Secretário Bonifácio José, no evento realizado na FAS. Fotos: Isaac Júnior (Ascom/Seind) |
Uma política nacional de educação que respeite as
diferenças e atue de forma plural foi defendida nesta sexta-feira (dia 22) em
Manaus, pelo titular da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind),
Bonifácio José Baniwa, durante o segundo dia do Seminário Educação do Campo na
Amazônia: realidade, utopia e fazimentos.
De acordo com o secretário, a grade curricular nas
escolas indígenas deve priorizar o ensino em duas línguas, integrando
conhecimento tradicional e contemporâneo, sem interferir na cultura indígena.
“Queremos formar pessoas para que elas possam fazer
o seu dia a dia na aldeia, com atividades de pesca, caça e a preservação do território;
como também, formar pessoas para que enfrentem o mundo”, resumiu Bonifácio
José, em meio ao debate realizado no auditório da Fundação Amazonas Sustentável
(FAS).
O objetivo dos organizadores é analisar a realidade da
educação em comunidades ribeirinhas, a partir de pesquisas em campo sobre a
qualidade de ensino como os principais desafios da educação em zonas do
interior do Estado.
Destinado a gestores, diretores, professores e
pesquisadores, o seminário também reuniu especialistas, como a coordenadora de
Educação do Instituto Ayrton Sena, Inês Kissil; a gerente de meio ambiente da
Fundação Roberto Marinho, Andrea Margit; e o superintendente geral da FAS,
Virgílio Viana.
Virgílio Viana, da FAS, apresentou exemplos que começam a dar certo em Carauari/AM |
Alva Rosa Vieira, do povo Tukano e gerente de
Educação Escolar Indígena da Secretaria de Estado da Educação (Seduc/AM), sentou
à mesa das discussões no dia anterior, mas também participou ativamente do
debate desta sexta-feira.
Alva Rosa falou em nome da educação escolar indígena |
Desenvolvimento
sustentável
Como meta, o seminário discutiu o futuro da educação
na Amazônia e as soluções inovadoras para eu ela contribua com o
desenvolvimento sustentável na região.
Para Inês Kissil, que participou com o secretário da
Seind da temática “É possível enfrentar a realidade atual com as políticas
públicas existentes? O que falta para caminharmos rumo à utopia?”, a política
de educação deve fazer investimentos em profissionais, que lidam com os alunos
(professores, orientadores, gestores...); em conhecimentos (tecnologias,
grandes pesquisas...); em tempo e em sonhos.
“Nosso compromisso é formar pessoas dos quatro aos
dezessete anos, que sejam cidadãos
desenvolvidos, crianças equilibradas...”, disse Inês.
A segunda mesa redonda do dia discutiu sobre “Experiências
exitosas de educação do campo: apresentação de casos”. Um dos destaques foi a
apresentação de um projeto educacional que deu certo em uma Reserva de
Desenvolvimento Sustentável (RDS) localizada no Vale do Juruá e que beneficia
comunidades ribeirinhas de municípios como Carauari (a 702 quilômetros de
Manaus).
Visita
técnica
A última etapa do evento ocorre neste sábado (dia
23), com uma visita técnica ao Núcleo de Conservação e Sustentabilidade da FAS
na RDS do Rio Negro. O embarque está previsto para 8h30, no píer do Tropical
Hotel. O retorno a Manaus ocorre às 14h.
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