Como
uma primeira etapa no processo de planejamento de ações para a região do sul do
Amazonas, a presidenta da Fundação Nacional do Índio (Funai), Maria Augusta
Assirati se reuniu na última
segunda-feira (10) em Manaus com lideranças indígenas Tenharim e Djahui,
representantes da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiab), e
de vários outros órgãos federais e
estaduais.
Para
a presidenta Maria Augusta a união de todos os órgãos é fundamental neste
momento, “é preciso se consolidar uma ação integrada e efetiva, sempre
dialogando com os indígenas. A reorganização da Coordenação Regional, e a
normalização de suas atividades, é muito importante para que a Funai volte a
ter uma atuação forte na região.
A
Fundação vai seguir em busca do acompanhamento dos inquéritos instaurados para
apurar os fatos ocorridos em dezembro. Além disso, vamos nos concentrar, em
conjunto com os indígenas, na elaboração de planos de gestão para as Terras
Indígenas locais, buscando intensificar ações de proteção territorial,
fiscalização, conservação ambiental, e etnodesenvolvimento, inclusive para
geração de renda”, esses pontos foram levantados pela presidenta como mais
relevantes neste momento.
Diálogo
Desde
o início dos conflitos ocorridos em Humaitá, a Funai vem acompanhando de perto
a situação dos Povos Indígenas que ali vivem, no sentido de resguardar seus
direitos individuais e coletivos e sua integridade física e cultural, em
diálogo com outros órgãos do Governo Federal e Estadual.
A
proteção dos indígenas Tenharim e Djahui dentro e fora da Terra Indígena tem
sido uma constante preocupação do órgão indigenista, já que os episódios do fim
do ano passado geraram grande instabilidade à vida, organização social, e
aspectos culturais dos Povos da região. A Funai, que teve sua sede no município
parcialmente destruída, juntamente com viaturas e embarcações, busca agilizar
ao máximo a recomposição de suas condições de trabalho, para voltar a atender
normalmente as 12 etnias que estão em Terras de jurisdição da Regional de
Humaitá.
Seind esteve representada na conversa, com o titular da pasta, Bonifácio José Baniwa (segundo, da direita para a esquerda) |
Respeito
Para
o Coordenador Geral da Coiab, Maximiliano Menezes, os fatos ocorridos no sul do
Amazonas têm gerado declarações violentas e preconceituosas. Em carta entregue
à Presidenta da Funai, Menezes ressalta que, “É necessário que se tenha
respeito com os Povos Indígenas e que se faça
cumprir a Constituição Federal de 1988, e os Tratados Internacionais
assinados e ratificados pelo Brasil, como a Convenção 169 da OIT e a Declaração
da Organização das Nações Unidas sobre os direitos dos povos Indígenas”.
Segundo
Ivanildo Tenharim, a situação é complicada na região de Humaitá, “tudo isso tem
gerado inúmeros problemas para todo o Povo Tenharim, temos indígenas doentes,
com depressão e pânico, além do atraso
na produção da castanha e dos roçados”. Para o líder indígena, “todos devem
trabalhar com a idéia de harmonia e paz no município de Humaitá”.
Segurança
Ainda
durante o encontro, o coronel do Comando Militar da Amazônia, Pedro Pessoa,
falou na criação de uma solução pacificadora, “é preciso pensar a segurança na
região, abordando a relação dos indígenas e suas Terras com o entorno“.
Um
plano de segurança já foi apresentado pela Funai ao Ministério da Justiça, e
vem sendo discutido com os órgãos federais de segurança pública.
Participaram
do encontro Coordenadores e assessores da Funai, o assessor técnico da
Secretaria Geral da Presidência da República, representantes da Secretaria de
Estado para Povos Indígenas- Seind, e da Secretaria de Educação do Estado do
Amazonas.
A
equipe da Funai Brasília realizou, ainda, visita a sua sede no município, e
reunião com o coordenador Eduardo Desidério, para discussão e definição de
diretrizes para a atuação da Coordenação Regional de Manaus.
Fonte: Funai
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