Pesquisar este blog

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Seind e Embrapa realizam ação de desenvolvimento sustentável em comunidade kambeba



Seind entrega material a indígenas de Manacapuru. Fotos: Adail Munduruku (Divulgação/Seind)

Técnicos da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estiveram esta semana na comunidade indígena Tururukari-Uka, do povo Kambeba, para dar continuidade ao processo de implantação do Programa de Transferência de Tecnologia, que visa instalar uma unidade demonstrativa de produção de macaxeira, banana, entre outros produtos, naquela localidade. O objetivo é garantir o desenvolvimento sustentável e a segurança alimentar de aproximadamente 11 famílias, além da conservação da biodiversidade na área, localizada no quilômetro 47 da Rodovia Manuel Urbano, que liga a capital ao município de Manacapuru (a 84 quilômetros de Manaus).

A visita teve a finalidade de orientar os produtores indígenas para o uso adequado de adubos orgânicos na lavoura da banana (segunda fase), além da doação de equipamentos, sementes, mudas, adubos e insumos. Parte das ferramentas agrícolas como pá, enxada e boca de lobo foi entregue aos indígenas pelo secretário executivo de  Gestão e Planejamento da Seind, José Mário Mura, e o engenheiro agrônomo da Embrapa, Antônio Sabino Neto.
Em meio ao bananal e observado pelo secretário executivo de Gestão e Planejamento da Seind, José Mário Mura, o agrônomo Antônio Sabino Neto (Embrapa/AM) dá orientações sobre uso adequado de adubos orgânicos

De Manaus, o material foi transportado numa pick up, com apoio logístico da Secretaria de Estado de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS). Em seguida, os indígenas utilizaram uma canoa para conduzir tudo, até o destino da visita.
Material entregue a indígenas kambeba, após ser transportado até a aldeia

A parceria entre as instituições começou em janeiro de 2013, por meio de uma ação conjunta dentro do Comitê Gestor de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a Fundação Nacional do Índio (Funai).
Jurandir Tenharín (à esquerda) e Gelson Kambeba mostram um processo de adubação

Modelo
A proposta inicial é de que a aldeia Tururukari-Uka sirva de modelo para outras áreas indígenas do Amazonas, no trabalho com os produtos agrícolas.

“O projeto modelo apresenta um bom resultado e, a partir daí, a proposta é levar essas ações a outras comunidades e terras indígenas, como também assinar termo de cooperação com a Embrapa”, informou o titular da Seind, Bonifácio José Baniwa.

Sustentabilidade
A primeira ação conjunta em benefício dos indígenas kambeba ocorreu em outubro do ano passado, quando foram entregues 300 mudas de banana, insumos e adubos orgânicos.

“Trabalhamos nesta ação, com a meta de que ela possa ser mais uma alternativa de sustentabilidade dos povos indígenas, movida por técnicas seguras, adotadas e adaptadas pela Embrapa”, destacou o técnico do Departamento de Etnodesenvolvimento da Seind (Detno/Seind), Jurandir Tenharín.

Paralelamente ao cultivo da banana, sementes de milho e feijão de corda, a comunidade também trabalha na produção de mel (meliponicultura) e ainda faz planos para investir pesado no turismo.
Unidade demonstrativa de produção da banana é uma das metas da ação feita em conjunto na comunidade indígena Tururukari-Uka

Seind viabiliza participação indígena em feira internacional



Produtos da AMARN, que poderão ser conferidos na feira. Fotos: AMARN/Divulgação

Sete organizações indígenas do Amazonas participarão da 2ª Mundial ART - Feira de Internacional de Artesanato, Moda e Decoração, que ocorre no período de 1º a 10 de agosto, no Centro de Convenções do Manaus Plaza Shopping. Entre os mais de 15 mil itens previstos para ser apresentados na feira estão produtos indígenas extraídos da fauna e flora da Região Amazônica como colares, pulseiras, brincos, porta-joias, cestos e outros. 

A participação indígena é viabilizada pela Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) e o evento é organizado pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado do Trabalho (Setrab).          

Durante os dez dias de feira, os visitantes poderão conferir algumas especificidades culturais por meio do artesanato próprio desenvolvido pelos indígenas da Associação  das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (AMARN); Associação Ihãa-bé; Organização de Mulheres Indígenas Sateré-Mawé de Manaus (OMISM/Watyaman); Associação Wotchimaücü; Associação dos Artesãos Indígenas Residentes em Manaus (AAIRM); Associação Y’Apurehy e Associação Comunidade Indígena Wanano-Cotiria (ACIWC).

“A participação das organizações no evento é mais uma ação de promoção e proteção do patrimônio cultural indígena”, informou o titular da Seind, Bonifácio José Baniwa.   

“Está voltada para a promoção das manifestações culturais, tendo como elemento o artesanato de cada povo participante, e contribuirá também para a geração de renda, possibilitando, inclusive, juntarmos negociações com interessados no artesanato indígena”, acrescentou a chefe do Departamento de Promoção dos Direitos Indígenas (Depi), Rose Meire Barbosa.

Vitrine
Uma das entidades indígenas a participar pela primeira vez da feira, a Amarn acredita que o evento será uma importante vitrine para a divulgação do trabalho realizado pela organização, que foi criada há 27 anos e tem 58 associadas.

