Pesquisar este blog

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Seind e Upims iniciam parceria para capacitar indígenas em aldeias de Borba


Assembleia discutiu saúde, educação, sustentabilidade e fiscalização da terra indígena, além de propostas para capacitação dos indígenas. Fotos: Divulgação/Seind

Localizada no rio Canumã, no município de Borba (a 150 quilômetros de Manaus), a terra indígena Kwatá/Laranjal é mais uma das localidades do Estado que deverão receber cursos de capacitação em cooperativismo, associativismo e gestão, a partir de 2013. O objetivo é ajudar as comunidades indígenas daquela região do Amazonas a se organizar enquanto associação e realizar atividades que proporcionem benefícios dentro das próprias aldeias, com apoio técnico e financeiro do Governo do Estado.

A necessidade da realização dos cursos foi discutida esta semana com aproximadamente  100 indígenas, na aldeia Kwatá, durante a Assembleia Geral e Eletiva da União dos Povos Indígenas Munduruku e Sateré-Mawé (Upims).  

Em parceria com a organização e outras instituições, a Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) pretende proporcionar a realização dos cursos e possibilitar que os participantes tenham acesso a créditos e financiamentos, a exemplo do que já ocorre em outras comunidades indígenas. “Participamos da assembleia em Borba como apoio ao fortalecimento da organização, mas entendemos que essa parceria com a nova coordenação deve seguir por esse caminho também”, justificou o secretário em exercício da Seind, José Mário Mura. “Ficaremos no aguardo do convite da nova diretoria para planejar, de forma conjunta, os cursos e outras demandas para aquela região”, informou.
Secretário em exercício da Seind, José Mário, e o assessor Adail Munduruku (à esquerda dele), durante as discussões

Outro fator que pode ajudar para o sucesso dessa parceria é que a Seind tem intermediado e facilitado a vida dos indígenas em todo o Estado, junto ao Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), para que obtenham a Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP). “Com esse documento, quem vive em Kwatá/Laranjal poderá trabalhar com pesca e agricultura, por exemplo, com créditos oferecidos pela Afeam e recursos do próprio FPS, que é o Fundo de Promoção Social”, destacou José Mário.

Nova coordenação
Simultaneamente às discussões, que focaram temáticas importantes como saúde, educação e sustentabilidade, a assembleia em Borba elegeu Samuel Munduruku para novo coordenador geral da Upims e Diego Munduruku para vice. Durante os próximos quatro anos eles terão como parceiros de equipe o tesoureiro Mário Sateré, o secretário Alexandre Munduruku e o coordenador de rodízio, Flávio Sateré.       

Educação e cultura
Um dos pontos fortes do evento foi o debate acerca da educação. A preocupação é revitalizar o uso da língua nativa dentro das escolas. A proposta também faz parte das metas da Seind para os próximos anos e que serão executadas por meio do Comitê Gestor do Plano de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a Fundação Nacional do Índio (Funai). “As lideranças indígenas em Borba ficaram de discutir a valorização do uso da língua, tanto com os professores quanto com os próprios pais dos alunos, visto que é uma questão que está se perdendo e preocupa”, observou José Mário.
Acompanhada da coordenadora da Umiab, Raquel Munduruku, e de José Mário, esta indígena de quase 100 anos marcou presença no evento

Na contramão do problema, uma nova escola indígena de nível médio foi construída e será inaugurada em breve pelo Governo do Amazonas em Kwatá. “O local está bonito e todo equipado com ar-condicionado e computadores”, destacou o secretário.

Fiscalização
Outra ação importante destacada na assembleia refere-se à fiscalização, controle e proteção da terra indígena Kwatá/Laranjal. A Funai vai intensificar essa fiscalização, numa ação que também é prioritária dentro do Comitê Gestor de Atuação Integrada, de acordo com a Seind. 
Além de Seind e Funai, a assembleia também teve a participação de instituições como a União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (Umiab) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), que foi representada pelo coordenador, Marcos Apurinã. 
Secretário José Mário e o coordenador da Coiab, Marcos Apurinã (agachado), entre outras personalidades indígenas


           

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Seind socializa plano de atuação integrada em assembleia da Focimp


José Raimundo Lima, do povo Apurinã (ao microfone), foi eleito coordenador executivo da Focimp. Fotos: Divulgação/Seind

Aproximadamente 300 indígenas participaram da 2ª Assembleia Geral e Eletiva da Federação das Organizações Indígenas do Médio Purus (Focimp), entre os dias 12 e 14 deste mês, no município de Lábrea (a 703 quilômetros de Manaus). Questões como a situação da saúde indígena na localidade foram amplamente discutidas durante o evento, que também foi marcado pela eleição dos novos coordenadores da entidade e teve o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind).

