Assembleia discutiu saúde, educação, sustentabilidade e fiscalização da terra indígena, além de propostas para capacitação dos indígenas. Fotos: Divulgação/Seind |
Localizada
no rio Canumã, no município de Borba (a 150 quilômetros de Manaus), a terra
indígena Kwatá/Laranjal é mais uma das localidades do Estado que deverão receber
cursos de capacitação em cooperativismo, associativismo e gestão, a partir de
2013. O objetivo é ajudar as comunidades indígenas daquela região do Amazonas a
se organizar enquanto associação e realizar atividades que proporcionem
benefícios dentro das próprias aldeias, com apoio técnico e financeiro do
Governo do Estado.
A
necessidade da realização dos cursos foi discutida esta semana com aproximadamente
100 indígenas, na aldeia Kwatá, durante a
Assembleia Geral e Eletiva da União dos Povos Indígenas Munduruku e Sateré-Mawé
(Upims).
Em
parceria com a organização e outras instituições, a Secretaria de Estado para
os Povos Indígenas (Seind) pretende proporcionar a realização dos cursos e possibilitar
que os participantes tenham acesso a créditos e financiamentos, a exemplo do
que já ocorre em outras comunidades indígenas. “Participamos da assembleia em
Borba como apoio ao fortalecimento da organização, mas entendemos que essa
parceria com a nova coordenação deve seguir por esse caminho também”, justificou
o secretário em exercício da Seind, José Mário Mura. “Ficaremos no aguardo do
convite da nova diretoria para planejar, de forma conjunta, os cursos e outras
demandas para aquela região”, informou.
Secretário em exercício da Seind, José Mário, e o assessor Adail Munduruku (à esquerda dele), durante as discussões |
Outro
fator que pode ajudar para o sucesso dessa parceria é que a Seind tem intermediado
e facilitado a vida dos indígenas em todo o Estado, junto ao Instituto de
Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas
(Idam), para que obtenham a Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP). “Com esse documento, quem vive em
Kwatá/Laranjal poderá trabalhar com pesca e agricultura, por exemplo, com créditos
oferecidos pela Afeam e recursos do próprio FPS, que é o Fundo de Promoção
Social”, destacou José Mário.
Nova
coordenação
Simultaneamente
às discussões, que focaram temáticas importantes como saúde, educação e
sustentabilidade, a assembleia em Borba elegeu Samuel Munduruku para novo coordenador
geral da Upims e Diego Munduruku para vice. Durante os próximos quatro anos
eles terão como parceiros de equipe o tesoureiro Mário Sateré, o secretário
Alexandre Munduruku e o coordenador de rodízio, Flávio Sateré.
Educação
e cultura
Um
dos pontos fortes do evento foi o debate acerca da educação. A preocupação é revitalizar
o uso da língua nativa dentro das escolas. A proposta também faz parte das
metas da Seind para os próximos anos e que serão executadas por meio do Comitê
Gestor do Plano de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a Fundação
Nacional do Índio (Funai). “As lideranças indígenas em Borba ficaram de
discutir a valorização do uso da língua, tanto com os professores quanto com os
próprios pais dos alunos, visto que é uma questão que está se perdendo e
preocupa”, observou José Mário.
Acompanhada da coordenadora da Umiab, Raquel Munduruku, e de José Mário, esta indígena de quase 100 anos marcou presença no evento |
Na
contramão do problema, uma nova escola indígena de nível médio foi construída e
será inaugurada em breve pelo Governo do Amazonas em Kwatá. “O local está
bonito e todo equipado com ar-condicionado e computadores”, destacou o
secretário.
Fiscalização
Outra
ação importante destacada na assembleia refere-se à fiscalização, controle e
proteção da terra indígena Kwatá/Laranjal. A Funai vai intensificar essa
fiscalização, numa ação que também é prioritária dentro do Comitê Gestor de
Atuação Integrada, de acordo com a Seind.
Além de Seind e Funai, a assembleia também teve a participação de instituições como a União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (Umiab) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), que foi representada pelo coordenador, Marcos Apurinã.
Secretário José Mário e o coordenador da Coiab, Marcos Apurinã (agachado), entre outras personalidades indígenas |
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