Indígena de Tabatinga, onde a primeira oficina foi realizada, no alto rio Solimões. Fotos: Chris Lopes (Depi/Seind) |
Fruto de um convênio firmado em 2009 entre os
governos estadual e federal, oito oficinas sobre “Marcos Legais de Proteção dos
Conhecimentos Tradicionais” foram realizadas em comunidades indígenas, no
período de julho de 2013 a maio deste ano, no Estado do Amazonas. A ação tratou
de várias questões relacionadas ao tema e beneficiou aproximadamente 300
indígenas (de 22 povos), em oito municípios, por meio de uma atuação conjunta
da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) com o Ministério da
Justiça (MJ).
O cronograma de oficinas representa uma das etapas
do projeto “Propriedade de saberes e afirmação da identidade étnica:
interlocução dos marcos legais de proteção dos conhecimentos tradicionais”. O
resultado do que foi discutido, com as contribuições dos próprios indígenas, já
começou a ser registrado em um livro/catálogo, cujo lançamento deve ocorrer até
dezembro deste ano.
O material representa a última etapa do projeto, cuja
ação direta é desenvolvida pela câmara técnica “Promoção dos Povos Indígenas –
Perspectivas de Valorização do Patrimônio Sociocultural”, do Comitê Gestor de
Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a Fundação Nacional do Índio
(Funai).
O trabalho começou em 2007, em algumas comunidades e
a meta agora é realizar uma ação bem mais aprofundada, para atender um numero
maior de indígenas em todo o Estado.
A primeira oficina sobre “Marcos Legais de Proteção
dos Conhecimentos Tradicionais” no Amazonas foi realizada no fim de junho do
ano passado em Tabatinga, e a última ocorreu entre os dias 22 e 24 de maio de 2014,
na Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), localizada em São
Gabriel da Cachoeira (a 858 quilômetros de Manaus).
Técnica do MJ apresenta conteúdo da atividade a indígenas de Tabatinga |
Os outros municípios atendidos pela atividade foram Rio
Preto da Eva, Humaitá, Parintins, Atalaia do Norte, Lábrea e São Paulo de
Olivença.
Entendimento
Ao trabalhar com questões relacionadas ao direito de
imagem e a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a
Seind tem procurado construir, de forma conjunta, um entendimento sobre o
direito à consulta prévia que essas populações têm na tomada de decisões, não
somente sobre conhecimentos tradicionais, mas em assuntos como saúde, divisão
territorial e recursos naturais, por exemplo.
Apesar de o tema ser novo, os indígenas não tiveram dificuldades
em relacionar a legislação com as práticas tradicionais e expressões culturais
do dia a dia deles nas comunidades.
A presença de tradutores da própria língua nativa e
a participação das organizações também foram considerados fatores positivos
durante a realização das oficinas.
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