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terça-feira, 26 de junho de 2012

Seind apresenta resultados da participação do órgão na Rio+20


Palestra do secretário Bonifácio, com o slide ao fundo (à esquerda) que faz referência ao Parque Temático Indígena. Fotos: Divulgação/Seind
Por: Isaac Júnior

A Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) apresentou, nesta terça-feira (26), o resultado da participação do órgão na Conferência Rio+20, realizada entre os dias 13 e 22 deste mês no Rio de Janeiro. Um dos destaques foi a palestra “Desenvolvimento Sustentável na Visão dos Povos Indígenas Amazônicos: Ações e Projetos Exitosos nas Comunidades Indígenas”, ministrada pelo secretário Bonifácio José Baniwa, no Pavilhão do Governo Brasileiro.

Além de mostrar a política de etnodesenvolvimento desenvolvida pelo Governo do Amazonas para essas populações, durante o seminário “Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável na Visão dos Povos Indígenas”, que foi coordenado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), o secretário destacou a importância da execução do projeto que cria o Centro de Excelência Indígena do Amazonas (Parque Temático Indígena). A passagem dele pela capital carioca também teve o objetivo de articular apoio nesse sentido.

“Conversamos com empresários e outros possíveis parceiros, que têm interesse em apoiar o projeto”, disse o titular da Seind. O projeto já está em fase final de elaboração e o empreendimento deve ser erguido até a Copa do Mundo de 2014.

A Seind também esteve presente em quatro plenárias da Assembleia da Cúpula dos Povos, para acompanhar a discussão de assuntos relevantes aos indígenas sobre terra, educação, saúde (dos indígenas e do próprio planeta), geração de renda, direito dos povos e da sociedade (menos favorecidos).
Entrada do local em que os povos indígenas puderam debater, expor e até fazer manifestações durante a Rio+20

Terra Livre
Ao todo, cinco técnicos da Seind estiveram presentes na Rio+20, representando o Governo do Estado e, ao mesmo tempo, assessorando organizações indígenas no evento. Bonifácio também participou das discussões acerca da biodiversidade, REDD, mudanças climáticas, dentre outras, no Acampamento Terra Livre (ATL), uma grande aldeia montada com a participação de lideranças indígenas do País, da Bacia Amazônica, América Central e dos Andes.
Técnicos da Seind, Karlene Sobrinho e Raimundo Saturnino. Stand apresentou novidades aos frequentadores do local

“Fizemos palestra no seminário da Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), que tratou sobre a experiência do Cafi (Centro Amazônico de Formação Indígena) em implementar o curso de capacitação para os indígenas mais jovens”, informou o secretário da Seind. “Do stand da Fundação Ford, nós acompanhamos os debates no ATL”, informou Bonifácio José, que foi entrevistado por algumas emissoras de TV e respondeu a várias questões sobre os avanços alcançados pelos povos indígenas depois de Eco 92. “Falamos dos ganhos, dificuldades, desafios e perspectiva com a Rio+20”, sintetizou.
Secretário fala dos avanços alcançados pelo povos indígenas à repórter

Livro
Simultaneamente à programação oficial, Bonifácio esteve no lançamento do livro “Século dos Povos Indígenas”, no Centro Cultural da Caixa Econômica Federal, numa realização de líderes renomados como Álvaro Tukano, e com apoio de instituições como o MEC, conselhos estaduais, universidades e outros que simpatizam com a causa indígena.
Estudante mostra livro de Álvaro Tukano (caracterizado), ao lado de professores, do sec. Bonifácio e do ator Sérgio Mamberti (à direita)
Assessor da Seind, Amarildo Machado mostra arte tukana, em exposição no stand Amazonas  
Exposição Séculos Indígenas no Brasil, apresentada dentro de um ambiente que representa uma cobra grande
Jurandir Tenharin (à direita) e Cláudio Pequeno Apurinã (no detalhe), no assessoramento a organizações que participaram das discussões

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Seind e Cetam preparam indígenas de Tonantins para prova de condução em navegação fluvial


