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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Seind e parceiros se mobilizam para apoiar assembleia em Iauaretê

Daniel Piratapuia (direita) e Sílvio Tukano pedem apoio para assembleia. Fotos: Isaac Júnior

Representantes da União das Nações Indígenas do Distrito de Iauaretê (Unidi) estiveram reunidos na tarde desta terça-feira (23), em Manaus, para buscar apoio dos governos estadual, municipal e federal, com o objetivo de realizar a assembleia geral de reativação da entidade, localizada no município de São Gabriel da Cachoeira (a 858 quilômetros de Manaus). A reunião ocorreu na Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) e mobilizou instituições como a Secretaria de Governo do Amazonas (Segov), do Fundo de Promoção Social (FPS), instância ligada à própria Segov; e  outras secretarias de estado como Assistência Social (Seas) e de Educação (Seduc).

A assembleia está prevista para ser realizada entre os dias 28 de setembro e 1º de outubro, na comunidade indígena Loiro. “É um dia de viagem de barco, desde a sede até a comunidade”, explicou o indígena e técnico do Departamento de Etnodsenvolvimento da Seind, Jurandir Tenharin.

A Unidi foi criada em 1994 e, depois de um longo período praticamente sem nenhuma atividade, procura se reestruturar novamente. “Por meio da Seind, eles vieram procurar parcerias com as instituições e organizações indígenas para realizar a assembleia e buscar benefícios às pessoas, que hoje vivem na localidade”, informou o secretário adjunto da Seind, José Mário Mura.

Mais de 17 comunidades e aproximadamente 4,2 mil indígenas esperam pela realização do encontro. São integrantes dos povos Tariano, Tukano, Arapasso, Dessano, Piratapuia, Hupda, Carapanã, Wanano e Piratapuyo. “A gente pretende reformular o estatuto e apresentar propostas de melhorias, com fortalecimento da Unidi”, sintetizaram os líderes indígenas Daniel Gama Piratapuia e Sílvio Romão Tukano, que deverão ser eleitos coordenadores executivos da Unidi durante a assembleia e após divulgação no Diário Oficial do Estado.

O encontro também possibilitará aos governos municipal, estadual e federal que apresentem as atuações e responsabilidades de cada um nos temas saúde, programas e projetos, direitos indígenas e manutenção de diversas culturas.  

Os nove povos vivem da agricultura, pescaria e caça. “Estamos começando do zero, não temos nada, nenhum material de escritório. Precisamos de alimentos, medicamentos, transporte fluvial e terrestre e estamos aceitando doações”, disse Daniel. As doações podem ser feitas pelo número 8218-3792 ou 9213-0739.
Jurandir Tenharin, da Seind, explicou a demanda dos indígenas na reunião

Apoio
De acordo com os indígenas, vários motivos impossibilitaram o funcionamento da Unidi. O principal deles foi a falta de informação. “A maioria do pessoal que estava à frente não tinha conhecimento desse apoio que pode vir do governo, devido à distância, à falta de recursos e por não terem parentes na capital”, justificou Daniel. “Antes, perguntávamos: quem vai nos atender? Mas, hoje pedimos e estamos recebendo apoio total da Seind”, acrescentou Sílvio.

Ação social
A assistente social da Seas, Edilene Alves, propôs que no dia da assembleia seja realizada a Ação da Cidadania, com expedição de Registro Civil, Carteira de Identidade, Registro de Nascimento Indígena (Rani), Carteira de Trabalho e CPF. “É possível fazer a expedição desses documentos, vamos levar a proposta ao secretário da Seas”, disse.

Diante das limitações orçamentárias, o secretário extraordinário da Segov, Amilton Gadelha, acenou para um apoio na logística, que possibilite deslocamentos dos participantes até o local. Ele ressaltou, porém, que o compromisso firmado com os indígenas também deve partir da própria prefeitura do município. “É preciso distinguir o que é função do estado e o que é função do governo federal e do governo municipal”, observou. “O Governo do Estado já investiu 20 milhões de reais em infra-estrutura naquela área do Alto Rio Negro”, comparou.

Estrutura
Adssandro Castelo Branco, do FPS, explicou que o fundo tem um trabalho voltado para o desenvolvimento das organizações, na questão de estrutura, com parâmetros técnicos de avaliação e que, por isso, precisa saber das necessidades que os indígenas têm em realizar a assembleia, para tentar adequá-las a tais parâmetros. “A partir do que for apresentado, vamos levar ao colegiado e, por conseguinte, ao secretário Tasso, para definirmos o tipo de apoio”, justificou.

Ao final das discussões, outra reunião ficou de ser marcada para que, em 40 dias, os indígenas tenham uma posição mais concreta do tipo de apoio que receberão da Seind e dos órgãos parceiros.

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