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terça-feira, 25 de novembro de 2014

Seind vai entregar bens a indígenas do rio Negro


Barcos são finalizados para ser entregues aos beneficiários. Foto: Divulgação

Dez barcos regionais equipados com motor, um ônibus, uma caminhoneta do tipo pick-up e uma retroescavadeira são os bens previstos para ser entregues a partir do próximo mês de dezembro pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), a comunidades que vivem no rio Negro. A ação faz parte do programa Território da Cidadania Indígena do Rio Negro, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), e o objetivo é fortalecer as cadeias produtivas do pescado, do extrativismo, além da comercialização de produtos indígenas e de povos tradicionais da localidade.

Aproximadamente 74 mil pessoas serão beneficiadas com as novas ações, entre as quais indígenas dos povos Tukano, Baniwa, Baré e Piratapuya, dos municípios de Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira (a 858 quilômetros de Manaus).

O programa também visa apoiar a dinamização econômica, melhorar a qualidade da alimentação e investir na gestão social das populações envolvidas.

O processo de vistoria dos bens é feito pela Caixa Econômica Federal, que é a instituição operadora financeira do projeto, antes de serem entregues à Seind e, consequentemente, às comunidades beneficiárias.

De acordo com a programação, três embarcações e uma pick-up serão entregues em Barcelos, além de uma retroescavadeira em Santa Isabel do Rio Negro (a 631 quilômetros de Manaus). O restante começa a ser distribuído a partir de janeiro, quando comunidades de São Gabriel da Cachoeira receberão uma embarcação e um ônibus.

Recursos do MDA
Lançado em 2008 pelo Governo Federal, o programa Territórios da Cidadania é desenvolvido com recursos do MDA. O Território do Rio Negro abrange uma área de 295 mil quilômetros quadrados e uma população total de 80 mil habitantes, dos quais 49 mil (61,87%), que vivem na área rural. Os números são do MDA, que aponta ainda a existência de quase 3 mil agricultores familiares, sendo 54 famílias assentadas e 12 terras indígenas.

Oficinas
Uma série de oficinas marcou a primeira etapa do projeto e possibilitou a realização de um diagnóstico sobre o potencial produtivo dos beneficiários.

Em São Gabriel da Cachoeira, o projeto beneficia as comunidades Cabari, Fonte Boa, São Jorge, Santo Antônio, Assentamento Theotônio Ferreira, entre outros. Em Santa Isabel, os benefícios chegam a Campina do Rio Preto, Ilha do Chile, além de diversas famílias espalhadas pelo município. O mesmo ocorre em Barcelos.

Cinco projetos
A Seind é executora (proponente) de cinco projetos no Território da Cidadania, quatro no rio Negro e um no rio Madeira, que foi finalizado em setembro do ano passado, com a entrega de máquinas e equipamentos a comunidades indígenas e não indígenas em Manicoré (a 333 quilômetros de Manaus).
Alguns dos bens entregues na calha do rio Madeira em 2013

O benefício abrangeu pouco mais de 5 mil agricultores familiares indígenas e não-indígenas, sendo 11 mil famílias assentadas e 22 terras indígenas, dos municípios de Manicoré, Novo Aripuanã, Borba, Humaitá e Apuí (a 220 quilômetros de Manaus).

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Apoiados pela Seind, indígenas do alto rio Solimões recebem registro do Coren


Secretário em exercício da Seind, Amarildo Maciel Munduruku congratula novos técnicos em enfermagem. Fotos: Isaac Júnior (Ascom/Seind)


Após quase três anos de aulas teóricas e participação em estágio, os indígenas José Joaquim Tikuna, 50, e Raimundo Quirino Tikuna, 45, estão entre os mais novos técnicos de enfermagem do Amazonas. Nesta terça-feira (dia 18), em Manaus, eles receberam o registro do Conselho Regional de Enfermagem (Coren) e, de posse da carteirinha do órgão, comemoraram uma conquista que foi marcada, em grande parte, por idas e vindas.

Para chegar ao local das aulas, os dois precisaram enfrentar uma verdadeira maratona, com viagens de barco, que duravam até 12 horas, entre a aldeia e Tabatinga (a 1.105 quilômetros de Manaus), no alto rio Solimões.

