Grupo da última oficina, na aldeia Boa Vista, em maio e junho deste ano. Fotos: Rosa dos Anjos (Detno/Seind) |
Com recursos do Ministério do Desenvolvimento
Agrário (MDA), a Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) finalizou
na primeira quinzena deste mês, o projeto Fortalecimento do Arranjo Produtivo ao
Artesanal Indígena do Vale do Javari. As ações foram realizadas na aldeia Boa
Vista, localizada na região do rio Ituí, com o objetivo de organizar e potencializar
a atividade artesanal e proporcionar uma garantia de complementação de renda
para as comunidades indígenas que vivem na terra indígena Vale do Javari.
Indígenas do Vale do Javari que participaram do projeto |
O projeto é de R$ 256 mil e começou a ser executado em
2007 pelo Governo do Amazonas e parceiros, por meio da já extinta Fundação
Estadual dos Povos Indígenas (Fepi/SDS). Durante o período foram abordados seis
eixos de ação, entre os quais o levantamento sobre as tipologias de artesanato
da região do Vale do Javari e identificação de comunidades indígenas com
potenciais de produção de artesanato. As outras etapas também priorizaram os recursos
humanos indígenas, com a realização de oficinas e, consequentemente, a
capacitação de 120 multiplicadores dos conhecimentos adquiridos, além de 60
gestores indígenas, dos povos Marubo, Kulina, Mayoruna, Matis e Kanamary.
Atividade reúne homens e mulheres |
Todos terão a missão de potencializar não somente
esse tipo de arranjo produtivo, mas integrá-lo a outros arranjos produtivos
regionais que se fizerem necessários.
“Essa capacitação deu-se, inclusive, com a
utilização de indígenas como tradutores das línguas nativas”, destacou a
coordenadora do projeto e técnica do Departamento de Etnodesenvolvimento da
Seind (Detno/Seind), Rosa dos Anjos.
A última fase do projeto prevê a confecção de 100
catálogos dos artesanatos trabalhados, que servirão de apoio para a
comercialização dos produtos pelas organizações indígenas.
De acordo com Lindomar Vagas (a
Linda Marubo), que é chefe do Departamento de Finanças da Seind e também
acompanhou todas as atividades, um dos pontos positivos foi a participação
feminina no projeto.
"A demanda é mais delas, pelo
volume maior de trabalho relacionado ao artesanato indígena", disse Linda.
Lindomar Marubo (segunda, da esquerda para a direita) e Rosa dos Anjos (à direita) ministram as oficinas, com direito a pintura no corpo, feita pelos próprios indígenas |
Além da Fundação Nacional do Índio
(Funai), são parceiros da Seind na execução do projeto, a União dos Povos
Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Associação Marubo de São Sebastião
(AMAS), Associação dos Kanamary do Vale do Javari (Akavaja), (Organização das
Aldeias Marubos do Rio Ituí (OAMI), Associação Indígena dos Matis (AIMA), Organização
Geral dos Mayorunas (OGM) e Prefeitura Municipal de Atalaia do Norte (a 1.138
quilômetros de Manaus).
Qualidade dos produtos
A execução do projeto Fortalecimento do Arranjo
Produtivo do Artesanato Indígena do Vale do Javari responde às demandas das
comunidades indígenas do Vale do Javari, quanto ao escoamento da produção e a
melhoria da qualidade final dos seus artesanatos.
“Parte do resultado desse trabalho pode ser
conferida esta semana em Manaus, numa exposição organizada pelos próprios
indígenas, com apoio da Seind, no Amazonas Shopping”, informou Rosa dos Anjos.
Melhoria na qualidade do produto é trabalhada entre os participantes |
A terra indígena do Vale do Javari possui uma área
de 8,5 milhões de hectares e localiza-se na mesorregião do alto rio Solimões/Javari,
que está situada a sudoeste do Estado, na fronteira com Peru e Colômbia, e compreende
nove municípios: Atalaia do Note, Amaturá, Tabatinga, Benjamin Constant, São
Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá, Jutaí, Fonte Boa e Tonantins.
Valorização
da cultura
O projeto também ressalta a importância de se
valorizar a cultura e a identidade indígena regional, propiciando aos jovens
indígenas que encontram-se em situação de risco, uma melhor percepção e
valorização das suas culturas tradicionais artesanais, o fortalecimento da
língua e dos mitos relacionados ao artesanato indígena.
Houve tempo até para conferir o informativo da Seind, Pusika Puranga (Notícias Boas) |
Esse povo merece todo nosso respeito, não só ele como os outros também.
ResponderExcluirAgora eu faço uma pergunta, como o Brasil foi descoberto se eles já estavam aqui ? Então o Brasil não foi descoberto foi invadido essa é a razão.
ResponderExcluir