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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Seind completa três anos de forma integrada e fortificada com planejamento estratégico




Secretário Bonifácio José (primeira foto) está desde o fim do mês de março de 2010 à frente da Seind. Abaixo, alguns servidores em atividades da secretaria. Fotos: Divulgação/Seind 

Por: Isaac Júnior

A Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) completa três anos neste sábado (8) e contabiliza, de forma positiva, os avanços alcançados no período. O principal deles é a formulação de ações que garantam a autonomia, o etnodesenvolvimento e a sustentabilidade de 64 povos, que já são executadas por meio do Plano de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a Fundação Nacional do Índio (Funai).

A meta do “Comitê Gestor Indígena”, que foi instalado em julho do ano passado e é formado por 52 instituições parceiras, entre as quais a própria Seind, é trabalhar essas ações dentro de quatro anos, mas com visibilidade até 2022. Nesse sentido, o órgão precisou criar o seu próprio planejamento estratégico, com apoio da Cooperação Técnica GIZ, para dar mais agilidade às ações do Plano de Atuação Integrada.

O objetivo é proporcionar benefícios aos indígenas nas áreas de educação, saúde, meio ambiente, manejo de recursos naturais, pesquisa, esporte, cultura, infra-estrutura, fomento, desenvolvimento regional, entre outros. “O plano de trabalhado do comitê já foi aprovado pelas lideranças das organizações no final de 2011 e atende às aspirações das próprias comunidades indígenas”, destaca o titular da Seind, Bonifácio José Baniwa.

A próxima grande ação do comitê é a realização da 3ª Conferência dos Pajés, prevista para novembro, em Manaus. Uma das propostas do evento, que foi realizado pela primeira vez em 2002, é possibilitar a troca de experiência entre conhecimento tradicional e científico.
Plano de Atuação Integrada com a Funai completou um ano e é um dos grandes avanços 
A Seind foi criada pela Lei número 3.403, de 7 de julho de 2009 com base na política de etnodesenvolvimento, na qual os povos indígenas têm suas opiniões, aspirações e interesses respeitados. Em síntese, o processo de inclusão e participação é definido a partir dos próprios indígenas, que decidem sobre o seu destino histórico, com apoio técnico e financeiro do governo para cada tipo de projeto a ser desenvolvido.
“São políticas que estão amparadas na Constituição Federal de 1988, nas Declarações das Nações Unidas, na Convenção 169 e que são a base de orientação das políticas do Governo do Estado”, afirma Bonifácio José, que é ex-presidente da extinta Fundação Estadual dos Povos Indígenas (Fepi) e está à frente da Seind desde o fim de março de 2010. A secretaria tem 38 servidores (metade formada por indígenas) e funciona à rua Bernardo Ramos, 179, Centro de Manaus.

Política supera uma década
Vários avanços significativos foram alcançados na política do Governo do Estado com os povos indígenas ao longo dos últimos dez anos. Na educação, por meio da parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), garantiu-se o aumento do número de escolas em terras indígenas (hoje são em torno de 26), além de formação de professores, cotas de estudantes, curso superior específico e intercultural. “Hoje temos uma professora, a Alva Rosa, na Gerência de Educação Escolar Indígena da Seduc”, observa Bonifácio José.
Amarildo Maciel e Alva Rosa (à direita), indígenas na linha de frente da Educação Escolar Indígena do Amazonas. Foto: Divulgação/Seduc

Na área de saúde, a Seind tem atuado ao lado de parceiros como a Susam e a FVS, na criação de programas como o de combate à malária, por exemplo. No campo da pesquisa, a secretaria tem como aliados o Inpa, a Sect e a Fapeam, para ações no pescado, turismo e artesanato.
Apoio ao artesanato tem sido fundamental. Produtos vêm de várias regiões do Estado,  entre elas o alto rio Solimões

Outros avanços importantes são os créditos e financiamento oferecidos pela Afeam e o Fundo de Promoção Social (FPS), que possibilitaram e ainda possibilitam a criação de centros de comercialização, casa de farinha e o transporte para artesãos, pescadores, pequenos comerciantes e agricultores indígenas.

No âmbito da atenção social, em 2012 o Governo do Amazonas chegou a comunidades indígenas por meio do Barco PAI, da Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), para retirada de documentação básica e execução de programas sociais.       

“Em termos de produtos e assistência técnica, tivemos avanços com a criação da gerência de agricultura, com atividades voltadas à agricultura familiar indígena dentro a Sepror. Isso era uma antiga reivindicação, desde os tempos da Fepi, e hoje essa gerência é coordenada pela ex-diretora técnica da própria Fepi, a Mariazinha”, informa o secretário da Seind. “Temos 15 técnicos indígenas contratados para atender nos municípios, num programa que ainda vai crescer muito”, acrescenta.
Maria Monteiro, conhecida como Mariazinha (em pé , ao lado do secretário adjunto da Seind, José Mário Mura)  está  na gerência de Agricultura Familiar Indígena da Sepror

Outras conquistas
No campo da pesquisa, o órgão tem trabalhado com a produção de conhecimento para uma ciência aplicada, da forma institucional ou interagindo com outras instituições.

Na questão jurídica, a secretaria facilitou a vida dos indígenas, com atendimento integrado e centralizado na própria sede feito por meio do Termo de Cooperação Técnica com a Defensoria Pública da União no Amazonas (DPU), a Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE) e a Procuradoria Federal no Estado do Amazonas. O atendimento é feito todas as sextas-feiras e abrange causas comuns como homicídios, lesões corporais e pensão alimentícia; as que envolvem benefícios previdenciários (aposentadoria e pensão por morte indígena) e criminais federais; ações dos direitos individuais homogêneos ou coletivos, como as relacionadas ao patrimônio cultural e religioso e às questões fundiárias são atribuições da Procuradoria Federal.
Atendimento jurídico completa dois anos no próximo mês de outubro

O acesso dos indígenas à Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP) teve um aumento de 100%, nos seis primeiros meses deste ano no Amazonas, em comparação com o mesmo período do ano passado. Aproximadamente 330 DAPs foram expedidas, contra 159 de 2011. A Seind funciona como órgão intermediador para a liberação do documento a essas populações junto ao Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam).

Metas
Para desenvolver a estratégia de integrar programas e ações com órgãos estaduais e federais, por meio do Plano de Atuação Integrada com a Funai, a Seind pretende executar, até 2015, um plano de gestão ambiental; discutir e articular parcerias para a implementação do Programa de Compensação Ambiental em terras indígenas; trabalhar o turismo; implantar o Parque Temático Indígena para durante e depois da Copa, entre outras ações.

Outra meta para valorizar a proteção dos conhecimentos e expressões culturais dos povos indígenas está voltada para a revitalização das culturas indígenas nas seis principais mesorregiões, com a promoção de seminários, construção de centros de referência cultuais e intercâmbio de conhecimentos tradicionais nas áreas críticas.
Outros avanços nos últimos anos
             · Implantação e execução de programas do Governo Federal, como por exemplo os seis projetos no Território da Cidadania, com apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)
        · Cinco projetos no Programa de Organização da Cadeia  Produtiva de Castanha, com apoio FPS (Manicoré, Marajaí, Heskariana)
          · Projeto de Arranjo Produtivo de Artesanato no Alto Solimões, Javari, Médio Purus (MJ/MI)
       · Programa de Valorização de Cultura com apoio da SEC, Sejel, Seduc, Afeam, Caixa Econômica, Suframa, Banco do Brasil, Inpa e UEA
          · Semana dos Povos Indigenas
          · Copa Indígena
          · Jogos Indígenas
          · Conferências de Pajés
          · Conhecimento Tradicional e propriedade intelectual.

Próximas ações
·         Realizar a Oficina de Manejo Florestal em Humaitá, ainda neste mês de setembro, na localidade conhecida como Tenharín Marmelo.
·         Realizar a 3ª Conferência dos Pajés, em novembro deste ano, em Manaus
·         Oferecer cursos de Mecânica de Motor (rabeta) e de Associativismo e Cooperativismo.
Fonte: Seind

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