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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Fórum discute a saúde indígena em Brasília no início de maio

A política indigenista para a Saúde no Brasil é um dos assuntos que serão abordados no Fórum Nacional de Conselhos Distritais de Saúde Indígena (Condisi), que será realizado entre os dias 2 e 6 de maio, em Brasília. Trinta e quatro conselhos vão estar representados no evento, inclusive o do Amazonas, por meio do secretário adjunto da Seind, José Mário Mura.
Esta é a segunda reunião do ano organizada pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). A primeira foi no último mês de março, também na capital federal.
Os participantes vão discutir, ainda, o novo regimento do Fórum Nacional, dos Conselhos Distritais e dos Conselhos locais de Saúde Indígena.
José Mário é o vice-presidente do Condise no Amazonas e vai aproveitar a passagem por Brasília para visitar os indígenas que participarão do “Acampamento Terra Livre”, considerado a maior mobilização indígena do Brasil, que ocorre entre os dias 2 e 5 de maio na Esplanada dos Ministérios, com a participação de mais de 800 lideranças.

  

Seind no Ação Global

A Seind foi convidada e vai participar da 18ª Edição do programa Ação Global em Manaus, no dia 14 de maio, entre 8h e 17h, no Clube do Trabalhador. O evento é organizado pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) em parceria com a Rede Globo de Televisão.
A secretaria vai ter uma tenda no local para expor produtos de artesanatos, mostrar vídeos, fotografias e baners. A atração cultural indígena será o grupo tikuna Djuena, do bairro Cidade de Deus, na Zona Leste de Manaus.  
O Ação Global oferece à comunidade em geral serviços nas áreas de cidadania, saúde, lazer, beleza e inclusão social.  
A participação da Seind visa estreitar, fortalecer e consolidar a parceria com o Sistema Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), iniciada durante a realização do Abril Cultural Indígena.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

‘Abril Cultural Indígena’ continua com festival no interior




O 4º Festival de Música Indígena do Alto Solimões será aberto nesta quinta-feira, dia 28, na comunidade Belém do Solimões, no município de Tabatinga (a 1.105 quilômetros de Manaus). O evento tem o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), e fecha as atividades do Abril Cultural Indígena no interior.

O objetivo é valorizar a cultura indígena e manter vivos os valores de quem habita a comunidade local, considerada a maior daquela região. Três mil pessoas são esperadas para prestigiar o festival, entre tikunas, kokamas, kanamaris, marubos, matis, mayorunas, kambebas, kaixanas, kulinas e witotos, de Atalaia do Norte, Benjamin Constant, São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá, Tonantins e Tabatinga. As primeiras atrações da primeira noite são a banda Caboclos do Amazonas e três itens da dança indígena Arara.

De acordo com o organizador do festival, frei Ricardo França, que é frade capuxinho e pároco da paróquia São Francisco de Assis (Belém do Solimões), durante as eliminatórias e à grande final também está programada a realização de rituais, danças e cantos indígenas. “Seis tikunas irão contar a história da cultura deles brevemente”, informou por telefone o religioso.

Todos os visitantes poderão conhecer bebidas tradicionais como pajuaru, caiçuma, xixá e outras. Para chegar a Tabatinga, o interessado pode de ir de barco, com viagens que duram de três a quatro dias, ou mesmo de avião. De Tabatinga para o local da festa, a duração média é de três horas. “Vale destacar que teremos outras apresentações, como o próprio teatro da mitologia, que retrata o surgimento de cada povo”, o frei. “O momento é de intensa valorização da cultura indígena”, acrescentou.

Além de apoiar, a Seind justifica a participação direta no evento como um dos itens de atenção dada pela secretaria às comunidades envolvidas. O órgão trabalha na criação de políticas para cidades indígenas e Belém do Solimões é uma delas.    

Os melhores do festival – entre eles a índia mais bela e o índio guerreiro – receberão prêmios como troféus e instrumentos musicais. Também serão premiadas as melhores exposições, que estarão à disposição do público numa feira de artesanato indígena erguida dentro do próprio evento. 

Outras atividades no interior
A programação do Abril Cultural Indígena também prevê para esta semana, na região do Madeira, apresentações culturais e torneios esportivos em Humaitá, com indígenas Parintintin, Tenharin e Munduruku. 

