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sexta-feira, 13 de julho de 2012

Indígenas do alto rio Negro recebem assessoria do Governo do AM para concorrer a edital do BNDES


Peixe ainda é um dos alimentos dos indígenas, mas produto está escasso em algumas áreas. Foto: Divulgação/Seind
Uma comitiva do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) esteve esta semana em São Gabriel da Cachoeira (a 858 quilômetros de Manaus), para conhecer projetos importantes desenvolvidos pela Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e parceiros, naquela região do Estado. Um deles é o Wayury (trabalho coletivo para benefício familiar, na língua Baré), que recebe assessoria técnica do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind).

A proposta de projeto foi apresentada aos técnicos do BNDES por um dos diretores da Foirn, Luiz Brazão, para concorrer ao edital lançado pela instituição que vislumbra a obtenção de recursos do “Fundo Amazônia”. Até o próximo dia 26, a proposta será encaminhada para ser submetida à análise do banco.  

O projeto Wayury visa desenvolver, em 36 meses, a piscicultura nas comunidades das cinco Terras Indígenas demarcadas e homologadas do alto rio Negro, em parceria com instituições públicas. A meta é enfrentar e amenizar a escassez de alimentos (peixes), além da baixa geração de renda na localidade. “A Seind tem a função de assessorar tecnicamente na elaboração da proposta e na execução do projeto. É o nosso compromisso, enquanto governo, com nossos irmãos indígenas”, destacou o titular da secretaria, Bonifácio José Baniwa. “Acompanhamos todo o processo administrativo do projeto e a gestão dele. A equipe do BNDES ficou otimista com a proposta”, acrescentou o técnico do Departamento de Etnodesenvolvimento (Detno) do órgão, Ronisley Martins.

Famílias beneficiadas
Com o projeto Wayury e a apresentação de outro projeto, intitulado Manakai (para bem viver, em Baniwa), que é desenvolvido pela Coordenadoria das Associações Baniwa e Coripaco (CABC), a previsão é de que 16 mil indígenas do alto rio Negro sejam beneficiados com os recursos do BNDES.

Entre os beneficiados estão indígenas dos povos Baniwa, Coripaco, Tukano, Tariano, Piratapuia, Wanano, Hupda, Arapasso, Miriti, Tapúia, Tuyuka, Baré e Dessana, das regiões de Iauaretê, médio e baixo Uaupés, alto rio Negro, Foz do Xié, Foz do Curicuriari e médio Içana.

Agricultura Familiar
Durante a visita a São Gabriel da Cachoeira, os técnicos do BNDES tiveram acesso a algumas atividades do Programa de Agricultura Familiar Indígena. Eles percorreram algumas comunidades indígenas e puderam conhecer um pouco do trabalho desenvolvido por cada uma. A comitiva foi assessorada por técnicos da própria Seind, da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror) e do Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idam). “Nossa primeira visita foi à comunidade baniwa e coripaco de Areal, onde mostramos a casa de farinha higienizada e padronizada, além do artesanato”, destacou o secretário Bonifácio José.

A passagem pela região de São Gabriel também percorreu a comunidade de Camanaus, onde há uma casa de farinha com quatro fornos em construção e outra tradicional com forno e uma roça comunitária. Na comunidade de São Jorge, no rio Curicuriary, os técnicos tiveram acesso à casa de criação de galinha caipira e o local onde é construído o espaço para o projeto de piscicultura.

Fundo Amazônia
O Fundo Amazônia foi criado pelo BNDES em 2008, com a finalidade de promover projetos de prevenção e combate ao desmatamento, bem como a conservação e uso sustentável da floresta. A inscrição do projeto da Foirn atende à Chamada Pública de Projetos Produtivos Sustentáveis, que tem por objetivo selecionar propostas candidatas a obter apoio financeiro não reembolsável para o desenvolvimento de atividades econômicas de uso sustentável da floresta e da biodiversidade, conforme a finalidade, regras e diretrizes do Fundo Amazônia. 

Reuniões
Além da Seind, Sepror, Idam, Foirn e CABC, também participaram das reuniões com técnicos do BNES os representantes da Organização Indígena da Bacia do Içana (OIBI), do Instituto Socioambiental (ISA) e Coordenação Regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), que explanou sobre o andamento dos projetos do Território da Cidadania do Rio Negro.

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