Governador Omar Aziz, durante participação na conferência. Foto: Alex Pazuello/Agecom |
O governador do Amazonas, Omar Aziz,
afirmou que a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável,
a Rio+20, deve discutir uma política para garantir saúde, educação e acesso à
tecnologia em benefício das pessoas que moram na região amazônica. A declaração
foi feita no Forte de Copacabana, Rio de Janeiro (RJ), durante participação
dele na solenidade de lançamento do projeto “Florestabilidade – Educação para o
manejo florestal”, desenvolvido pela Fundação Roberto Marinho.
O evento integra o Fórum de
Empreendedorismo Social na Nova Economia, que faz parte da programação paralela
da Rio+20, conferência que ocorre de 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro.
De acordo com Omar Aziz, o grande debate da Rio+20 tem que estar focado nas
pessoas, a partir da definição de uma política que garanta melhor condição de
vida aos que moram na região amazônica. Para ele, enquanto isso não acontecer
sempre haverá um sobressalto da população mundial e brasileira em relação à
Amazônia.
“O que vejo sãos debates que tratam
somente sobre desmatamento. Não vemos discussões sobre as pessoas que vivem lá,
acesso a serviços que essas comunidades têm direito como qualquer outra pessoa
do mundo. Não posso discutir só a questão do desmatamento porque nós já estamos
cuidando, estamos preservando as florestas com uma política nossa, sem o
auxílio de outros países”, enfatizou Omar Aziz.
O governador defendeu, ainda, a
regularização da terra como forma de desenvolver os municípios da região.
Segundo ele, sem isso não é possível fomentar atividades como piscicultura,
produção de borracha e agricultura familiar de forma ecologicamente correta.
“Não tem desenvolvimento sustentável na Amazônia sem regularização fundiária.
Vemos um esforço por parte do Governo Federal, porém queremos mais rapidez
nesse processo para que as pessoas que vivem na região tenham melhorias na
qualidade de vida, com acesso à saúde, educação e infraestrutura”.
Projeto prioriza educação ambiental
- Sobre o projeto “Florestabilidade”, lançado nesta quinta-feira no Rio, Omar
Aziz afirmou que a iniciativa vai permitir a criação de uma nova consciência de
preservação através da informação. “Essa é uma das poucas ações que sai do
discurso para prática. Portanto, o projeto é fantástico, porque só com
conhecimento é possível conscientizar”, enfatizou. Participaram do evento, o
governador do Pará, Simão Jatene, o presidente da Fundação Roberto Marinho
(FRM), José Roberto Marinho, o diretor-executivo do Fundo Vale, Ricardo Piquet,
e o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Antônio Carlos Hummel. O
debate foi transmitido ao vivo pelo Canal Futura.
O presidente da FRM elogiou a parceria dos
governos estaduais na execução da ação e destacou o Projeto Igarité como modelo
educacional para a região. “Todos os governadores da Amazônia se demonstram
comprometidos com a educação ambiental. Um belo exemplo é o Projeto Igarité,
uma parceria nossa com o Governo do Amazonas, levado a comunidades mais
distantes do Amazonas. Com ele, conseguimos alcançar pessoas que vivem em áreas
isoladas por meio de alta tecnologia. São aulas ao vivo, através do Centro de
Mídias, com resultados concretos. Agora estamos conversando com o Pará a fim de
replicar esse modelo de educação”, elogiou José Roberto Marinho.
A meta, com o Florestabilidade, é alcançar
85 municípios da região Norte, atingindo 180 mil alunos dos Estados do
Amazonas, Acre e Pará. A partir de agosto, esses estudantes terão acesso ao
material pedagógico composto por 15 programas de vídeo, livro do professor,
planos de aula e jogos, além de um website interativo para permitir o acesso a
oportunidades de estudos e de trabalhos em manejo florestal. Os programas
também serão exibidos pelo Canal Futura no segundo semestre deste ano.
De acordo com a Secretaria de Educação do
Amazonas (Seduc), a disseminação desse conteúdo será reforçada a partir da utilização
da estrutura do Centro de Mídias, através do Projeto Igarité. Em funcionamento
no Estado desde 2009, o Igarité oferece vagas do 6° ao 9° ano do ensino
fundamental e educação de jovens e adultos incluindo o ensino médio por meio da
metodologia do telecurso-telessalas. Atualmente, 6.071 estudantes do 6º ao 9º
ano são atendidos pelo programa de educação à distância e deverão ser
beneficiados com o Florestabilidade.
O conteúdo pedagógico do Florestabilidade
foi desenvolvido por diversos especialistas e instituições dedicadas ao
assunto, entre eles o Instituto Floresta Tropical (IFT), o Imazon (Instituto do
Homem e do Meio Ambiente da Amazônia), o Imaflora (Instituto de Manejo e
Certificação Florestal e Agrícola) e o IEB (Instituto Internacional de Educação
do Brasil).
Conheça o Florestabilidade – O
projeto Florestabilidade, resultado de uma parceria entre a Fundação Roberto
Marinho e o Fundo Vale, com o apoio do Serviço Florestal Brasileiro, visa
difundir o valor econômico, social, educacional e ambiental do manejo florestal
na Amazônia. A iniciativa também pretende valorizar os que atuam no setor, por
meio do incentivo à formação de novos profissionais. A proposta é despertar
vocações para a gestão das florestas e disponibilizar materiais pedagógicos para
professores do ensino básico e profissionais que prestam assistência técnica a
comunidades da região amazônica.
Fonte: Agecom
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