas tradicionais; músicas, cantos e danças; educação; medicina; alimentação, entre outras.

O formulário de inscrição pode ser obtido no endereço www.premioculturasindigenas.org.br e deve ser preenchido de forma gratuita pelos interessados, até 14h (horário de Brasília) do dia 5 de fevereiro, impreterivelmente.
Deniziu Tikuna, também do Depi, reforça incentivo pela participação das comunidades

Parceria
Desde a primeira edição, a Seind tem sido parceira do MC na divulgação e incentivo pela participação indígena no concurso. Várias oficinas foram realizadas no interior do Estado no ano passado e o calendário dessas atividades também tem beneficiado os indígenas que vivem em Manaus e no entorno da cidade em 2013.

A ação é do Comitê de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a Fundação Nacional do Índio (Funai), por meio da câmara técnica "Promoção dos Povos Indígenas: Perspectiva de Valorização do Patrimônio Cultural".

Oficinas intensificadas
As primeiras oficinas de 2013 foram realizadas no entorno de Manaus, nos dois últimos fins de semana (dias 19 e 26 de janeiro). A Seind esteve nas comunidades indígenas de Sahu-Apé e Livramento e recebeu, dos indígenas, propostas relacionadas aos itens do manual de inscrição intitulados “Educação e Processos Próprios de Transmissão de Conhecimentos”, “Medicina Indígena” e “Teatro e Histórias Encenadas”. O Livramento propôs projeto na área de “Músicas, Cantos e Danças”.
No Livramento, indígenas trabalham pelo fortalecimento e preservação da dança Dabucuri

“Em Sahu-Apé as propostas foram focadas no teatro para crianças Sateré; na valorização da medicina tradicional com uma farmácia indígena e no fortalecimento da educação daquele povo”, informou Sinésio Isaque, do Departamento de Promoção dos Direitos Indígenas da Seind. "Já os indígenas do Livramento querem trabalhar o fortalecimento e preservação da dança do povo Tukano conhecida como Dabucuri", acrescentou.

A partir desta terça-feira (29), técnicos da Seind seguem para Rio Preto da Eva (a 70 quilômetros de Manaus), Lábrea, Pauini, São Gabriel da Cachoeira e Novo Airão, com o objetivo de intensificar a divulgação do prêmio.
Alguns dos representantes da Seind na reunião no Livramento. Sinésio Isaque (à esquerda), Miguel Maia (blusa listrada) e o secretário Bonifácio José Baniwa (agachado)

Fortalecimento da cultura
Com a realização do certame, tanto o MC quanto a Seind esperam ajudar o fortalecimento da cultura nas comunidades indígenas envolvidas, em sintonia com a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Constituição Federal de 1988 e a Convenção sobre a Diversidade Cultural da Unesco. 

Esta edição do prêmio é da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul), entidade integrante da coordenação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). O edital é realizado em parceria com a Petrobras, por meio da Lei Rouanet.