Tucunaré é um dos principais atrativos de quem pratica a pesca esportiva. Foto: Divulgação: Amazonastur |
A exploração comercial do turismo de pesca esportiva
em áreas indígenas volta a ser discutida esta semana em São Gabriel da Cachoeira (a 858
quilômetros de Manaus). Suspensa desde o último mês de maio por recomendação do
Ministério Público Federal (MPF/AM), a atividade, que começou a ser realizada
na região do rio Marié, não só depende de autorização dos órgãos responsáveis
pela proteção e promoção dos direitos indígenas e do meio ambiente para que
seja regulamentada, como também dos próprios povos interessados na questão.
O assunto envolve aproximadamente 13 comunidades, situadas
na região do rio Marié, em terras indígenas como Apaporis, Alto Rio Negro, Rio
Tea e Médio Rio Negro 1.
Nos próximos dias 12 e 13, diversas lideranças estarão
reunidas na comunidade Tapuruquara Mirim para participar da 2ª Oficina de Pesca
Esportiva, cujo objetivo é agilizar o início dos estudos socioculturais e de
impactos ambientais, com vistas à regularização da Pesca Esportiva na
localidade.
A iniciativa conjunta envolve a Secretaria de Estado
para os Povos Indígenas (Seind), Fundação Nacional do Índio (Funai), Federação
das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e o Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A segunda oficina segue a mesma linha da primeira, que
foi realizada nos dias 20 e 21 de junho passado. Durante dois dias, os técnicos
das instituições envolvidas deverão analisar a capacidade de pesca no rio Marié
e definir a data em que o Ibama iniciará os estudos de impacto ambiental.
Condicionantes
Além da consulta prévia aos próprios indígenas, a
Pesca Esportiva em São Gabriel da Cachoeira só deve ser explorada comercialmente
mediante o prévio licenciamento ambiental que é fornecido pelo Ibama, de
autorização expressa da Funai e de condicionantes que visam promover a melhoria
da qualidade de vida dos povos indígenas. Item, aliás, que dá nome a uma das quatro
câmaras técnicas do Comitê Gestor de Atuação Integrada entre o Governo do
Amazonas e a Funai.
Turismo
Um dos fatores positivos da pesca esportiva é o
grande atrativo para o turismo. A prática dela tem crescido nos últimos anos e
um dos peixes mais ‘cobiçados’ pelos pescadores amadores é o tucunaré.
De
acordo com as próprias delimitações, o objetivo do esporte não visa ao consumo
e muito menos à comercialização do produto.
Durante a pescaria, os que praticantes procuram fisgar
o peixe (sem feri-los), pesar, medir, registrar a atividade com fotos e,
posteriormente, devolvê-los ao rio.
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