“Nossa expectativa é grande, visto que poderemos melhorar nossa renda e, a partir da recepção do público, fazer uma ampla divulgação da nossa atividade”, disse Clarisse Tukano, uma das integrantes da Coordenação de Tesouraria da Amarn.

Além dos produtos arumã (balaio, tiara e anel indígena), os visitantes poderão conferir os espanadores de tucum, pulseiras de açaí e até os filtros de sonho que, segundo a indígena, servem para tirar ‘mau-olhado’.

Outros expositores
Além do Brasil, a Mundial ART terá expositores oriundos da Rússia, Índia, Turquia, Paquistão, Egito, China, Japão, Emirados Árabes, Síria, Peru, Bolívia, Equador, Chile, Republica Tcheca, França, Quênia, Itália, Filipinas, Coreia, Tailândia, África do Sul e Senegal.

O Manaus Plaza Shopping localiza-se na avenida Djalma Batista, nº 2.100, Chapada, Zona Centro-Sul da capital amazonense. A feira começa às 14h e prossegue até 22h, com entrada ao preço de R$ 8. Estudantes e idosos pagam apenas a metade do valor, enquanto crianças até dez anos não pagam.  
----------------------------------------
INDÍGENAS NA 2ª MUNDIAL ART
ENTIDADE
ENDEREÇO
CONTATO
Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (AMARN)
Rua 06 – Conjunto Vilar Câmara, nº 155 – Bairro Aleixo
Claudinéia: 3644-2480
Associação Wotchimaücü
Rua São Salvador, nº 1.216 – Bairro Cidade de Deus
Domingos: 9306-5568
Associação Ihãa-bé
Rua 5, casa nº 30 – Bairro São José 2
Maria do Carmo Sateré: 9408-9022
Associação dos Artesãos Indígenas Residentes em Manaus (AAIRM)
Rua Milton Mourão, nº 14 – Bairro São Francisco
Jomara Aracy: 9493-8491
Associação Y’Apurehy
Rua Comandante Norberto Vongal – Conjunto Santos Dumont, s/n
Sara: 9350-2730
Organização de Mulheres Indígenas Sateré-Mawé de Manaus (OMISM/Watyaman)
Rua Comandante Norberto Vongal, – Conjunto Santos Dumont, nº 201
Marta Sateré: 9456-3921
Associação Comunidade Indígena Wanano-Cotiria (ACIWC)
Rua Platina, nº 155 – Nova Floresta. Vendas na Praça Tenreiro Aranha, no Centro de Manaus.
Maria do Camo Wanano: 9213-4922
Fonte: Departamento de Promoção dos Direitos Indígenas – Depi/Seind

terça-feira, 29 de julho de 2014

Seind e MJ finalizam oficinas de proteção dos conhecimentos tradicionais



Indígena de Tabatinga, onde a primeira oficina foi realizada, no  alto rio Solimões. Fotos: Chris Lopes (Depi/Seind)
Fruto de um convênio firmado em 2009 entre os governos estadual e federal, oito oficinas sobre “Marcos Legais de Proteção dos Conhecimentos Tradicionais” foram realizadas em comunidades indígenas, no período de julho de 2013 a maio deste ano, no Estado do Amazonas. A ação tratou de várias questões relacionadas ao tema e beneficiou aproximadamente 300 indígenas (de 22 povos), em oito municípios, por meio de uma atuação conjunta da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) com o Ministério da Justiça (MJ).

O cronograma de oficinas representa uma das etapas do projeto “Propriedade de saberes e afirmação da identidade étnica: interlocução dos marcos legais de proteção dos conhecimentos tradicionais”. O resultado do que foi discutido, com as contribuições dos próprios indígenas, já começou a ser registrado em um livro/catálogo, cujo lançamento deve ocorrer até dezembro deste ano. 

O material representa a última etapa do projeto, cuja ação direta é desenvolvida pela câmara técnica “Promoção dos Povos Indígenas – Perspectivas de Valorização do Patrimônio Sociocultural”, do Comitê Gestor de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a Fundação Nacional do Índio (Funai).

O trabalho começou em 2007, em algumas comunidades e a meta agora é realizar uma ação bem mais aprofundada, para atender um numero maior de indígenas em todo o Estado.

A primeira oficina sobre “Marcos Legais de Proteção dos Conhecimentos Tradicionais” no Amazonas foi realizada no fim de junho do ano passado em Tabatinga, e a última ocorreu entre os dias 22 e 24 de maio de 2014, na Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), localizada em São Gabriel da Cachoeira (a 858 quilômetros de Manaus).
Técnica do MJ apresenta conteúdo da atividade a indígenas de Tabatinga

Os outros municípios atendidos pela atividade foram Rio Preto da Eva, Humaitá, Parintins, Atalaia do Norte, Lábrea e São Paulo de Olivença.

Entendimento
Ao trabalhar com questões relacionadas ao direito de imagem e a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Seind tem procurado construir, de forma conjunta, um entendimento sobre o direito à consulta prévia que essas populações têm na tomada de decisões, não somente sobre conhecimentos tradicionais, mas em assuntos como saúde, divisão territorial e recursos naturais, por exemplo.   

Apesar de o tema ser novo, os indígenas não tiveram dificuldades em relacionar a legislação com as práticas tradicionais e expressões culturais do dia a dia deles nas comunidades.

A presença de tradutores da própria língua nativa e a participação das organizações também foram considerados fatores positivos durante a realização das oficinas.