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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Seind e organizações cumprem etapa de projetos no Médio Solimões


Indígenas mostram desenho do que irão produzir durante a oficina. A servidora da Seind, Rosa dos Anjos, acompanhou tudo. Fotos: Rosa dos Anjos

Por: Isaac Júnior 

Mais uma etapa dos projetos “Valorização das Mulheres Indígenas” e “Extraindo Renda da Floresta” foi cumprida nas últimas semanas pelo Governo do Amazonas, com a realização de oficinas de melhoria da qualidade do artesanato e criação de pequenos animais na região do rio Solimões. Aproximadamente 60 indígenas foram beneficiados com a ação, que foi desenvolvida entre a Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), a Associação das Mulheres Indígenas do Médio Solimões e Afluentes (Aminsa) e a União dos Povos Indígenas do Médio Solimões e Afluentes (Unipi).

Os dois projetos são executados desde o início deste ano, com financiamento do Programa Demonstrativo dos Povos Indígenas (PDPI), instância do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Ambos abrangem os municípios de Alvarães, Uarini, Maraã e Japurá, beneficiando oito aldeias: Ponta da Castanha e Porto Praia, do povo Tikuna; Nova São Joaquim, Jeremias e Jutaí, dos Maku Nadeb; São Francisco e Patauá, dos Kanamari; e Laranjal, dos Miranha.

A primeira oficina abordou o artesanato e foi realizada em Nova São Joaquim, em Japurá (a 1.498 quilômetros de Manaus). A segunda foi na aldeia de São Francisco, em Maraã (a 681 quilômetros de Manaus). Em ambas, os indígenas ouviram as instruções, participaram de todo o processo de extração da matéria prima até a confecção do material trabalhado. 

 
De acordo com uma das coordenadoras da Aminsa, Ercília da Silva Vieira Tikuna, o projeto cumpre mais uma etapa importante com as oficinas. “Na verdade, nosso trabalho começou em dezembro, em Manaus, depois fizemos as viagens de diagnóstico e outras para organizar os grupos de mulheres”, disse Ercília, que divide a coordenação da entidade com a também indígena Maria de Nazaré dos Santos Mayoruna.

Durante uma semana, todos os participantes das oficinas tiveram a oportunidade de fazer a coleta do cipó, da madeira, das sementes e do barro para produzir cestos, balaio, remo, colar, enfeites para cabelo e cocar.

Depois de extrair, 'sêo' José começa a trabalhar o cipó, outro passo da oficina

Divulgação  
Para gerar renda às comunidades envolvidas, o projeto prevê também a divulgação e a inserção dos indígenas em outras atividades afins e de interesse dos próprios beneficiados. “Precisamos divulgar essa riqueza que é grande na terra, por isso estamos incentivando os maku, por exemplo, que vendem mais vassouras, para que vendam também cestos e paneiros que eles próprios podem produzir”, justificou Ercília.

Elas começaram a mostrar o que aprenderam na aldeia São Francisco

Fortalecimento
Dentro da política de etnodesenvolvimento do Governo do Amazonas, essas oficinas estão inseridas nos eixos estratégicos de ação do Programa Amazonas Indígena, com produção e sustentabilidade, fortalecimento das organizações, reconhecimento e valorização desses povos.

Sustentabilidade  
O PDPI é um projeto que surgiu estimulado pelo avanço da demarcação das Terras Indígenas e pelo desafio posterior de garantir a sustentabilidade das mesmas. Em termos de distribuição, o Amazonas foi o estado que mais submeteu e tem projetos aprovados junto ao PDPI, o que se torna um grande atrativo para que a relação com a Seind fique cada vez mais estreita.

Etapas
Para realizar oficinas como as de Japurá e Maraã, as organizações que procuram  financiamento do PDPI precisam cumprir etapas, antes e durante a execução de um projeto. Primeiramente, identificar os principais produtos para, em seguida, fazer um diagnóstico sobre suas potencialidades econômicas nos mercados locais e nacionais. As oficinas servem também para melhoria na qualidade do que é produzido, com o objetivo da geração de renda. 
Alguns produtos do resultado final de uma semana de atividades nas aldeias de Maraã e Japurá

Os indígenas mais experientes têm um papel importante no processo, como instrutores dos jovens.


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