Alunos que participaram da contagem de pirarucu, na comunidade Vendaval. Fotos: Rafael Tikuna (Divulgação/Seind) |
Vinte indígenas dos povos Tikuna, Kokama e Kaixana foram
capacitados pelo Governo do Amazonas para trabalhar com a contagem do pirarucu
em comunidades indígenas do alto rio Solimões. O primeiro curso relacionado à
prática sustentável foi realizado entre os dias 30 de outubro e 4 de novembro, na
comunidade Vendaval, localizada no município de São Paulo de Olivença (a 988
quilômetros de Manaus), como parte do projeto Éware Tchoni (Terra Sagrada
Tikuna e seus Peixes).
Um dos momentos da contagem |
Financiado pelo Governo do Amazonas, por meio do Proderam, o
projeto recebe recursos na ordem de R$ 608 mil, oriundos do Banco Mundial
(Bird), e é executado pela Associação dos Caciques Indígenas de São Paulo de
Olivença (Acispo), com apoio técnico do Laboratório de Manejo de Fauna (LMF),
do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e da Secretaria de
Estado para os Povos Indígenas (Seind).
O objetivo é trabalhar a gestão e o manejo da pesca nas terras
indígenas Éware 1 e Éware 2, além de combater a pesca predatória e propiciar o
desenvolvimento sustentável dos indígenas naquela região do Estado.
De acordo com o titular da Seind, Bonifácio José Baniwa, ao apoiar
o manejo comunitário dos recursos pesqueiros, o Governo do Amazonas não somente
atende a uma antiga reivindicação oficializada pela Acispo, como também
colabora para que o consumo local seja suprido e a comercialização do excedente
passe a ser feita a preços mais justos. “Tudo isso faz parte de uma política
macro de beneficiamento aos indígenas, que está inserida no programa Amazonas
Indígena”, destacou o secretário.
Aluno anota todos os detalhes da atividade |
Beneficiados
O processo de contagem do pirarucu estava inserido na oitava
oficina do projeto. Em São Paulo de Olivença, atividade reuniu indígenas das
comunidades Vendaval, Cajari 1 e 2, Ribeiro, Paranapará, São Domingos 1 e 2,
Bom Jesus 2 e do próprio município. Todos foram assessorados por técnicos da
Seind, do Inpa, do Instituto Chico Mendes e da Reserva de Mamirauá.
“A atividade foi muito produtiva, graças à participação dos
indígenas e ao apoio de pessoas como o João Ferreira, que é técnico da reserva
do Juruá pelo Instituto Chico Mendes; o Tony Braga, que é biólogo especialista
em Ecologia no Inpa; e o Ernand Marques, técnico da Reserva de Mamirauá”, ressaltou
o representante da Seind no projeto, Rafael Costodio Tikuna.
Ao todo, mais de 4 mil famílias de 72 comunidades têm sido beneficiadas
diretamente com o projeto, que tem abrangência para 17 mil indígenas dos povos
Tikuna, Kokama, Cambeba e Caixana, distribuídos em São Paulo de Olivença e Tabatinga,
ambos localizados na região da tríplice fronteira: Brasil, Colômbia e Peru.
Prioridade
O fortalecimento
de cadeias produtivas como o manejo do pescado nas comunidades indígenas do
alto Solimões faz parte das ações tidas como prioritárias dentro da câmara
técnica de “Sustentabilidade Econômica dos Povos Indígenas”, a de número 4 do
Comitê Gestor do Plano de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a
Fundação Nacional do Índio (Funai).
Grupo de indígenas que participou da atividade, com o representante da Seind, Rafael Costodio Tikuna (blusa preta) |
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