Técnicas utilizadas pelo instrutor e técnico da Seind, Ronisley Martins, para salvar vidas. Fotos: Divulgação/Seind
Mais um curso preparatório para a expedição da carteira de habilitação em “Arrais Amador” foi finalizado esta semana pelo Governo do Amazonas e beneficiou, de forma direta, mais de 30 indígenas, dos povos Tikuna e Kokama residentes no município de Tonantins (a 867 quilômetros de Manaus). Todos receberam noções sobre condução e segurança em navegação fluvial e foram qualificados conforme as normas de navegação e conteúdos específicos para subsidiá-los durante a realização da prova.

A carteira de Arrais Amador é expedida pela Marinha do Brasil e o curso foi realizado entre os dias 14 e 19 deste mês, por meio da parceria entre a Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam) e a Capitania dos Portos. O projeto também leva benefícios de forma indireta a 1,4 mil indígenas e atende a uma demanda da Associação do Povo Kokama da Sede de Tonantins (APKST), localizada na comunidade Igarapé do Manacá.
Sinésio Isaque (em pé), da Seind, fala da importância do curso para os indígenas

“A partir de agora, a ação fica por conta da prefeitura de Tonantins, que irá encaminhar, junto à Capitania dos Portos de Tabatinga, a realização das provas para os indígenas”, informou o técnico da Coordenação de Promoção Social da Seind, Sinésio Isaque, que foi um dos articuladores do curso naquela região do alto Solimões. “Esta é a primeira vez que esse tipo de atividade é realizada com indígenas do município”, acrescentou o técnico do Departamento de Etnodesenvolvimento da Seind e instrutor do curso, Ronisley Martins.    

No primeiro dia do preparatório, os indígenas receberam o conteúdo programático e tiveram acesso a nomes, tipos e outros detalhes sobre embarcação. No dia 15, a aula abordou as normas de segurança em navegação, sinalização, sinais sonoros e luminosos, equipamentos de salvatagem, registro e cartografia náutica.
Muito exercício foi necessário para a realização das provas práticas

As atividades propriamente ditas foram realizadas nos dois dias seguintes, com prática de nós e ancoragem, além de salvamento aquático. Os participantes também receberam noções sobre primeiros socorros, combate a incêndio e meio ambiente. 
Indígenas aprendem técnicas de nós utilizadas nas embarcações
Detalhes de uma situação em que uma pessoa precisa de ajuda, após incidente com embarcação
“Os certificados vão ser entregues em quinze dias, no máximo, pelo Cetam em Tonantins”, afirmou Sinésio Isaque. “Queremos agradecer o apoio da prefeitura, do Idam, Secretaria de Meio Ambiente e do Dsei do alto rio Solimões, que nos ajudaram na realização do evento”, destacou o servidor da Seind.  
Participantes do curso de Arrais Amador, realizado no município de Tonantins (AM)

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Seind apresenta ‘Parque Temático Indígena’ para a Copa de 2014 durante a Rio+20


Terra indígena São Francisco do Patauá, provável localização do Centro de Excelência. Fotos: Divulgação/Seind
Por: Isaac Júnior
 
A participação de indígenas do Amazonas na Conferência Rio+20 será evidenciada nesta segunda-feira (18), quando a Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) mostrará, ao mundo, um esboço do que será o Centro de Excelência Indígena do Amazonas. O projeto já está em fase final de elaboração e a meta do governo estadual é que o “parque temático” seja construído na Região Metropolitana de Manaus, para servir de legado ao País, durante e após a Copa do Mundo de 2014.

O empreendimento poderá funcionar na terra indígena São Francisco do Patauá, em Manacapuru (a 84 quilômetros de Manaus), na mesma comunidade que sediou em abril deste ano, a sétima edição dos Jogos Indígenas do município. Há duas semanas, a Seind voltou a enviar técnicos ao local para conhecer o terreno e fazer a consulta prévia junto à população.