Ainda na região do Alto Solimões, a Seind apoiou outras atividades alusivas ao Dia do Índio e que fazem parte do Abril Cultural no interior do Estado. Um exemplo foi a Manifestação Cultural dos Povos Indígenas, realizada entre os dias 16 e 18 deste mês em Amaturá (a 910 quilômetros de Manaus), com a participação dos povos Tikuna, Kokama, Kambeba e Witoto.

Em São Paulo de Olivença foi realizado o 2º. Festival Cultural Indígena Paulivense (Fecip), com apresentações culturais nos dias 24 e 25 e beneficiamento direto de tikunas, kokamas, kaixanas e kambebas.

Entre os dias 17 e 23, o município de Lábrea (a 703 quilômetros de Manaus) sediou torneios de futebol, arco e flecha, passeatas e apresentações culturais, durante a 5ª. Semana Cultural dos Povos Indígenas do Médio Purus. Foram beneficiados indígenas dos povos Apurinã, Paumari, Jarawara, Jamamadi, Deni e Banawá. E alguns rituais puderam ser vistos em Nhamundá, no Baixo Amazonas, entre os dias 8 e 12 de abril, com o povo Hexkariano.

Contatos:
Frei Ricardo – (97) 3413-1034
Mendário (97) 9153-8586


Hexkaryanos pedem apoio ao Governo

Dez lideranças indígenas do município de Nhamundá, no baixo Amazonas, reuniram-se com a Secretaria de Governo (Segov) para pedir apoio para as comunidades daquela localidade. A Seind intermediou a conversa realizada no dia 1º de abril. Coordenada pelo presidente do Conselho Geral do Povo Hexkaryano, Arão Kurufumna, 34, a comissão solicitou equipamentos como motor marítimo, botes, caminhões, motor de luz e outros.

Os hexkaryanos de Nhamundá vivem especificamente da agricultura familiar e do comércio. São 1.200 indígenas de 90 famílias, divididas em 11 aldeias, que vivem a 36 horas do município. Para chegar a Manaus, a delegação passou dois dias viajando de barco. “Somos uma comunidade isolada, que ainda luta por atenção à saúde e à educação”, enumerou Arão.  

Além da Segov, os indígenas conversaram com outras instituições para pedir apoio. A Seind aproveitou a visita deles a vinda deles a Manaus para discutir a criação de projetos de sustentabilidade que deverão beneficiar o povo hexkaryano de Nhamundá.

Entre as outras lideranças presentes na reunião na Segov estiveram o tuxaua geral, David Teyfen; e o tuxaua da aldeia Porteira, Manoel Kaywana.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Jogos Interculturais Indígenas no Livramento

Com o tema “Manaus – A Grande Aldeia”, os jogos Interculturais Indígenas de Manaus vão ser disputados neste fim de semana (dias 30 de abril e 1º de maio) na comunidade do Livramento, zona Rural de Manaus. O evento faz parte das comemorações alusivas ao Dia do Índio, com abertura prevista para as 9h, no campo de futebol da localidade.
A competição terá disputa de cabo de guerra, peçonha (subir no pé de açaí), zarabatana, natação, arco e flecha e outros.
Simultaneamente às provas serão realizados rituais e venda de comidas e bebidas típicas, além de uma feira de artesanato.
Três barcos estarão à disposição dos interessados em participar dos Jogos. A saída é às 8h da Marina do Davi.
Informações: 3638-6457   

Homenagem e reflexão na ALE e festa na Arena Amadeu Teixeira para os indígenas

                                                            Fotos: Isaac Júnior e Chris Lopes                        
Deputados W. Régis e C. Sampaio e o sec. da Seind, Bonifácio José, na ALE


O Governo do Amazonas – por meio da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) – encerrou, no dia 19 de abril (terça-feira), na Arena Amadeu Teixeira, as atividades da capital do Abril Cultural Indígena. O campeão do torneio de futsal masculino foi a Seind, com a vitória na final por 2 a 1 sobre a Associação Sateré Y´apyrehyt (do bairro Redenção), que significa Terceira Luva Tucandeira. Manoel Júnior e Francisco Silva marcaram os gols da vitória, enquanto Francisco Filho descontou para os saterés.

