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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Indígenas fazem contagem do pirarucu em município do alto rio Solimões


Alunos que participaram da contagem de pirarucu, na comunidade Vendaval. Fotos: Rafael Tikuna (Divulgação/Seind)

Vinte indígenas dos povos Tikuna, Kokama e Kaixana foram capacitados pelo Governo do Amazonas para trabalhar com a contagem do pirarucu em comunidades indígenas do alto rio Solimões. O primeiro curso relacionado à prática sustentável foi realizado entre os dias 30 de outubro e 4 de novembro, na comunidade Vendaval, localizada no município de São Paulo de Olivença (a 988 quilômetros de Manaus), como parte do projeto Éware Tchoni (Terra Sagrada Tikuna e seus Peixes).
Um dos momentos da contagem

Financiado pelo Governo do Amazonas, por meio do Proderam, o projeto recebe recursos na ordem de R$ 608 mil, oriundos do Banco Mundial (Bird), e é executado pela Associação dos Caciques Indígenas de São Paulo de Olivença (Acispo), com apoio técnico do Laboratório de Manejo de Fauna (LMF), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind).

O objetivo é trabalhar a gestão e o manejo da pesca nas terras indígenas Éware 1 e Éware 2, além de combater a pesca predatória e propiciar o desenvolvimento sustentável dos indígenas naquela região do Estado.

De acordo com o titular da Seind, Bonifácio José Baniwa, ao apoiar o manejo comunitário dos recursos pesqueiros, o Governo do Amazonas não somente atende a uma antiga reivindicação oficializada pela Acispo, como também colabora para que o consumo local seja suprido e a comercialização do excedente passe a ser feita a preços mais justos. “Tudo isso faz parte de uma política macro de beneficiamento aos indígenas, que está inserida no programa Amazonas Indígena”, destacou o secretário. 
Aluno anota todos os detalhes da atividade

Beneficiados
O processo de contagem do pirarucu estava inserido na oitava oficina do projeto. Em São Paulo de Olivença, atividade reuniu indígenas das comunidades Vendaval, Cajari 1 e 2, Ribeiro, Paranapará, São Domingos 1 e 2, Bom Jesus 2 e do próprio município. Todos foram assessorados por técnicos da Seind, do Inpa, do Instituto Chico Mendes e da Reserva de Mamirauá.

“A atividade foi muito produtiva, graças à participação dos indígenas e ao apoio de pessoas como o João Ferreira, que é técnico da reserva do Juruá pelo Instituto Chico Mendes; o Tony Braga, que é biólogo especialista em Ecologia no Inpa; e o Ernand Marques, técnico da Reserva de Mamirauá”, ressaltou o representante da Seind no projeto, Rafael Costodio Tikuna.

Ao todo, mais de 4 mil famílias de 72 comunidades têm sido beneficiadas diretamente com o projeto, que tem abrangência para 17 mil indígenas dos povos Tikuna, Kokama, Cambeba e Caixana, distribuídos em São Paulo de Olivença e Tabatinga, ambos localizados na região da tríplice fronteira: Brasil, Colômbia e Peru.


Prioridade
O fortalecimento de cadeias produtivas como o manejo do pescado nas comunidades indígenas do alto Solimões faz parte das ações tidas como prioritárias dentro da câmara técnica de “Sustentabilidade Econômica dos Povos Indígenas”, a de número 4 do Comitê Gestor do Plano de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a Fundação Nacional do Índio (Funai).
Grupo de indígenas que participou da atividade, com o representante da Seind, Rafael Costodio Tikuna (blusa preta)






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