Peixe é um dos principais produtos consumidos pelos indígenas, mas alguns como o pirarucu estão escassos. Fotos: Divulgação/Seind |
Na próxima sexta-feira (3), técnicos da Secretaria
de Estado para os Povos Indígenas (Seind) e de instituições parceiras reúnem-se
para discutir a formação de um grupo de trabalho com vistas à regularização de
acordo ou manejo de pesca em terras indígenas situadas no Amazonas. A reunião
começa às 9h, na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), localizada na rua Maceió, número 466, bairro Adrianópolis, Zona
Centro-Sul de Manaus.
Com o impacto da falta de peixes como tambaqui,
tucunaré e pirarucu, o objetivo do acordo é definir regras de acesso aos
recursos pesqueiros, fiscalização e preservação dos lagos em áreas dos municípios de São
Paulo de Olivença, Coari, Lábrea e Jutaí (a 750 quilômetros de Manaus).
Convocada
pela câmara 4 do Comitê de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a
Fundação Nacional do Índio (Funai), a reunião deverá ter as presenças de
representantes da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), do Centro
Estadual de Unidades de Conservação (Ceuc), da Coordenação das Organizações e
Povos Indígenas do Amazonas (Coipam), do Instituto Nacional de Pesquisa da
Amazônia (Inpa), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
(SDS), do Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam), da
Prefeitura de Coari e da própria Funai.
Secretário Bonifácio José, coordenando uma das reuniões do Comitê Gestor que definiram algumas ações para 2012 |
O comitê
foi instalado em julho do ano passado e é formado por quatro câmaras técnicas.
A de número 4 trabalha a sustentabilidade econômica dos povos indígenas. “Queremos formalizar esse acordo entre
as instituições o quanto antes”, informou o técnico do Departamento de
Etnodesenvolvimento da Seind, Zuza Cavalcante.
Zuza Cavalcante (à direita), no momento em que socializava ações do comitê com lideranças indígenas na Seind |
Projetos
Em parceria com o Inpa e a Associação dos Caciques
Indígenas de São Paulo de Olivença, o Governo do Amazonas, por meio da Seind,
tem procurado diminuir o impacto da falta de peixe que já dura mais de uma
década, principalmente nos lagos do Alto Solimões, onde são freqüentes os atritos entre
pescadores comerciais e pescadores de subsistência, por conta da redução do
número de “lagos abertos”, que favoreceu a redução da pesca comercial na
localidade.
Em todo o Amazonas há duas terras indígenas com
manejo de lago licenciadas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e que recebem recursos do Ministério do
Meio Ambiente (MMA), por meio do Projeto Demonstrativo dos Povos Indígenas (PDPI):
Acapuri de Cima e Espírito Santo, ambas em Jutaí (a 750 quilômetros de Manaus).
O trabalho é feito desde 2005, com apoio técnico e institucional da Seind e
parceiros, que atuam naquela localidade.
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