Indígenas capacitados no curso realizado em São Paulo de Olivença. Fotos: Divulgação/Seind |
Assessorado
por um técnico da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), que
trabalhou na tradução da língua tikuna para o português e vice-versa, um grupo
de 35 indígenas concluiu o curso de Agente Ambiental Voluntário, este mês, no
município de São Paulo de Olivença (a 988 quilômetros de Manaus). A atividade foi
referente à segunda turma do curso e reuniu jovens, caciques, professores e
agentes de saúde, durante nove dias, no Centro de Formação Jesus Missionário. Agora,
eles estão capacitados para trabalhar com as questões ambientais naquela região
do Estado do Amazonas.
O evento fechou
a programação de cursos do projeto Gestão e Manejo dos Recursos Pesqueiros nas
Terras Indígenas Eware 1 (pronuncia-se Evaré) e Eware 2 em 2012. O objetivo é
combater a pesca desenfreada, a caça ilegal e o contrabando de filhotes de
peixes ornamentais, além de apoiar o manejo comunitário dos recursos
pesqueiros, suprir o consumo local do produto nas comunidades e comercializar o
excedente a preços mais justos.
Com a
capacitação, os indígenas vão poder trabalhar na área de fiscalização e
preservação de lagos e atuar como multiplicadores na educação ambiental. A ação
beneficia 9 mil indígenas de forma indireta, dos povos Tikuna, Kokama, Kambeba
e Caixana, distribuídos entre São Paulo de Olivença e Tabatinga.
Atividade teve vários trabalhos de grupo e foi realizada com tradutor tikuna |
Criado em 2009
Com valor
total de R$ 608 mil – financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
do Amazonas e oriundos do Banco Mundial (Bird) – e idealizado pela Associação
dos Caciques Indígenas de São Paulo de Olivença (Acispo), o projeto é resultado
de uma parceria entre a Seind e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa).
O curso Agente
Ambiental em São Paulo de Olivença foi executado pelo Centro Estadual de
Unidade de Conservação (Ceuc), que é uma instância da Secretaria de Estado do
Meio Ambiente Sustentável do Amazonas (SDS), em parceria com a Seind e o
Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).
A ação no
município integra o plano de trabalho da câmara “Sustentabilidade Econômica dos
Povos Indígenas”, do Comitê Gestor de Atuação Integrada entre o Governo do
Estado e a Fundação Nacional do Índio (Funai).
Ao longo do
projeto também já foram realizadas atividades como oficinas de Gestão e Manejo
de Pesca, cujo benefício abrange a mais de 40 aldeias, entre as quais Campo
Alegre, Santa Inês, Nova União, Vera Cruz e Bom Jesus.
Tradução
A Seind tem
prestado apoio técnico a todas as atividades executadas desde o início do
projeto. Uma delas é a própria tradução do que é passado aos indígenas. “Nós
traduzimos tudo e o resultado foi positivo, pois as lideranças puderam se
manifestar e discutiram novo planejamento para o próximo ano”, informou um dos
integrantes do Departamento de Etnodesenvolvimento da Seind (Detno), Rafael
Costodio Tikuna.
Ao final do
curso em São Paulo de Olivença, os participantes receberam certificado,
equipamentos como mochila, jaleco, crachá e chapéu com identificação, para atuação
direta em campo.
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