No feminino, o título ficou com a Associação Kokama Indígena de Manaus, do bairro Mauzinho, na Zona Leste, que derrotou a Associação das Mulheres Indígenas de Manaus (Aima), por 1 a 0, com gol da indígena Liliane Natali, de 16 anos.

Após a entrega de troféus e medalhas aos campeões, feita pelos secretários da Seind, Bonifácio José Baniwa; e da Juventude, Desporto e Lazer, Júlio César, o Abril Cultural na Arena Amadeu Teixeira foi encerrado com a apresentação cultural dos grupos indígenas Inhã-Bé-Curin, Waykyru e Wotchimaücü. “Agradecemos a participação de todos os indígenas e que o próximo evento seja melhor ainda”, comemorou Bonifácio José.

No somatório dos pontos, nos dois dias de competição, Wotchimaucu levou a melhor sobre os demais.

A terça-feira começou com homenagens na Assembleia Legislativa, com a entrega do certificado “Amigos dos Indígenas” a lideranças como Sônia Guajajara (vice-coordenadora da Coiab), Pedro Inácio Tikluna (liderança, representada pelo técnico da Seind, Sinésio Izack Tikuna) e Ademir Ramos (mestre em Antropologia). Outro homenageado foi Manoel Fernandes Moura, do povo Tukano, que estã em Tabatinga e foi representado pela esposa, Maria Verônica.

De acordo com Sônia Guajajara, “é importante não só se discutir as políticas públicas. É preciso que os povos indígenas participem da tomada de decisões. “Precisamos ter acesso ao orçamento público da União”, observa. Para a liderança, essa homenagem que a Coiab recebeu deve ser estendida para as milhares de famílias indígenas que moram nas cidades. Sônia destacou, ainda,  que essas famílias, mesmo longe das aldeias, conservam suas culturas e passam por todas as dificuldades. “É necessário que essa casa reconheça o papel dos povos indígenas, pois sabemos que muitos deputados aqui não apóiam a causa indígena”, finalizou.

Otacila Barreto Tukano, que representou a Gerência de Educação Indígena da Seduc), aproveitou o momento para lembrar que, as comemorações pela passagem do Dia do Índio tinham um motivo especial para todos os povos do Amazonas. E aproveitou para mandar também um recado aos parlamentares presentes na sessão. “Fazemos parte dessa sociedade há muito tempo e queremos respeito, porque não estamos mais atrás, e sim tentando viver melhor junto às sociedades não indígenas”, disse. “Queremos que vocês criem leis em benefício das populações indígenas”, acrescentou ela, cuja gerência desenvolve um trabalho de Educação Indígena em oito municípios, com o apoio de 15 pessoas.

O Abril Cultural Indígena começou no dia 8 deste mês, com exposição de artesanato, danças e cantos nativos, competições esportivas, oficinas e seminários que abordaram vários temas, inclusive o empreendedorismo indígena. A de artesanato continua até o próximo dia 28, no holl da Assembléia Legislativa.
Interior
As atividades prosseguem até o dia 3 de maio, nos municípios das regiões do Médio Purus, Alto Solimões, Madeira e Baixo Amazonas. Até o dia 23, competições esportivas movimentam indígenas de Lábrea. Nos dias 24 e 25, São Paulo de Olivença realiza apresentações culturais, com o 2º. Festival Indígena Paulivense. Entre 28 de abril e 3 de maio, Tabatinga realiza o 4º. Festival de Música Indígena do Alto Solimões.

O projeto busca estimular o reconhecimento e a valorização da cultura dos povos indígenas do Amazonas, com o fortalecimento da identidade e a promoção da sustentabilidade econômica de cada um.

O evento tem a parceria de instituições como a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e  de órgãos como as Secretarias de Estado da Assistência Social (Seas), de Cultura (Sec), da Educação (Seduc) e de Desporto (Sejel).

Seminários
As competições esportivas em Manaus começaram no dia 18, na Vila Olímpica de Manaus, envolvendo disputa de corrida com saco, arco e flecha, cabo de força, entre outras. O Abril Cultural também teve palestras em escolas e universidades, com o intuito de divulgar a cultura indígena e de abordar temáticas relacionadas, além das ações do Governo do Estado para os povos indígenas.

