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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Governo do Amazonas prestigia encontro pan-amazônico de indígenas na capital amazonense


Secretário da Seind, Bonifácio José Baniwa representou o governador no encontro
Por: Isaac Júnior 

Centenas de Lideranças Indígenas dos países que formam a Amazônia Legal começaram a participar nesta segunda-feira, dia 15, em Manaus, do Grande Encontro Pan-Amazônico – Saberes Ancestrais, Povos e Vida Plena em Harmonia com a Floresta. A abertura do evento foi no auditório Deputado Belarmino Lins, da Assembleia Legislativa do Amazonas. Em debate, o posicionamento político dos indígenas frente a questões como mudanças climáticas, Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD), mercado de carbono, repartição de benefícios sobre recursos genéticos e saberes tradicionais.

Até a próxima sexta-feira, o objetivo dos indígenas é fazer um diálogo junto aos movimentos ambientalistas e instituições sociais nacionais e internacionais, com o objetivo de construir uma alternativa a sobrevivência da Floresta e de todas as formas de vida do planeta.

O Governo do Amazonas foi representado no evento pelo secretário de Estado para os Povos Indígenas, Bonifácio José Baniwa, que destacou a participação do executivo estadual nas políticas em benefício dessas populações. “A Seind representa o compromisso do Governo do Estado com os Povos Indígenas do Amazonas e, nesse propósito, vem atuado na formulação, execução e implementação de políticas de etnodesenvolvimento, em um constante exercício de valorização e preservação dos valores culturais e históricos indígenas”, destacou.

Bonifácio enalteceu a realização do encontro e lembrou que o Governo do Amazonas tem imprimido uma série de ações públicas envolvendo as comunidades indígenas, que participam de maneira efetiva da elaboração de políticas dos interesses indígenas.

O evento é organizado pela Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica), em parceria com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). As lideranças indígenas representam organizações de referência como Aidesep (Peru), Cidob (Bolívia), Opiac (Colômbia), Confeniae (Equador), Orpia (Venezuela), APA (Guiana), OIS (Suriname) e Foag (Guiana Francesa).              
Na abertura da solenidade, o titular da Coica, Edwin Vasquez, enumerou alguns problemas que atormentam os indígenas. Ele adiantou que as discussões não vão ficar apenas neste encontro. “Não será o primeiro grande encontro. Teremos o segundo, pois a Coica quer apoiar as questões que envolvem os irmãos do Peru, apoiar os irmãos indígenas do Brasil na questão de Belo Monte e outros”, afirmou.É um momento único para discutirmos o futuro do movimento indígena”, acrescentou o coordenador da Coiab, Marcos Apurinã, que declarou aberta as atividades.

Para o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ricardo Nicolau, o debate não tem que ser feito em apenas um dia. “É preciso discutir problemas sérios como a saúde indígena, que tem as hepatites b e c contaminando nossos indígenas”, observou. “A Assembleia se coloca a disposição para discutir, debater, para que o Amazonas tenha políticas que possam beneficiar essas comunidades.

A abertura do encontro também teve a participação do deputado Sidney Leite, que é presidente da Comissão de Educação e Cultura da Aleam; e do assessor da Fundação Nacional do Índio (Funai), Francisco Piyãko.

Raoni
Embaixador internacional da luta pela preservação da floresta e dos povos amazônicos, o cacique Raoni Kaiapó fez críticas duras ao projeto que cria a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingú, no Pará. “Hoje,  o não indígena faz  de tudo para tirar a força da gente, quando ele começa a fazer barragem”, criticou. “Mas eu vou lutar até o fim por todos os povos indígenas do Brasil”, completou.
Cacique Raoni criticou barragem construída em Belo Monte, no Pará


Música
Entre as atrações culturais, a cantora indígena Djuena Tikuna interpretou o Hino Nacional brasileiro na língua nativa dela e um trio de indígenas do Suriname conseguiu mexer com o público presente, com muita música tradicional daquele país. Em meio a alegria, eles pediram um minuto de silêncio em prol da mãe terra.

Os trabalhos propriamente ditos começaram à tarde, no hotel Taj Mahal (Centro de Manaus), com o painel “Saberes Ancestrais, Povos e Vida Plena em Harmonia com a Floresta”. As atividades prosseguem no mesmo local até o encerramento do encontro.
Indígenas do Suriname contagiaram alguns presentes com música tradicional


Números
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a  população indígena brasileira representa 0,42 população do País, com 11% de crescimento em relação ao ano de 2010. Os últimos dados registraram 817 mil indígenas no Brasil, distribuídos em 230 povos, entre os quais 55 encontram-se isolados. No Amazonas, são 168 mil indígenas espalhados em 178 terras, que representam 30% de território do Estado do Amazonas, representando 64 povos distintos, falantes de 29 línguas.
Servidores da Seind e outras pessoas registraram momento histórico ao lado do cacique Raoni

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