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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Seind e organizações indígenas reformam maloca localizada no Inpa em Manaus

Mutirão é realizado desde o último mês de dezembro. Fotos: Isaac Júnior
Por: Isaac Júnior

Em ritmo de puxirum, um termo indígena que significa trabalho comunitário, seis organizações indígenas com sede em Manaus aceleram os trabalhos de reforma da “Maloca Intercomunitária Indígena”, localizada nas instalações do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). A ação começou no último mês de dezembro e é coordenada pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind). A previsão de entrega da reforma é para o início do próximo mês de fevereiro.
 
Fruto de uma parceria entre o próprio Inpa e o governo, feita com a extinta Fundação Estadual dos Povos Indígenas (Fepi), a maloca comunitária foi criada em outubro de 2006. A área correspondente a oito metros quadrados e tem espaço permanente no Bosque da Ciência.
 
Além das manifestações culturais, os indígenas expõem produtos de artesanato no local com o objetivo de fortalecer e manter as próprias organizações. “É um espaço público onde as pessoas podem conhecer as expressões culturais por meio dos artesanatos produzidos”, explicou o servidor da Seind, Ageu Sateré, que tem acompanhado a reforma desde o início. “Estamos contribuindo para a promoção e valorização cultural desses povos e com a marca do Governo do Amazonas que é trabalhar para criar oportunidades, fortalecendo e mantendo viva essa tradição de povos do rio Negro, Baixo Amazonas e de todo o Solimões”, acrescentou ele.
 
As organizações indígenas têm se revezado de 15 em 15 dias no mutirão. O trabalho é realizado por artesãos da Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (Amarn), Associação das Mulheres Indígenas Sateré-Mawé (Amism), Associação Wotchimaucü, Associação das Artesãs Poteriharã (APN), Associação Bayaruá e Associação Kotiria, do povo Wanana.
Organizações têm se revezado de 15 em 15 dias para fazer o trabalho de troca das palhas da maloca

Parceria
Para Beatriz Tukano, da APN, a parceria entre governo, Inpa e organizações tem ajudado bastante as comunidades que produzem materiais como cestaria, miniaturas, brincos, colares, entre outros. “Todo mundo que vem ao Bosque da Ciência vem conhecer o nosso trabalho”, disse.       
 
Referência no País
Após quase seis anos de criação e a exemplo do próprio Bosque da Ciência, a maloca indígena localizada no Inpa virou referência e tem recebido a visita de pessoas de todo o País e do mundo. Entre as figuras mais conhecidas que já visitaram a maloca está o biólogo e apresentador de TV Richard Rasmussen.
 
Servidor da Seind, Ageu Sateré acompanha e também participa do mutirão
Raízes
O local tem proporcionado aos visitantes uma viagem às expressões artísticas indígenas, por meio de formas, sons e texturas, contribuindo para o enriquecimento imaginário brasileiro contemporâneo e para um encontro com as próprias raízes. É também a oportunidade de se conhecer e adquirir peças como balaios, peneiras, jarros e outros.

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