Representada pelo secretário em exercício do órgão, José Mário Mura, a Seind participou dos debates e socializou, entre os participantes, as ações do Plano de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a Fundação Nacional do Índio (Funai), com destaque para as que estão previstas para o Purus, nos anos de 2012 e 2013. “Eles não conheciam o termo de cooperação técnica com a Funai, nem o comitê gestor, por isso tivemos de explicar como funciona”, disse o secretário. “Ajudamos na organização, na eleição, na orientação e fizemos parte da mesa, numa ação de apoio para o fortalecimento da Focimp”, justificou.  
Secretário em exercício da Seind, José Mário Mura falou do plano de atuação integrada com a Funai

A assembleia reuniu lideranças indígenas de Pauini, Tapauá, Beruri, Canutama e Lábrea, além de representantes de outras instituições governamentais e não governamentais, como Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), Prelazia de Lábrea, Operação Amazônia Nativa (Opan), Funai e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai)/Dsei-Médio Purus. “O evento oportunizou, às lideranças dos cinco municípios participantes, a exposição suas opiniões, questionamentos e sugestões acerca de assuntos como o comitê regional (Funai e povos indígenas), as dificuldades em relação ao atendimento na saúde, o processo de reestruturação da Funai e as ações a serem priorizadas pela Seind para os povos indígenas daquela região”, destacou a chefe do Departamento de Etnodesenvolvimento da Seind, Rose Meire Barbosa.  

Novos coordenadores
A Focimp foi criada em 2010, com a proposta de trabalhar pela melhoria da qualidade de vida do “Purus Indígena”. Formada por quatro coordenações regionais, a entidade atua nos municípios de Lábrea, Pauni, Canutama e Tapauá. 

Durante a assembleia realizada na aldeia Novo Paraíso, mais precisamente na terra indígena Caititu, os indígenas com direito a voto (secreto) elegeram José Raimundo Pereira Lima (do povo Apurinã) como coordenador executivo da Focimp. Para coordenadores regionais foram eleitos Antonio Matias de Souza (Lábrea), Valdecir Muniz Inácio Jamamadi (Pauini), Marlete Muniz Brandão (Canutama) e Valdimiro Farias da Silva Apurinã (Tapauá). A assembleia decidiu também pela inclusão do município de Beruri na jurisdição da Focimp.
Discussões abordaram também a saúde indígena na localidade

Comunidades participantes
Também participaram das discussões em Lábrea, indígenas das comunidades Terra Nova, Terra Santa, Vila Nova, Trevo, Sabazinho, Belo Monte, Crispim, Três Boca, São Clemente, Morada Nova, Terrinha, São José, Ilha da Onça, Boa Vista, São Domingos, Imbauba, São Francisco, Macedinho, Novo Paraíso, Estirão, Kamarapu, Aldeia Nova, Karuá, Jagunço 2, São José do Tacaquiri, Santo Antonio, São Raimundo, Ponta do Evaristo, São Sebastião, Japiim, Vista Alegre, Nova Fortaleza, Copaíba, Carapanã, Escondido, Nova Vida, Kasiriki, Sãkoã, Mipiri, Yopiã, Santa Rita, Araçá, Água Branca, São Pedro, Capurana, Vila da Paz, Saubinha, Kacuri, Nova Vista, Kasiri, São Benedito, São Lazaro, Santa Luzia, Cidadezinha, Shekuriha, Tucumã, Arapaçu, Santa Luzia, Guarani, Burutirana, Vera Cruz, São José do Catipari, Idecorá, Nova Esperança 2, Nova Bandeira, Arapaçuzinho, Ilha Verde, Jacamim, Pedreira do Amazonas, Curriã, Boa Esperança, Lago do Recurso, Cachoeira, São Jerônimo, Igarapé Branco, Ressaca da Onça, Bela Vista, e Samauma, pertencentes aos municípios de Pauini, Lábrea, Tapauá, Canutama e Beruri.
Participação de mulheres indígenas também foi positiva na assembleia

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Governo do Estado discute propostas para Política Nacional de Desenvolvimento Regional

Foto: Alfredo Fernandes
Abertura do evento foi nesta segunda-feira (17), na Fieam, em Manaus. Foto: Divulgação/Agecom
O desenvolvimento das potencialidades minerais e de um polo naval no Amazonas são algumas das propostas do Governo do Estado em discussão para serem incorporadas na Política Nacional de Desenvolvimento Regional, instrumento usado pelo Governo Federal para definir os projetos de expansão econômica dos Estados que vão receber investimentos para implantação a partir de 2013.

