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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Estudantes da Zona Leste visitam Seind e conhecem políticas públicas voltadas para os indígenas

Secretário Bonifácio e os alunos da Fundação Fé e Alegria. Fotos: Isaac Júnior

Dois dias depois de fazer um balanço dos dez anos de atuação dos indígenas dentro do Governo do Amazonas e apresentar as propostas de ação do órgão para os próximos quatro anos, a Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) recebeu, nesta quarta-feira (24), um grupo de estudantes da Fundação Fé e Alegria, do bairro Grande Vitória, Zona Leste de Manaus. O objetivo foi conhecer as políticas públicas que hoje são desenvolvidas pelo estado em prol dos povos indígenas.

A ONG internacional é administrada pelos jesuítas e trabalha na formação de 250 alunos do ensino médio, por meio do projeto “Escola Alternativa”, que prepara os estudantes para os processos seletivos das universidades. Há quatro anos no Amazonas, a instituição também faz trabalhos em capitais como Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis, Belo Horizonte e Tocantins.

Durante uma hora, dezesseis jovens ouviram atentos à explanação do titular da Seind, Bonifácio José Baniwa. Ele fez uma "viagem no tempo" ao resgatar um pouco da história de conquista dos indígenas, desde o espaço na Constituição de 1988, à criação da Coordenação das Organizações Indígenas (Coiab), no ano seguinte. O secretário também falou da antiga Fundação de Política Indigenista do Amazonas, criada em 2001 e que, dois anos depois, passaria a ser chamada de Fundação Estadual para os Povos Indígenas (Fepi). “Antes pensavam que apenas antropólogos ou sociólogos é que entendiam das questões indígenas, mas a partir de 2003, no governo de Eduardo Braga, mudamos essa ideia com a criação de políticas públicas construídas pelos próprios indígenas e que hoje continuam no governo de Omar Aziz”, explicou. “É a política de etnodesenvolvimento, na qual os indígenas escolhem o que é bom para eles, com apoio técnico e financeiro do governo”, justificou.
Secretário Bonifácio José Baniwa recebe estudantes na Seind

O secretário também lembrou que a diversidade cultural dos indígenas pode ser identificada dentro da própria Seind, que completa dois anos de atividades no dia 8 do próximo mês. “Entre nossos servidores temos 15 de povos diferentes do estado dentro da secretaria”, destacou.

Núcleo indígena
De acordo com a professora de Linguagem da Fundação Fé e Alegria, Ana Maria Araújo, a visita à Seind faz parte de uma agenda do núcleo de meio ambiente e questões indígenas da instituição, que começou no início deste mês em Rio Preto da Eva (a 80 quilômetros de Manaus), quando os estudantes puderam conhecer a realidade dos moradores da comunidade Beija-Flor, composta de 11 povos. A intenção é trabalhar a identidade cultural dessas populações entre os alunos. “Temos uma relação forte entre teoria e prática, no sentido de fazer com que entendam como vivem essas pessoas, fora e dentro do nosso meio”, destacou Ana.
Estudantes fizeram perguntas sobre as várias línguas, projetos  e a  forma de viver dos indígenas nos dias de hoje

Surpresa
Os alunos mostraram-se surpresos com aquilo que foi dito e apresentado durante a visita à Seind. Para Beatriz Lima, 18, um dos assuntos que mais chamaram atenção foi o da educação indígena. Vinte e seis escolas já foram construídas em comunidades indígenas e atendem a 57 mil estudantes. Sem falar na oferta de vagas no ensino superior, que está beneficia quase 600 indígenas.

Beatriz disse que, apesar dos números, o preconceito e a falta de informação ainda fazem parte do meio estudantil em relação aos indígenas. “Muitos de nós temos preconceitos quantos aos indígenas, aquele conceito da Idade Média de ainda andam nu”, disse. “Não é bem assim, julgam antes de saber que, cada vez mais eles ocupam o lugar que merecem na sociedade”, acrescentou.

Jordy Pacheco Rodrigues, 18, fez uma avaliação para sólida, ao concluir que os indígenas estão cada vez mais sabedores do que precisam e podem fazer diante das oportunidades que aparecem. “Estão mais evoluídos e mais ativos na política, sem essa de viver de troca apresentada pelo assistencialismo”, observou. “O secretário nasceu na aldeia, é filho de lideranças indígenas, mas procurou estudar, o que deixa claro que a educação está em primeiro plano, tanto para os índios quanto para os não índios”, comparou o estudante.  
Projeto da escola é interar os alunos sobre a questão indígena


Um comentário:

  1. É de bom uso e agrado que os jovens de hoje em dia aprenda a diferencia um período do outro a respeito dos indignas...

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