Vice governador, José Melo na abertura das unidades de conservação estadual da BR-319. Fotos: Roberto Carlos (Divulgação/Agecom) |
O
Governo do Amazonas publicará, nos próximos meses, os planos de gestão das sete
Unidades de Conservação Estaduais da BR-319, resultantes de audiências públicas
realizadas de fevereiro a março deste ano em Canutama, Careiro, Borba, Novo
Aripuanã e Tapauá. O trabalho de campo que embasou os planos foi apresentado à
sociedade nesta terça-feira, 2 de abril, no Palacete Provincial, no Centro, zona
sul de Manaus, pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável (SDS), como uma das etapas finais das consultas públicas para a
formulação dos planos e contou com a participação do vice-governador José Melo.
Segundo
o vice-governador, o trabalho é conciliatório e cria as condições para a
construção da rodovia assegurando projetos de geração de renda para as famílias
de mais de seis mil moradores que vivem nas Unidades de Conservação Estaduais e
também de proteção ambiental para as sete unidades, que são a Reserva
Sustentável Igapó-Açu (Careiro), Reserva Extrativista Canutama (Canutama),
Floresta Estadual Canutama (Canutama), Reserva de Desenvolvimento Sustentável
do Matupiri (Borba), Parque Estadual do Matupiri (Borba), Reserva Desenvolvimento
Sustentável Rio Madeira (Novo Aripuanã), Floresta Estadual de Tapauá (Tapauá).
José
Melo enfatizou que a construção da BR-319 tira o Amazonas do isolamento,
barateia custos logísticos, mas só pode ser pensada garantindo a preservação da
biodiversidade e melhorando as condições de vida da população. “É preciso
conciliar o desenvolvimento com a nossa riqueza ambiental. Fomos batendo de
porta em porta para ouvir as pessoas que moram lá para elas participarem. A
partir daí, construímos. Precisamos da BR-319 para tirar o Amazonas do
isolamento e reduzir nossos custos de produção e também precisamos proteger
essas comunidades tradicionais e o berçário fantástico de animais silvestres”,
afirmou.
A
apresentação dos resultados do trabalho de campo contou com a presença de
moradores das comunidades tradicionais, pesquisadores e representantes do
Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Foram mais de
cinco anos de pesquisa nas comunidades tradicionais. Cerca de duas mil famílias
em 167 comunidades foram identificadas. O trabalho contém ainda o levantamento
ambiental e socioeconômico da região. Os levantamentos identificaram também as
potencialidades econômicas da área.
Seind esteve presente no evento desta quarta-feira, representado pelo titular da pasta, Bonifácio José (na primeira fileira) |
O
vice-governador também ressaltou a importância de o Amazonas ter acesso por
estrada com o restante do País. “O nosso governo está construindo uma forma de
o Governo Federal ter as condições ambientais indispensáveis para construir uma
estrada diferente, toda envelopada, e permitir que nós, amazonenses, possamos
ter uma saída para o resto do Brasil pela BR-319. É o que estamos construindo
agora, com a ajuda das populações tradicionais e comunidades científicas”,
ressaltou Melo.
Consulta pela internet – Aprovados há três meses em votação nos
conselhos comunitários das sete unidades, os planos agora estão na última fase
de aprovação e estão disponíveis para consulta no site da SDS (www.sds.am.gov.br). Eles contêm
as estratégias para prevenir e mitigar impactos ambientais com a obra e a
entrada em funcionamento da rodovia e os programas e projetos que serão
implantados para desenvolver as potencialidades econômicas, condicionantes para
a licença ambiental.
“Os
projetos são pensados dentro do potencial de cada área. Nesse caso, o principal
potencial dessas Unidades de Conservação da BR-319 é o turismo, o manejo
florestal, com a madeira retirada de maneira legalizada e manejada, e o manejo
de produtos extrativistas como o açaí e a castanha”, frisou a titular da SDS,
Kamila Amaral.
A
secretária lembrou que o trabalho realizado para a implementação das Unidades
de Conservação será importante para proteger essas áreas. “Ele é necessário
para proteger, monitorar e diminuir os impactos ambientais causados pela
retirada ilegal de madeira, pela ocupação desordenada do solo e pela caça
ilegal. Além disso, com os planos de gestão, é possível fazer análise
socioambiental dessas áreas e ter projetos e programas para investimentos
públicos”, ressaltou.
Desenvolvimento sustentável – A conservação da biodiversidade é um
componente estratégico para o desenvolvimento sustentável no Estado do
Amazonas. Através da SDS, e suas instituições vinculadas, o Governo do Amazonas
promoveu a expansão de Áreas Protegidas no Estado em mais de 18 milhões de
hectares, como Unidades de Conservação de uso sustentável e de proteção
integral, entre os anos de 2003 e 2011.
As
42 Unidades de Conservação Estaduais cobrem áreas prioritárias para a
conservação da biodiversidade e manutenção dos modos de vida tradicionais. A
criação dessas áreas foi feita a partir de estudos de campo e consultas
públicas, que objetivaram identificar a categoria de Unidade de Conservação
mais apropriada para cada contexto socioambiental e fundiário.
O Centro Estadual de Unidades de
Conservação (CEUC), criado pela Lei
Delegada 6, de 9 de maio de 2007, é responsável pela implementação de parques e
reservas, na tentativa de assegurar o desenvolvimento de programas para criação
e gestão das unidades, de modo a também beneficiar as comunidades residentes e
usuárias.
Fonte: Agecom
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