Indígenas terão formação em Licenciatura Plena. Foto: Divulgação/ABr |
Os alunos do curso de Licenciatura Específica de
Formação de Professores Indígenas ganharão, no final de março, um Centro de
Formação. O “minicampus” será no campo experimental da Universidade Federal do
Amazonas (Ufam), localizado no
quilômetro 32 da Estrada Manaus-Caracaraí. O local contará com alojamentos,
salas de aula, auditórios e cozinha para os 180 alunos das etnias Saterê-Mawé, Munduruku e Mura.
Obra custou aproximadamente R$ 1,3 milhão, recurso
advindo do Ministério da Educação (MEC), e ficou pronto em 18 meses, segundo a
coordenadora das turmas Saterê-Mawés e Munduruku de formação de professores
indígenas (Prolind), Valéria Weigel. O centro reúne alojamentos (com
dormitórios, cozinha e banheiros), quatro salas de aula, auditório e
laboratório, além das salas de coordenação, secretaria e diretoria. O
minicampus concentrará as atividades acadêmicas também da terceira turma,
composta pelos índios Mura.
Os alunos serão formados professores de
licenciatura plena. Como os cursos serão em módulos, os indígenas começarão do
mesmo ponto. A partir do segundo ano, há a opção para Humanas e Letras (que
também inclui Linguísitca, Sociologia, História e Geografia); para as Ciências
Exatas e Matemática e ainda uma terceira grande área, a de Ciências Biológicas.
A professora enfatiza que, no último ano, a turma
inicial volta a se reunir. “A finalidade é discutir as ideias e
experiências, e a partir daí, a operacionalizá-las entre as diferentes áreas do
conhecimento”, explicou a coordenadora.
O curso é resultado da demanda dos próprios indígenas.
A Ufam formou, em 2010, a turma de Ciências Naturais. A necessidade maior é nos
ensinos Fundamental e Médio.
A Licenciatura tem duração de cinco anos e objetiva
formar, em nível superior, professores indígenas em uma perspectiva
intercultural e interdisciplinar. Atualmente o curso conta com uma turma que
atende alunos do povo Mura (do município de Autazes) e outra com os alunos do
povo Mundurukú (tanto do Amazonas quanto do Pará).
Dificuldades
Valéria Weigel considerou a inauguração do Centro
como uma vitória importante na educação como um todo. Quem concorda com a
professora é o antropólogo Ademir Ramos. O coordenador do Núcleo de Cultura
Política da Ufam (NCPAM), relembra que uma das dificuldades para o término da
graduação é financeira. “Nem sempre os indígenas têm como se manter em Manaus,
especialmente no quesito moradia. Com o Centro, uma das problemáticas é
eliminada”, salientou.
Fonte: Portal Amazônia