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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Amazonas terá centro de formação superior para professores indígenas

Indígenas terão formação em Licenciatura Plena. Foto: Divulgação/ABr

Os alunos do curso de Licenciatura Específica de Formação de Professores Indígenas ganharão, no final de março, um Centro de Formação. O “minicampus” será no campo experimental da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), localizado no quilômetro 32 da Estrada Manaus-Caracaraí. O local contará com alojamentos, salas de aula, auditórios e cozinha para os 180 alunos das etnias Saterê-Mawé, Munduruku e Mura.

Obra custou aproximadamente R$ 1,3 milhão, recurso advindo do Ministério da Educação (MEC), e ficou pronto em 18 meses, segundo a coordenadora das turmas Saterê-Mawés e Munduruku de formação de professores indígenas (Prolind), Valéria Weigel. O centro reúne alojamentos (com dormitórios, cozinha e banheiros), quatro salas de aula, auditório e laboratório, além das salas de coordenação,  secretaria e diretoria. O minicampus concentrará as atividades acadêmicas também da terceira turma, composta pelos índios Mura.

Os alunos serão formados professores de licenciatura plena. Como os cursos serão em módulos, os indígenas começarão do mesmo ponto. A partir do segundo ano, há a opção para Humanas e Letras (que também inclui Linguísitca, Sociologia, História e Geografia); para as Ciências Exatas e Matemática e ainda uma terceira grande área, a de Ciências Biológicas.

A professora enfatiza que, no último ano, a turma inicial volta a se reunir. “A  finalidade é discutir as ideias e experiências, e a partir daí, a operacionalizá-las entre as diferentes áreas do conhecimento”, explicou a coordenadora.

O curso é resultado da demanda dos próprios indígenas. A Ufam formou, em 2010, a turma de Ciências Naturais. A necessidade maior é nos ensinos Fundamental e Médio.

A Licenciatura tem duração de cinco anos e objetiva formar, em nível superior, professores indígenas em uma perspectiva intercultural e interdisciplinar. Atualmente o curso conta com uma turma que atende alunos do povo Mura (do município de Autazes) e outra com os alunos do povo Mundurukú (tanto do Amazonas quanto do Pará).

Dificuldades
Valéria Weigel considerou a inauguração do Centro como uma vitória importante na educação como um todo. Quem concorda com a professora é o antropólogo Ademir Ramos. O coordenador do Núcleo de Cultura Política da Ufam (NCPAM), relembra que uma das dificuldades para o término da graduação é financeira. “Nem sempre os indígenas têm como se manter em Manaus, especialmente no quesito moradia. Com o  Centro, uma das problemáticas é eliminada”,  salientou.

Fonte: Portal Amazônia

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