Ao encerrar o evento na capital, a Seind espera ter estimulado o intercâmbio cultural entre indígenas e não-indígenas, contribuindo para o respeito mútuo de suas peculiaridades; promover e fortalecer a identidade cultural, reconhecendo e valorizando a importância histórica dos povos indígenas para a sociedade brasileira; e contribuído para a sustentabilidade econômica dos povos indígenas.
 

 Equipe Seind, campeã invícta do futsal masculino 
                                                                                       




                                                            

Assoc. Kokama (de branco), campeã no feminino 




 


  
   
Kurumins participaram com dança tradicional


 
    






 Entrega do certificado Amigo dos Indígenas
  
   
 





Apresentação cultural abrilhantou o encerramento





                  

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Indígena Mura é o destaque no primeiro dia de atividade esportiva do Abril Cultural

Corrida com saco, cabo de força, atletismo, arco e flecha e natação deram início às atividades esportivas do Abril Cultural Indígena, nesta segunda-feira (18), na Vila Olímpica de Manaus. A abertura do evento foi pela manhã, com as presenças do secretário em exercício da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), José Mário Mura, e do titular da Secretaria de Estado da Juventude, Desporto e Lazer, Júlio César Soares. Ambos falaram da importância do evento e da presença dos indígenas na disputa, um dia antes em que se comemora mais um Dia do Índio.

A solenidade teve também a presença do grupo indígena Yapyreth e a interpretação do Hino Nacional em língua nativa pela cantora Denise Tikuna.

Aproximadamente 400 pessoas, de 11 associações e mais de 15 povos participaram do evento, que terminou por volta das 15h.

A primeira competição do dia foi o atletismo, com os 100 metros livres para mulheres. O destaque foi Sara Ramos Mura, 30, da organização Iaphyry, localizada no bairro Redenção, Zona Centro-Oeste. Além de vencer a prova com o tempo de 16seg80, ela também foi levou a melhor na corrida com saco feminino, com 5seg80.

Sara é mãe de três filhos, mesmo assim mostrou que tem fôlego de sobra para competir. Natural de Borba, ela vive em Manaus desde os 12 anos, onde também joga futebol e trabalha com artesanato indígena. “Eu gosto de jogar”, disse. “Meu marido disputou a corrida de saco, mas não teve muita sorte e acabou tombando”, brincou.

A disputa dos 100 metros rasos masculino teve como campeão Erico Souza dos Santos Sateré, que fechou a prova com o tempo de 12seg47. O indígena de 23 anos é da Associação Waikiru, também da Redenção., e foi um dos destaques da seleção de Manaus na Copa de Futebol Indígena, realizada em dezembro de 2009, durante o Fórum Amazonas Indígena (Forind). “Estou sempre participando desse tipo de evento e amanhã (hoje) vou competir no futsal”., garantiu.

Érico, que é de Barreirinha, no rio Andirá, referiu-se aos jogos de futsal que vão ser disputados nesta terça-feira (19), a partir das 8h50, na Arena Amadeu Teixeira, como sequência das atividades esportivas do Abril Cultural Indígena.    

Nas provas coletivas, o destaque foi para a Associação das Mulheres Indígenas de Manaus, que venceu por 2 a 0 os indígenas da Waikiru. Ela ficou emocionada com a conquista e prometeu voltar na próxima competição. “É uma boa oportunidade estar aqui, pelo menos uma vez por ano está bom demais.

A sateré-mawé Maria do Carmo, que completa 56 anos no próximo dia 5, precisou de dez tentativas para acertar o alvo e vencer no arco e flecha.  

Feirinha de Artesanato
Quem foi à Vila Olímpica nesta segunda-feira pôde conferir também a feirinha de artesanato indígena, montada na área próxima à pista de atletismo. Dona Artemis Marcolino Tikuna estava no local desde as 8h da manhã e, por um bom motivo, não teve tempo de acompanhar as competições. Na barraca tinha de tudo, desde o colar mais simples à bolsa de tucum. “Trabalho há dez anos com artesanato indígena, desde os tempos da feira Puka-há, na Praça da saudade”, informou.    

