Pesquisar este blog

terça-feira, 26 de julho de 2011

Seind participa do encontro de alunos indígenas em Manaus


Secretário da Seind, Bonifácio José (à mesa, à esquerda) e Sônia Guajajara (ao microfone), da Coiab. Fotos: Isaac Júnior
Em conformidade com a política de etnodesenvolvimento do Governo do Amazonas, com ênfase no eixo de ação que busca o fortalecimento das organizações, a Secretaria de Estado para os Povos Indígenas participou nesta terça-feira, dia 26, do 1º Encontro dos Alunos do Cafi (Centro Amazônico de Formação Indígena). O evento começou no início da semana e vai até sexta-feira, nas instalações do Colégio Dom Bosco, do bairro São José, na Zona Leste de Manaus. 

De acordo com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), organizadora do encontro, o objetivo é fazer uma grande celebração entre alunos e ex-alunos do Cafi, que já formou 114 lideranças indígenas nos cursos de Gestão de Projetos e Gestão Etnoambiental.

A Seind mantém um Termo de Cooperação Técnica com a Coiab e, além de participar da abertura dos trabalhos na segunda-feira, esteve nas discussões desta terça, representada pelo titular do órgão, Bonifácio José Baniwa. Os debates abordam temas como Mudanças Climáticas, Grandes Empreendimentos e Atividades Econômicas Sustentáveis. “Nossa participação é no sentido de fortalecer o centro, cuja maioria desses alunos e ex-alunos já trabalha em comunidades e organizações indígenas”, disse o secretário. “A Seind também tem um ex-aluno do Cafi e que hoje participa do processo, que é o Deníziu Tikuna”, observou.

O Cafi é uma conquista do movimento indígena amazônico e foi criado em 2006, por meio de uma parceria entre a Coiab e a organização The Nature Conservance (TNC). Em cinco anos de atividades, leva formação técnica e política a lideranças indígenas com uma pedagogia diferenciada que valoriza o conhecimento tradicional, sempre com o intuito de um trabalho em prol das comunidades indígenas.

Outra proposta do evento, que tem à frente a vice-coordenadora da Coiab, Sônia Guajajara, é fazer um levantamento da situação dos ex-alunos e da participação deles no movimento indígena da Amazônia Brasileira.
Mulheres tem  participação ativa no encontro na Zona Leste

Agentes transformadores
Para o professor e diretor do Cafi, Gabriel Costa, os alunos são “agentes transformadores” que devem desempenhar os papeis para os quais foram formados. “Pensamos nosso papel como uma instituição que soma os esforços e acompanha o andamento dos alunos que passam por nossa casa”, afirmou. 

Integrante da Coordenação de Professores Indígenas da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), André Kambeba lembra que os estudantes passam seis meses em formação para, em seguida, retornar às origens e colocar em prática o que aprenderam. “Eles estudam em três períodos presenciais, com dois intervalos, e o aconselhável é que voltem para as suas comunidades”, explicou o indígena do município de Tefé (a 525 quilômetros de Manaus).   

Interação
Entre os ex-alunos e que hoje é uma liderança no meio indígena está Enock Taurepang, que considera o encontro uma grande oportunidade de contribuir para uma melhor interação entre os participantes. “É um momento para fortalecermos as nossa redes de coalização, dentro e fora da Amazônia”, disse.

Natural de Atalaia do Norte (a 1.138 quilômetros de Manaus), Heenne Cristina Marubo, 19, foi aluna do Cafi até o ano passado. Além de aprender a elaborar projetos, ela revela que o curso só reforçou a intenção dela em fazer um curso universitário ligado às causas indígenas. “Agora em agosto vou começar a fazer antropologia na Ufam”, disse ela, empolgada pela oportunidade de estudar na Universidade Federal do Amazonas.
Ex-estudante do Cafi, Heenne Cristina Marubo (à esq.), recebendo folder sobre mudanças climáticas

O Cafi funciona na Avenida Ayrão, número 235, bairro Presidente Vargas, Zona Sul de Manaus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário