Pesca esportiva é atrativo nos rios do Amazonas e indígenas querem ser inseridos no processo. Fotos: Daniel Crepaldi (Divulgação/Ibama) |
A pesca esportiva está prestes a ser regulamentada nas terras indígenas do médio rio Negro (rio Marié e adjacências). Os primeiros estudos de impacto ambiental, sociocultural e econômico já foram realizados e a expectativa é de que a atividade beneficie aproximadamente 14 comunidades indígenas dos povos Baré, Tukano, Baniwa, Dessano e Piratapuia, que vivem na abrangência do rio.
Mapeamento e estudo de impacto ambiental foram realizados por vários dias |
Com o apoio logístico da Secretaria de Estado para
os Povos Indígenas (Seind), por meio da câmara técnica “Sustentabilidade
Econômica dos Povos Indígenas”, do Comitê Gestor de Atuação Integrada entre o
Governo do Amazonas e a Fundação Nacional do Índio (Funai), as lideranças dessas
comunidades estiveram reunidas no período de 28 de outubro a 10 de novembro, na
comunidade Tapuruquara-Mirim, localizada no município de São Gabriel da
Cachoeira (a 858 quilômetros de Manaus), para discutir o assunto.
Todas tiveram acesso ao estudo do rio, que foi apresentado por técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Mapa do estudo feito pelo Ibama é mostrado na oficina. Fotos: Rosa dos Anjos (Detno/Seind) |
Todas tiveram acesso ao estudo do rio, que foi apresentado por técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Após os esclarecimentos prévios e a consulta às
comunidades (materializados em duas oficinas), além do debate acerca da criação
de um plano de uso, os indígenas acenaram positivamente pela regulamentação da
pesca esportiva nas aldeias de Bacabal, Ilha do Pinto, Irapajé, Castanheirinho,
Vila Nova, São Pedro, Cajuri, Arurá, Livramento 2, Itapereira, Mafi, Nova Vida,
Tapuriquara Mirim e Boa Esperança.
“De acordo com os primeiros estudos, ficou
constatado que o rio é propício para a atividade”, informou a técnica do
Departamento de Etnodesenvolvimento da Seind (Detno) que acompanhou toda a
discussão, Rosa dos Anjos.
“A pesca esportiva pode servir de alternativa
econômica para as comunidades indígenas”, ressaltou um dos coordenadores do
Detno, Jurandir Tenharín
Ministério
Público
A ação em São Gabriel da Cachoeira atende a uma
determinação do Ministério Público Federal (MPF) junto à Funai, com o objetivo
de coibir novos conflitos, por conta da entrada de empresas nas áreas em
questão, para explorar o turismo da pesca esportiva sem autorização dos
próprios indígenas.
O processo de discussão envolve um grupo de trabalho
que é composto por Ibama, Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro
(Foirn) e Seind, com a coordenação da Funai, a assessoria do Instituto
Socioambiental (ISA), o apoio da Prefeitura Municipal de São Gabriel da
Cachoeira (por meio da Assessoria de Assuntos Indígenas) e a participação da
Associação das Comunidades Indígenas do Baixo Rio Negro (ACIBRN).
Fortalecimento
De olho no turismo e nos benefícios que ele pode
trazer, os indígenas começam a se fortalecer enquanto organização para poder
trabalhar com a pesca esportiva no rio Marié. No dia 15 de janeiro de 2014,
eles estarão reunidos novamente, dessa vez em assembleia, para eleger a nova
coordenação da ACIBRN.
Nenhum comentário:
Postar um comentário