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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Seind e Coiab se unem para realizar mega assembleia e rediscutir o desenvolvimento sustentável para os indígenas


Da esquerda para a direita: Secretário Bonifácio José Baniwa, Sinésio Isaque Tikuna, Deniziu Tikuna, Jurandir Tenharim e o coordenador da Coiab, Marcos Apurinã, em reunião realizada na Seind. Foto: Divulgação/Seind

A implementação de ações compensatórias às emissões de CO2 de combustíveis fósseis gerados, apresentada na Carta da Amazônia por governadores da região amazônica à Organização das Nações Unidas (ONU) e amplamente debatida nos eventos paralelos do encontro pelos indígenas, será um dos temas principais da 10ª Assembleia Geral Ordinária da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), que começou a ser discutida nesta sexta-feira (dia 8) e terá o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind). 

Aproximadamente 500 indígenas, entre os quais 138 delegados que representam os nove estados da Amazônia Brasileira, deverão participar do evento, previsto para ser realizado entre os dias 5 e 9 de agosto, na sede da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), localizada no município de São Gabriel da Cachoeira (a 858 quilômetros de Manaus).

A Assembleia Geral da Coiab é realizada a cada quatro anos, a última foi em 2009, na aldeia São José, do povo Krikati, no Maranhão. A proposta é que, em 2013, o encontro faça parte da programação de atividades do Comitê Gestor de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a Fundação Nacional do Índio (Funai).  “Estamos recebendo o projeto de forma oficial e agora vamos apresentá-lo ao Comitê Gestor e agendar uma reunião em conjunto, com o governador, para buscarmos os recursos”, informou o secretário da Seind, Bonifácio José Baniwa.
Assembleia de 2009, no Maranhão, que escolheu nova coordenação. Fotos: Divulgação/Coiab

O projeto da Coiab tem custo total previsto de R$ 726 mil e também será apresentado à presidente da Funai, Marta Azevedo, até o fim deste mês. Antes, porém, Bonifácio e o coordenador da entidade, Marcos Apurinã, irão até São Gabriel da Cachoeira para solicitar apoio de instituições locais. “Entendemos que esta assembleia será muito importante para discutirmos sobre mudanças climáticas, aquecimento global, que têm a ver com todo o planeta e, dentro de uma visão macro, tanto o governo quanto parceiros como o Exército têm como contribuir nessa questão”, ressaltou o titular da Seind.

Assessoria técnica
Além de contribuir com parte dos recursos, a Seind prestará assessoria técnica à assembleia, que tem como um dos objetivos, definir os novos rumos da organização de base do movimento indígena, para o próximo mandato da nova coordenação executiva a ser eleita.  “Em termos de visibilidade, o encontro será de suma importância para o governo, pois também teremos a participação de líderes da América Latina, que estão envolvidos diretamente com a questão ambiental e de sustentabilidade dos povos indígenas”, destacou Marcos Apurinã.
Coordenação atual da Coiab: Marcos Apurinã (coordenador), Sônia Guajajara (vice), Cleiton Javaé (secretário) e Kleber Karipuna (tesoureiro)

Organização forte
Entidade civil sem fins lucrativos, a Coiab foi fundada em 19 de abril de 1989 e é formada por um conjunto de mais de 200 organizações representativas de 440 mil povos que habitam a Amazônia Brasileira, dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. A Coiab trabalha no sentido de unificar as ações do movimento indígena amazônico de forma estratégica em áreas como direito às terras indígenas (demarcação e ratificação de reservas), direito a um programa de saúde diferenciado, criação de condições para participação plena das mulheres indígenas no movimento indígena, entre outros.     


Com sede em Manaus, à rua Bernardo Ramos, 97, Centro, a Coiab também tem uma representação em Brasília, que é utilizada para articulação política e de apoio a organizações indígenas em relação às agências governamentais e não governamentais.
 

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