Informações sobre o Abril Cultural
O Abril Cultural Indígena é organizado pela Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) e parceiros em comemoração ao Dia do Índio (19/04). A abertura do evento foi no dia 8 de abril, em uma solenidade realizada no Palacete Provincial. A programação continua até o dia 3 de maio, com atividades também no interior do Amazonas.

O projeto Abril Cultural Indígena visa estimular o reconhecimento e a valorização da cultura dos povos indígenas do Amazonas, com o fortalecimento da identidade e a promoção da sustentabilidade econômica de cada um. Simultaneamente à programação da capital, as atividades se estendem aos municípios das regiões do Médio Purus, Alto Solimões, Madeira e Baixo Amazonas.


 

Atividade de sábado do Abril Cultural discutiu a construção da Política Nacional de Gestão Ambiental das Terras Indígenas

A gestão ambiental de Terras Indígenas; a criação, implementação e gestão de Unidades de Conservação no Estado do Amazonas para conservação de áreas naturais;  pagamentos por serviços ambientais e mudanças climáticas: como as Terras Indígenas se inserem nesse contexto? Estes foram alguns dos assuntos discutidos durante o seminário "Gestão Ambiental e Territorial de Terras Indígenas no Amazonas: Perspectivas, Experiências e Desafios", realizado neste sábado (18), no Auditório da Defensoria Pública do Estado (DPE), no Centro de Manaus.
O evento faz parte da programação do Abril Cultural Indígena – organizado pela Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) e parceiros – e teve a participação de lideranças de vários povos, técnicos de órgãos estaduais, federais e de instituições públicas, preocupados em discutir o alcance do processo de construção da Política Nacional de Gestão Ambiental das Terras Indígenas (PNGATI).
A participação e o papel dos povos indígenas é de vital importância no processo, conforme a proposta do tema em debate, com base nas perspectivas da política, nos resultados e experiências técnicas que há em níveis estadual e regional sobre a gestão territorial e ambiental de Terras Indígenas e na relação dela com  outras tipologias de áreas protegidas.
A programação foi aberta pelo secretário de Estado para os Povos Indígenas, Bonifácio José Baniwa, que destacou a participação do Governo do Amazonas, por meio da Seind, no diálogo com as comunidades indígenas; e a importância desse tipo de discussão entre indígenas e não indígenas.
Também participaram do encontro e compuseram a mesa, a vice-coordenadora da Coordenação das Organizações da Amazônia Brasileira (Coiab), Sônia Guajajara; a coordenadora geral de Gestão Ambiental da Fundação Nacional do Índio, Marcela Menezes; os professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Ivani Faria e Rogério Fonseca; e o representante do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Francisco Loebens.
De acordo com Marcela Menezes, são contemplados nos objetivos específicos do PNGATI a proteção de terras e recursos naturais; governança e participação indígena; entorno e etnozoneamento; terras indígenas, áreas protegidas, unidades de conservação; povos indígenas em isolamento voluntário e povos de fronteira; proteção intelectual e patrimônio genético; capacitação e formação para implementação da PNGAT; recuperação de áreas degradadas; uso sustentável dos recursos naturais.
As políticas atuais voltadas para os povos indígenas na questão da terra atingem apenas 13% do território brasileiro. Para a Funai, por esse e outros motivos o Congresso Nacional tem que votar logo o novo Estatuto para os Povos Indígenas. “O Ministério da Justiça tem que correr atrás disso”, insistiu Marcela.
Questionada se ainda prevalece a tutela do Estado Nacional sobre os indígenas, apesar dela ter sido "extinta" com a Constituição de 1988, Marcela foi enfática: “Não há mais tutela, pelo menos jurídica, e os indígenas são cidadãos brasileiros”, argumentou. “Precisamos avançar em práticas em benefício dos povos indígenas”, acrescentou.
A gerente das Mulheres da Seind, Miquelna Barreto, observou que ainda não há uma participação natural das mulheres indígenas no processo de discussões. Tal conclusão foi compartilhada com Sônia Guajajara. "Nossa participação é por meio de cotas", observou. “Queremos que nossa presença se dê pelo poder de contribuição que temos, não apenas para fazer número”, criticou.
A preocupação do Cimi vai além das fronteiras. De acordo com Francisco Loebens, a instituição vai lançar uma publicação nos próximos dias sobre a situação de indígenas que ainda vivem isolados no Estado. Eles estariam na região de fronteira, nas áreas de desmatamento. Segundo os números apontados por Francisco, seriam 137 povos em toda a América do Sul, sendo 90 deles habitantes da Amazônia.
Para o representante do Cimi, que destacou a história de luta e de apoio aos indígenas,  a concepção de terra indígena tem que ser contemplada na questão das políticas públicas. Há muitas situações de que esses povos precisam de área de proteção sob o risco de serem exterminados. "Deveria se pensar em políticas públicas como uma unificação do espaço", observou.
Diálogos e Experiências
A programação continuou à tarde com o tema "A PNGATI e iniciativas em Gestão Territorial e Ambiental em Áreas Protegidas: Diálogos de Experiências. A coordenação do painel ficou a cargo da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS).
Vários temas foram discutidos, entre os quais os Planos de Gestão como instrumentos de participação e protagonismo indígena nos processos de Gestão Territorial e Ambiental (Toya Manchineri, do Acre, representante da Coiab no PNGAT); apresentadas pesquisas feitas sobre Gestão de Territórios e Áreas Protegidas (PNCSA/Ufam/UEA); experiências do Instituto Socioambiental (ISA) na Gestão Ambiental de Terras Indígenas; criação, implementação e gestão de Unidades de Conservação: Experiências do Estado do Amazonas para conservação de áreas naturais, contadas pelo Centro de Unidades de Conservação (CEUC/SDS); pagamentos por serviços ambientais e mudanças climáticas: como as Terras Indígenas se inserem nesse contexto?
Mais debate
A programação de palestras e seminários do Abril Cultural Indígena prossegue nesta segunda-feira (18) e na terça-feira (19), a partir das 10h, no Espaço da Cidadania Ambiental (Ecam), localizado no terceiro piso do Manauara Shopping. As atividades começam na segunda com a palestra "Violência, Drogas e Homofobia, ministrada pela Secretaria de Estado da Justiça e Direitos Humanos (Sejus). Às 14h15 será a vez do tema Juventude Indígena: Direitos e Cidadania, ministrado por Delio Alves, do Movimento dos Estudantes Indígenas do Estado do Amazonas (Meiam).

