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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Secretário da Seind defende educação bilíngue para indígenas


Secretário Bonifácio José, no evento realizado na FAS. Fotos: Isaac Júnior (Ascom/Seind)

Uma política nacional de educação que respeite as diferenças e atue de forma plural foi defendida nesta sexta-feira (dia 22) em Manaus, pelo titular da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), Bonifácio José Baniwa, durante o segundo dia do Seminário Educação do Campo na Amazônia: realidade, utopia e fazimentos.

De acordo com o secretário, a grade curricular nas escolas indígenas deve priorizar o ensino em duas línguas, integrando conhecimento tradicional e contemporâneo, sem interferir na cultura indígena.

“Queremos formar pessoas para que elas possam fazer o seu dia a dia na aldeia, com atividades de pesca, caça e a preservação do território; como também, formar pessoas para que enfrentem o mundo”, resumiu Bonifácio José, em meio ao debate realizado no auditório da Fundação Amazonas Sustentável (FAS).

O objetivo dos organizadores é analisar a realidade da educação em comunidades ribeirinhas, a partir de pesquisas em campo sobre a qualidade de ensino como os principais desafios da educação em zonas do interior do Estado.

Destinado a gestores, diretores, professores e pesquisadores, o seminário também reuniu especialistas, como a coordenadora de Educação do Instituto Ayrton Sena, Inês Kissil; a gerente de meio ambiente da Fundação Roberto Marinho, Andrea Margit; e o superintendente geral da FAS, Virgílio Viana.
Virgílio Viana, da FAS, apresentou exemplos que começam a dar certo em Carauari/AM

Alva Rosa Vieira, do povo Tukano e gerente de Educação Escolar Indígena da Secretaria de Estado da Educação (Seduc/AM), sentou à mesa das discussões no dia anterior, mas também participou ativamente do debate desta sexta-feira.
Alva Rosa falou em nome da educação escolar indígena

Desenvolvimento sustentável
Como meta, o seminário discutiu o futuro da educação na Amazônia e as soluções inovadoras para eu ela contribua com o desenvolvimento sustentável na região.

Para Inês Kissil, que participou com o secretário da Seind da temática “É possível enfrentar a realidade atual com as políticas públicas existentes? O que falta para caminharmos rumo à utopia?”, a política de educação deve fazer investimentos em profissionais, que lidam com os alunos (professores, orientadores, gestores...); em conhecimentos (tecnologias, grandes pesquisas...); em tempo e em sonhos.

“Nosso compromisso é formar pessoas dos quatro aos dezessete anos, que sejam  cidadãos desenvolvidos, crianças equilibradas...”, disse Inês.    

A segunda mesa redonda do dia discutiu sobre “Experiências exitosas de educação do campo: apresentação de casos”. Um dos destaques foi a apresentação de um projeto educacional que deu certo em uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) localizada no Vale do Juruá e que beneficia comunidades ribeirinhas de municípios como Carauari (a 702 quilômetros de Manaus).  
 
Alguns momentos do segundo dia do seminário
Visita técnica
A última etapa do evento ocorre neste sábado (dia 23), com uma visita técnica ao Núcleo de Conservação e Sustentabilidade da FAS na RDS do Rio Negro. O embarque está previsto para 8h30, no píer do Tropical Hotel. O retorno a Manaus ocorre às 14h.

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