O resultado de tanto esforço e superação começou a ser recompensado em outubro deste ano, quando José e Raimundo receberam o certificado de conclusão do “Curso Técnico em Enfermagem”, durante cerimônia realizada no próprio município.

Ao todo, 32 alunos participaram da primeira turma do curso, que é destinado exclusivamente aos povos indígenas e é oferecido desde 2012 pelo Governo do Amazonas, por meio da parceria entre a Secretaria de Estado para os Povos Indigenas (Seind) e o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam). A ação é do Comitê Gestor de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a Fundação Nacional do Índio (Funai).

O objetivo é contribuir para o fomento de ações de formação técnica e profissional qualificada no interior do Estado, além de atender às demandas apresentadas pelas próprias comunidades e organizações indígenas dos municípios.

“A proposta é preparar essas pessoas para o mercado de trabalho, gerar ocupação para os mais jovens, oportunizar que os indígenas estejam qualificados para atender as demandas de suas comunidades e afastá-los do envolvimento com bebidas alcoólicas e demais drogas, entre outros problemas”, ressaltou a chefe do Departamento de Promoção dos Direitos Indígenas da Seind (Depi), Rose Meire Barbosa.

Moradores de Belém do Solimões, em Tabatinga, José e Raimundo são apenas dois, dos 13 alunos da comunidade indígena a fazer o curso em Tabatinga, nessa primeira turma. Apesar da longa distância entre a aldeia e a sede do Cetam, os indígenas se revezaram em alojamentos cedidos pela Prefeitura de Tabatinga, com o apoio da Seind, para não perder um só dia de aula.
Raimundo Quirino (à esq.) e José Joaquim, na Seind, antes de receber o registro

Oportunidade
Atual conselheiro distrital de saúde, desde fevereiro deste ano, José ressalta que a formação dos novos técnicos irá beneficiar não somente os 9,8 mil indígenas que vivem em Belém do Solimões, mas também as 27 comunidades de abrangência, que corresponde a 11,6 mil pessoas.

Atualmente, Belém do Solimões possui três enfermeiros não indígenas, todos funcionários da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). Segundo José, esse número deverá duplicar em breve, com a contratação de técnicos indígenas.

“A previsão é que sejam contratados três enfermeiros indígenas por ano. A primeira deverá ocorrer em janeiro de 2015, com os nomes indicados pelas lideranças e o próprio Condisi”, informou José Joaquim Tikuna, que tem sete filhos e trabalha na saúde indígena desde 2006.

Mais formatura
Aproximadamente 433 alunos (de 23 municípios) estão em sala de aula em processo de formação nas áreas técnicas que envolvem também os cursos de Análises Clínicas e Saúde Bucal.   

Seis turmas estão em fase de conclusão, com perspectiva de formar em 2015, nos municípios de Benjamin Constant, São Paulo de Olivença, Lábrea, Pauini, Santo Antônio do Içá e São Gabriel da Cachoeira.

            CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM
Município Polo
Municí-pios contem-plados
Povos indígenas partici-pantes
N. de alu-nos
STATUS
São Gabriel da Cachoeira
São Gabriel da Cachoei-ra
Baniwa, Baré, Tuka-no,Taria-no, Tuyuka
35
Formarão no início de 2015
Tabatinga
Tabatin-ga
Tikuna, Kokama
32
Forma-dos
Benjamim Constant
Atalaia do Norte e Benja-mim Constant
Tikuna, Marubo
37
Formarão no início de 2015
São Paulo de Olivença
São Paulo de Olivença
Tikuna, Kambeba, Kokama
32
Formarão no início de 2015
Santo Antonio do Iça
Santo Antonio do Iça
Tikuna, Kokama
37
Formarão no início de 2015
Lábrea
Lábrea
Apurinã
38
Formarão no início de 2015
Pauini
Pauini
Apurinã, Jamamadi
19
Formarão no início de 2015
Fonte: Cetam/Seind

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Seind e Instituto Maku-Itá discutem melhorias no quesito moradias para indígenas de Novo Airão

Presidente do Instituto Maku-Itá, Alvanira Lanawa pediu ao secretário em exercício da Seind, Amarildo Maciel Munduruku, apoio do órgão no processo de discussão que visa construir casas para indígenas em Novo Airão. Foto: Isaac Júnior (Ascom/Seind) 

O secretário em exercício da Seind, Amarildo Maciel Munduruku, recebeu nesta terça-feira (dia 18), a presidente do Instituto Maku-Itá (que significa nômade, na língua Baré), Alvanira Soares Palmela, do povo Lanawa. Em pauta, a construção de casas habitacionais para indígenas, quilombolas e não indígenas, na área urbana do município de Novo Airão (a 115 quilômetros de Manaus).