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Abril Cultural começa no Ecam

O grupo indígena Wotchimaücü resgatou um pouco da essência da música tikuna e abriu, em grande estilo, as atividades de palestras, seminários e exposição de artesanato do Abril Cultural Indígena no Espaço da Cidadania Ambiental (Ecam), no terceiro piso do Manauara Shopping. A apresentação foi na manhã desta sexta-feira (15) e antecedeu ao debate sobre empreendedorismo indígena, realizado durante todo o dia.
Após o pronunciamento do secretário de Estado para os Povos Indígenas, Bonifácio José Baniwa, os servidores da Seind e outros participantes indígenas e não indígenas assistiram a palestra sobre os programas e serviços oferecidos pela Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), ministrada pela professora Simônica de Carvalho.
Destinada representantes de associações, emprendedores e estudantes indígenas, além dos não indígenas, a palestra foi a oportunidade que todos tiveram de conhecer os programas e serviços oferecidos pelo Sistema Fieam, com o intuito de verificar as oportunidades de qualificações profissionais e os meios de acesso para cada um deles.
Programas de serviços oferecidos por centros de negócios como o CIN e o Cide – pouco conhecidos no meio indígena – tem estimulado o empreendedorismo com investimentos e captação de recursos, de acordo com Simônica.
O Sistema Fieam é composto por 27 sindicatos patronais, que representam os setores econômicos da Indústria, o que não representa que os indígenas também não possam ser beneficiados com os serviços oferecidos pelo sistema, de acordo com Simônica. “Podemos levar serviços de saúde, educação e até a Cozinha Brasil às comunidades e aldeias”, destacou. “Estamos conhecendo os programas, numa primeira conversa, para depois vermos de que forma poderemos trabalhar em parceria com a Fieam para que esses benefícios também cheguem aos indígenas”, informou o secretário adjunto da Seind, José Mário Mura.
Líder do grupo Wotchimaücü, da comunidade indígena do bairro Cidade de Deus, na Zona Leste de Manaus, Reginaldo LucianoTikunagostou da palestra e acenou com a possibilidade de solicitar, por meio da Seind, a ida do Cozinha Brasil até o local. “Eu não sabia que existia esses serviços, mas agora podemos aproveitar para levar até lá”, disse o indígena.