Os projetos começaram a ser debatidos nesta segunda-feira (17), na 1ª Conferência de Desenvolvimento Regional, realizada pela Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan) em parceria com o Ministério da Integração Nacional. Representantes da indústria, da agricultura, pesquisadores e a sociedade civil participam do evento que ocorre até quarta-feira (19), no auditório da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), avenida Joaquim Nabuco, nº 1.919, Centro.

Segundo o secretário de Estado de Planejamento, Airton Claudino, a meta é estabelecer projetos que aliem o desenvolvimento da economia local com a sustentabilidade dos recursos naturais, contemplando melhorias na infraestrutura de transporte, comunicação e o fomento a novas atividades para geração de emprego e renda.

“Os projetos devem incluir a população, respeitar o meio ambiente e possuir viabilidade econômica. A biodiversidade é uma das novas matrizes de desenvolvimento e precisamos de conhecimento mais aprofundado para materializar isso, convertendo em qualidade de vida para as pessoas”, disse.

Entre as propostas de destaque está a criação do Polo Naval e do Polo Mineral no Estado, afirma o secretário da Seplan. “Nós temos vários arranjos produtivos importantes em curso. A proposta é explorar nossas potencialidades com a criação de um Polo Mineral e outro Naval, entre outros. Na área mineral, poderemos explorar, principalmente, o potássio para fertilização atendendo ao Brasil. As outras propostas são no sentido de levar energia, melhorar a comunicação e a infraestrutura dos municípios”, frisou Claudino.

A Conferência é a etapa de consolidação das propostas do Amazonas. Nos meses de julho e agosto, o Estado promoveu as conferências microrregionais, realizando discussões em doze municípios para ouvir propostas. 
Amarildo Machado Tukano (assessor na Seind) participa como apoio técnico na conferência. Foto: Divulgação/Seind
No próximo mês, os Estados da região Norte vão se reunir no Pará para discutir as propostas da região e, em novembro, em Brasília, o Governo Federal reunirá 429 delegações de todo o Brasil para aprovar as principais propostas de cada região.

Fonte: Agência de Comunicação do Estado do Amazonas (Agecom)

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Governo do Amazonas realiza curso para habilitar indígenas na avicultura e suinocultura


Curso possibilitará que indígenas se qualifiquem na criação de galinha para postura. Foto: Divulgação
O Governo do Amazonas vai qualificar e habilitar produtores rurais indígenas que vivem em Coari (a 370 quilômetros de Manaus) a trabalhar com a criação e comercialização de galinhas e porcos no município, por meio do curso de Avicultura Básica e Suinocultura. Destinado a 30 indígenas tikuna da comunidade Paraná do Dururuá, o curso será realizado entre os dias 17 e 22 deste mês, por meio da parceria entre a Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).  

O objetivo é dar oportunidade para que essas famílias melhorem a qualidade dos produtos e possam inseri-los no mercado local com segurança alimentar e, consequentemente, ter perspectiva de aumento na própria renda. “Na avicultura, os participantes do curso são habilitados a trabalhar com galinha para postura, ou seja, na produção de criação de ovos”, informou o técnico do Departamento de Etnodesenvolvimento da Seind, Zuza Cavalcante, que é indígena do povo Mayoruna.

A atividade em Coari atende a um pedido da Associação do Povo Indígena Tikuna do Paraná do Dururuá (APITPAD) e faz parte das ações da câmara de número 4 do Comitê Gestor de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a Fundação Nacional do Índio (Funai), intitulada “Sustentabilidade Econômica dos Povos Indígenas”. “O Senar tem um termo de cooperação técnica com a gente e é uma das 52 instituições que compõem o comitê gestor, o que possibilita que realizemos ações como esta em localidades como Coari”, destacou Zuza.

Em agosto passado, o mesmo curso de avicultura foi realizado na comunidade São Jorge da Ponta da Castanha e beneficiou 30 indígenas tikuna de forma direta, no município de Alvarães (a 538 quilômetros de Manaus).

Certificado 
Ao final da capacitação em Paraná do Dururuá, os 30 indígenas beneficiados (entre homens e mulheres) receberão certificado profissional, expedido pelo próprio Senar, que tem validade em todo o território nacional.