O projeto será amplamente divulgado na Rio+20 pelo secretário Bonifácio José Baniwa, com fotos e até uma arte contendo imagem de satélite sobre a área em estudo, e prevê benefícios nas áreas de cultura, meio ambiente, comercial, serviço, social, esportiva, educacional e de produção. “Teremos um local de referência, não encontrado em nenhum outro lugar do País, para mostrarmos nossa arquitetura, nossos conhecimentos na relação do homem com a natureza e o mundo”, justificou o titular da Seind, que viaja no domingo (17) e participa dos debates que estão programados para o pavilhão do governo brasileiro, na semana dos “Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável”.
Mapa do satélite da área onde poderá ser construído o Centro de Excelência

O modelo proposto para a execução do projeto que cria o Centro de Excelência Indígena faz parte da política pública de etnodesenvolvimento executada pelo Governo do Estado, a partir do programa Amazonas Indígena e por meio do Comitê Gestor de Atuação Integrada com a Fundação Nacional do Índio (Funai). “Dentro do centro, nós vamos poder aliar o conhecimento tradicional com o científico”, disse o titular da Seind. “Temos um grupo de trabalho formado por técnicos da própria secretaria e da UEA, além de um professor de uma escola particular, que trabalha como colaborador, mas também será criada uma comissão para analisar e avaliar o projeto”, acrescentou o chefe do Departamento de Etnodesenvolvimento da secretaria, Cristiano Oliveira.

Preservação
Para marcar a participação no grande evento internacional, a Seind também pretende mostrar aos participantes da Rio+20 que, apesar de todos os problemas, os indígenas estão entre os povos que mais trabalham pela preservação da floresta. Com base no fato de o Amazonas concentrar a maior população nativa do País (mais de 168 mil) e possuir 178 terras indígenas (o equivalente a 30% de território do Estado), a secretaria vai mostrar alguns projetos de desenvolvimento da Economia Verde, cujos recursos naturais são extraídos da própria natureza em benefício dessas populações. “Com nossas técnicas de uso e manejo, temos projetos para castanha, pescado, artesanato, turismo e, o que é melhor, temos 95% de áreas preservadas”, enumerou o titular da Seind.
Local é um dos exemplos de terra preservada no Estado do Amazonas

Vitrine
A Rio+20 começou na quarta-feira (13) e prossegue até o próximo dia 22, no Rio de Janeiro. Além da Seind, também representam o Governo do Amazonas na conferência instituições como Amazonastur, Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapeam), Tribunal de Contas do Estado (TCE) e as Secretarias de Estado de Planejamento (Seplan) e de Desenvolvimento Sustentável (SDS). Todas aproveitam a participação no encontro para divulgar projetos, produtos e fazer parte de uma grande programação no stand Amazônia Legal, que foi erguido em meio aos debates.

Governador Omar Aziz diz que debates da Rio+20 devem priorizar as pessoas que moram na floresta


Governador Omar Aziz, durante participação na conferência. Foto: Alex Pazuello/Agecom

O governador do Amazonas, Omar Aziz, afirmou que a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, deve discutir uma política para garantir saúde, educação e acesso à tecnologia em benefício das pessoas que moram na região amazônica. A declaração foi feita no Forte de Copacabana, Rio de Janeiro (RJ), durante participação dele na solenidade de lançamento do projeto “Florestabilidade – Educação para o manejo florestal”, desenvolvido pela Fundação Roberto Marinho.

O evento integra o Fórum de Empreendedorismo Social na Nova Economia, que faz parte da programação paralela da Rio+20, conferência que ocorre de 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro.  De acordo com Omar Aziz, o grande debate da Rio+20 tem que estar focado nas pessoas, a partir da definição de uma política que garanta melhor condição de vida aos que moram na região amazônica. Para ele, enquanto isso não acontecer sempre haverá um sobressalto da população mundial e brasileira em relação à Amazônia.

“O que vejo sãos debates que tratam somente sobre desmatamento. Não vemos discussões sobre as pessoas que vivem lá, acesso a serviços que essas comunidades têm direito como qualquer outra pessoa do mundo. Não posso discutir só a questão do desmatamento porque nós já estamos cuidando, estamos preservando as florestas com uma política nossa, sem o auxílio de outros países”, enfatizou Omar Aziz.