Estudantes indígenas
A programação do Abril Cultural no Ecam continuou à tarde, com a palestra Empreendedorismo – Oportunidades para Indígenas, com o professor Eli Camilo, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Entre o público presente no auditório do Ecam, destaque para um grupo de estudantes indígenas do Centro Amazônico de Formação Indígena (Cafi).   
Atividades do sábado
Depois de discutir e conhecer mais sobre empreendedorismo, os indígenas participam, neste sábado (16), a partir das 8h, no Auditório da Defensoria Pública do Estado (DPE), do Seminário Gestão Ambiental e Territorial de Terras Indígenas no Amazonas: Perspectivas, Experiências e Desafios. O objetivo é discutir o alcance do processo de construção da Política Nacional de Gestão Ambiental das Terras Indígenas (PNGATI), a participação e o papel dos povos indígenas, as perspectivas da política, resultados e experiências técnicas existentes em níveis estadual e regional sobre a gestão territorial e ambiental de Terras Indígenas e sua relação a outras tipologias de áreas protegidas.
A Defensoria Pública funciona na rua 24 de Maio, 321, Centro de Manaus, próximo ao Edifício Cidade de Manaus, em frente ao Banco do Brasil.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Seind apresenta proposta de projeto para o BNDES

 Guilherme Accioly (à esquerda) e o secretário da Seind, Bonifácio José (de azul) 


O projeto Fortalecimento Institucional e da Gestão Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Indígenas no Amazonas esteve na pauta da reunião realizada no dia 14 de abril, na sede do Centro Amazônico de Formação Indígena (Cafi), em Manaus, entre a Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) com representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES).

Além de apresentar o programa de Governo desenvolvido pela Seind junto aos povos indígenas e as ações e programas para os próximos quatro anos, o titular da  Seind, Bonifácio José Baniwa, entregou ao gerente do Departamento de Gestão do Fundo Amazônia do BNDES, Guilherme A. Accioly, a proposta da Gestão Ambiental e Terrirorial das Terras Indígenas no Estado
O objetivo da proposta do projeto é promover a gestão ambiental de Terras Indígenas e apoiar atividades produtivas sustentáveis dos povos indígenas, com vistas à geração de emprego e renda e a inclusão social.
Entre os municípios a serem atendidos pelo projeto estão Alvarães, Autazes, Atalaia do Norte, Boca do Acre, Humaitá, Jutaí, Lábrea, Manicoré, Maraã, Maués, Nova Olinda do Norte, Nhamundá, Pauini, Rio Preto da Eva e Tefé. Aproximadamente 24 mil indígenas deverão ser beneficiados, um universo de quase 35 mil indígenas.
 Municípios e regiões a serem atendidos pelo projeto:
MUNICÍPIO
REGIÃO
 INDÍGENAS
BENEFICIADOS
01
Alvarães
Triângulo Jutaí/Juruá/Solimões
1.580

1.250
             02
Autazes
Rio Negro Solimões
1.543

1.200
03
Atalaia do Norte
Vale do Javari
4.086
2.900
04
Boca do Acre
Médio Purus
1.485
730
05
Humaitá
Alto Madeira
1.989
1.600
06
Jutaí
Triângulo Jutaí/Juruá/Solimões
2.281

1.800
07
Lábrea
Purus
3.211
2.600
08
Manicoré
Alto Madeira
2.580
2.000
09
Maraã
Triângulo Jutaí/Juruá/Solimões
968

360
10
Maués
Baixo Amazonas
3.508
1.500
111
Nova Olinda do Norte
Baixo Madeira
4.585
2.500
12
Nhamundá
Baixo Amazonas
837
450
13
Pauini
Médio Purus
4.400
3.500
14
Rio Preto da Eva
Região Metropolitana

280

180
15
Tefé
Triângulo Jutaí/Juruá/Solimões

1.565

980
Total
34.888
23.550


Fonte: Seind

--
         Informações:
        Isaac Júnior
       Ascom/Seind
 3305-2407/8817-8239