A reunião contou com a participação de representantes do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) e da Fênix Consultoria, além de técnicos indígenas da Seind.

O Governo do Amazonas, por meio da Seind, tem participado do processo de implantação do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) no Estado. A ação já chegou a comunidades indígenas dos municípios de Tefé, Maraã, Alvarães, Rio Preto da Eva e São Gabriel da Cachoeira (a 858 quilômetros de Manaus).

O Instituto Maku-Itá corre contra o tempo para ter casas construídas em Novo Airão, s´que pelo Programa Nacional de Habitação Urbana (PNHU), mas precisa legalizar o terreno localizado no próprio município, para ter acesso ao benefício.

A entidade trabalha para regularizar toda a documentação junto à Caixa Econômica Federal, por isso conta com o apoio de parceiros como a Seind e o MNLM.

Alvanira Lanawa informou que protocolou os documentos e a medição do terreno deverá ser feita ainda este ano. Mais de 200 famílias já estão cadastradas para ter acesso ao PNHU, de acordo com a líder indígena.

Desenvolvimento
O Instituto Maku-Itá foi criado em 2005, com o objetivo de defender os direitos, o patrimônio cultural e os conhecimentos tradicionais dos povos indígenas, além de promover o desenvolvimento socioeconômico e o combate à pobreza.

Além de Amarildo Maciel e Alvanira Lanawa, a reunião desta terça-feira teve a presença de Aluízio Pereira e Neila Gomes dos Santos, do MNLM; Charles Duarte e Neil Gomes, da Fênix Consultoria, que são projetistas e fazem parte do grupo de trabalho que formularam o PNHR no Brasil. Pela Seind também participaram Zuza Cavalcante Mayoruna, Jurandir Tenharin e Cláudio Pequeno Apurinã.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Seind é tema de diagnóstico estratégico elaborado por alunos da UEA


Grupo de acadêmicos da UEA, entre os quais as indígenas Michelle Tukano (à esquerda) e Francinara Baré (ao lado de Michelle), com o secretário Bonifácio José, na Seind. Fotos: Isaac Júnior (Ascom/Seind)


Um grupo de acadêmicos do sexto período do curso de Administração da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) começou a elaborar, nesta terça-feira (dia 4) em Manaus, um diagnóstico estratégico da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind). A atividade faz parte da disciplina “Oficina 1, Diagnóstico Estratégico”, que integra o estágio supervisionado e que irá auxiliar os alunos no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).   

Na Seind, os futuros administradores – entre os quais as indígenas Francinara Baré e Michelle Tukano – foram recebidos pelo secretário Bonifácio José Baniwa, com quem trataram de assuntos relacionados aos povos indígenas e, principalmente, a construção de políticas públicas que hoje são desenvolvidas e executadas pelo Governo do Amazonas, por meio da Seind e parceiros.

“Nosso objetivo é fazer o diagnóstico, a partir do que é oferecido, com objetivos, pontos fortes e fracos, e assim por diante”, informou a acadêmica Vandreza Pena de Carvalho.
Estudantes visitam os departamentos da Seind, entre os quais o de Etnodesenvolvimento, que é coordenado por Zuza Mayoruna (à mesa)

Francinara Baré é a atual coordenadora tesoureira da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e Michelle Tukano trabalha como assessora de Gabinete na Seind. O grupo é formado ainda por Bruno Bastos, Ellen Costa, Jefferson Camilo e Raquel de Araújo.  

A disciplina “Oficina 1, Diagnóstico Estratégico” é ministrada pela mestre Elane Jingkins e, de acordo com os próprios acadêmicos, o resultado final de tudo o que for diagnosticado será apresentado até o dia 18 deste mês.

“O secretário da Seind também terá acesso ao resultado”, frisou Vandreza Carvalho.