O governador defendeu, ainda, a regularização da terra como forma de desenvolver os municípios da região. Segundo ele, sem isso não é possível fomentar atividades como piscicultura, produção de borracha e agricultura familiar de forma ecologicamente correta. “Não tem desenvolvimento sustentável na Amazônia sem regularização fundiária. Vemos um esforço por parte do Governo Federal, porém queremos mais rapidez nesse processo para que as pessoas que vivem na região tenham melhorias na qualidade de vida, com acesso à saúde, educação e infraestrutura”.

Projeto prioriza educação ambiental - Sobre o projeto “Florestabilidade”, lançado nesta quinta-feira no Rio, Omar Aziz afirmou que a iniciativa vai permitir a criação de uma nova consciência de preservação através da informação. “Essa é uma das poucas ações que sai do discurso para prática. Portanto, o projeto é fantástico, porque só com conhecimento é possível conscientizar”, enfatizou. Participaram do evento, o governador do Pará, Simão Jatene, o presidente da Fundação Roberto Marinho (FRM), José Roberto Marinho, o diretor-executivo do Fundo Vale, Ricardo Piquet, e o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Antônio Carlos Hummel. O debate foi transmitido ao vivo pelo Canal Futura.

O presidente da FRM elogiou a parceria dos governos estaduais na execução da ação e destacou o Projeto Igarité como modelo educacional para a região. “Todos os governadores da Amazônia se demonstram comprometidos com a educação ambiental. Um belo exemplo é o Projeto Igarité, uma parceria nossa com o Governo do Amazonas, levado a comunidades mais distantes do Amazonas. Com ele, conseguimos alcançar pessoas que vivem em áreas isoladas por meio de alta tecnologia. São aulas ao vivo, através do Centro de Mídias, com resultados concretos. Agora estamos conversando com o Pará a fim de replicar esse modelo de educação”, elogiou José Roberto Marinho.

A meta, com o Florestabilidade, é alcançar 85 municípios da região Norte, atingindo 180 mil alunos dos Estados do Amazonas, Acre e Pará. A partir de agosto, esses estudantes terão acesso ao material pedagógico composto por 15 programas de vídeo, livro do professor, planos de aula e jogos, além de um website interativo para permitir o acesso a oportunidades de estudos e de trabalhos em manejo florestal. Os programas também serão exibidos pelo Canal Futura no segundo semestre deste ano.

De acordo com a Secretaria de Educação do Amazonas (Seduc), a disseminação desse conteúdo será reforçada a partir da utilização da estrutura do Centro de Mídias, através do Projeto Igarité. Em funcionamento no Estado desde 2009, o Igarité oferece vagas do 6° ao 9° ano do ensino fundamental e educação de jovens e adultos incluindo o ensino médio por meio da metodologia do telecurso-telessalas. Atualmente, 6.071 estudantes do 6º ao 9º ano são atendidos pelo programa de educação à distância e deverão ser beneficiados com o Florestabilidade.

O conteúdo pedagógico do Florestabilidade foi desenvolvido por diversos especialistas e instituições dedicadas ao assunto, entre eles o Instituto Floresta Tropical (IFT), o Imazon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia), o Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) e o IEB (Instituto Internacional de Educação do Brasil).

Conheça o Florestabilidade – O projeto Florestabilidade, resultado de uma parceria entre a Fundação Roberto Marinho e o Fundo Vale, com o apoio do Serviço Florestal Brasileiro, visa difundir o valor econômico, social, educacional e ambiental do manejo florestal na Amazônia. A iniciativa também pretende valorizar os que atuam no setor, por meio do incentivo à formação de novos profissionais. A proposta é despertar vocações para a gestão das florestas e disponibilizar materiais pedagógicos para professores do ensino básico e profissionais que prestam assistência técnica a comunidades da região amazônica.

Fonte: Agecom