Diversas comunidades participaram de oficina em comunidades indígenas de Santa Isabel do Rio Negro. Fotos: Israel Marubo (Detno/Seind) |
A regularização do turismo da pesca esportiva em
comunidades indígenas voltou a ser discutida na região do alto rio Negro. Dessa
vez o município visitado por técnicos da Secretaria de Estado para os Povos
Indígenas (Seind) foi Santa Isabel do Rio Negro (a 631 quilômetros de Manaus).
Treze comunidades participaram das discussões, por meio da “Oficina de
Sensibilização para o Turismo na Terra Indígena Médio Rio Negro 2”.
Com a ação, que beneficiou 732 indígenas de vários
povos, o Governo do Amazonas cumpre mais uma etapa de uma série de atividades
que deverão ser realizadas até junho, em atendimento à determinação do
Ministério Público Federal (MPF) junto à Fundação Nacional do Índio (Funai),
que visa coibir novos conflitos naquela região do Estado do Amazonas, por conta
da exploração do negócio, sem autorização prévia ou participação dos próprios
indígenas.
Atividades foram realizadas em 13 comunidades, com boa participação do público-alvo |
A demanda de Santa Isabel do Rio Negro foi
apresentada pela Associação das Comunidades Indígenas Ribeirinha (ACIR) e
atendida pela Seind, Funai e alguns parceiros – que fazem parte do Comitê
Gestor de Atuação Integrada –, frente ao problema de invasão das empresas de
pesca esportiva nas áreas de uso comum, localizadas na terra indígena Médio Rio
Negro 2.
“Os indígenas não recebem qualquer benefício dessas
empresas”, informou o técnico do Departamento de Etnodesenvolvimento da Seind,
Israel Marubo. “Um dos objetivos das oficinas foi verificar a aptidão de cada
comunidade em relação ao turimo da pesca esportiva e, consequentemente, a
elaboração, em conjunto, de um plano de manejo das áreas de uso comum de cada
aldeia”, disse o servidor.
Técnico da Seind, Israel Marubo foi um dos que ministraram as oficinas |
Consulta
pública
O desenvolvimento das atividades ocorreu em forma de
consulta pública, mas inicialmente foram realizadas oficinas de sensibilização nas
comunidades de abrangência da ACIR. No dia 13 de abril, os indígenas realizaram
uma assembleia geral na Comunidade do Cartucho, onde todos os representantes
das aldeias puderam tomar decisões importantes frente ao turismo de pesca.
Durante as oficinas, que também tiveram a parceria
da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn/CAIBRN), os participantes
receberam informações sobre conceitos de turismo, segmentos turísticos,
impactos positivos e impactos negativos do turismo.
Técnicos do ICMBio e do Idam compareceram no último dia de oficina e também estão empenhados no processo |
A sensibilização reuniu indígenas dos povos Baniwa,
Baré, Tukano, Tuyuka, Dessano, Piratapuya, Nadeb, Kuiwai, Maku e Matupiri, das
comunidades Aruti, Plano, Massarabi, São João, Castanheiro, Wacará, Uabada 2,
Boa Vista, Maricota, Abianai, Areial, Chile e Cartucho.
Avanços
Desde o ano passado, a Seind e parceiros têm
participado de várias reuniões na região do rio Negro para avançar nas
discussões sobre o turismo da pesca esportiva na localidade. No último mês de
março, diversas lideranças indígenas de São Gabriel da Cachoeira (a 858
quilômetros de Manaus) estiveram reunidas no município, para tentar avançar nas
discussões sobre a regularização do turismo da pesca esportiva no rio Marié. A
agenda foi finalizada com a realização da Oficina de Plano de Manejo da
Associação das Comunidades Indígenas do Baixo Rio Negro (ACIBRN).
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