Terra indígena São Francisco do Patauá, provável localização do Centro de Excelência. Fotos: Divulgação/Seind |
Por: Isaac Júnior
A participação de indígenas do
Amazonas na Conferência Rio+20 será evidenciada nesta segunda-feira (18),
quando a Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) mostrará, ao
mundo, um esboço do que será o Centro de Excelência Indígena do Amazonas. O
projeto já está em fase final de elaboração e a meta do governo estadual é que
o “parque temático” seja construído na Região Metropolitana de Manaus, para
servir de legado ao País, durante e após a Copa do Mundo de 2014.
O empreendimento poderá funcionar na terra indígena
São Francisco do Patauá, em Manacapuru (a 84 quilômetros de Manaus), na mesma
comunidade que sediou em abril deste ano, a sétima edição dos Jogos Indígenas do
município. Há duas semanas, a Seind voltou a enviar técnicos ao local para
conhecer o terreno e fazer a consulta prévia junto à população.
O projeto será amplamente divulgado na Rio+20 pelo
secretário Bonifácio José Baniwa, com fotos e até uma arte contendo imagem de
satélite sobre a área em estudo, e prevê benefícios nas áreas de cultura, meio ambiente,
comercial, serviço, social, esportiva, educacional e de produção. “Teremos um local
de referência, não encontrado em nenhum outro lugar do País, para mostrarmos nossa
arquitetura, nossos conhecimentos na relação do homem com a natureza e o mundo”,
justificou o titular da Seind, que viaja no domingo (17) e participa dos
debates que estão programados para o pavilhão do governo brasileiro, na semana
dos “Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável”.
Mapa do satélite da área onde poderá ser construído o Centro de Excelência |
O modelo proposto para a execução do projeto que
cria o Centro de Excelência Indígena faz parte da política pública de
etnodesenvolvimento executada pelo Governo do Estado, a partir do programa
Amazonas Indígena e por meio do Comitê Gestor de Atuação Integrada com a
Fundação Nacional do Índio (Funai). “Dentro do centro, nós vamos poder aliar o
conhecimento tradicional com o científico”, disse o titular da Seind. “Temos um
grupo de trabalho formado por técnicos da própria secretaria e da UEA, além de
um professor de uma escola particular, que trabalha como colaborador, mas
também será criada uma comissão para analisar e avaliar o projeto”, acrescentou
o chefe do Departamento de Etnodesenvolvimento da secretaria, Cristiano
Oliveira.
Preservação
Para marcar a participação no grande evento
internacional, a Seind também pretende mostrar aos participantes da Rio+20 que,
apesar de todos os problemas, os indígenas estão entre os povos que mais
trabalham pela preservação da floresta. Com base no fato de o Amazonas
concentrar a maior população nativa do País (mais de 168 mil) e possuir 178
terras indígenas (o equivalente a 30% de território do Estado), a secretaria
vai mostrar alguns projetos de desenvolvimento da Economia Verde, cujos
recursos naturais são extraídos da própria natureza em benefício dessas
populações. “Com nossas técnicas de uso e manejo, temos projetos para castanha,
pescado, artesanato, turismo e, o que é melhor, temos 95% de áreas preservadas”,
enumerou o titular da Seind.
Local é um dos exemplos de terra preservada no Estado do Amazonas |
Vitrine
A Rio+20 começou na quarta-feira (13) e prossegue
até o próximo dia 22, no Rio de Janeiro. Além da Seind, também representam o
Governo do Amazonas na conferência instituições como Amazonastur, Fundação de
Amparo à Pesquisa (Fapeam), Tribunal de Contas do Estado (TCE) e as Secretarias
de Estado de Planejamento (Seplan) e de Desenvolvimento Sustentável (SDS).
Todas aproveitam a participação no encontro para divulgar projetos, produtos e
fazer parte de uma grande programação no stand Amazônia Legal, que foi erguido
em meio aos debates.
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