Secretário Bonifácio e objetos recebidos no evento, que reuniu pessoas de vários países. Fotos: Divulgação/Seind e Divulgação/Fundo Indígena |
Organismo oficial que reúne representantes indígenas
e de governo de 22 países membros para cumprimento dos direitos dessas
populações, o Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América
Latina e do Caribe (conhecido como Fundo Indígena) terá um secretário de estado
do Governo do Amazonas no quadro de conselheiros, para os próximos dois anos. O
eleito e agora representante oficial do Brasil no conselho diretor da entidade é
o titular da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), Bonifácio
José Baniwa.
A escolha do amazonense ocorreu durante a 10ª
Assembleia Geral Ordinária do Fundo Indígena, realizada entre os dias 27 e 30
de novembro, na República da Guatemala. O conselho é formado por membros
indígenas e de governo. Do lado indígena foram eleitos Natalia Sarapura (Argentina),
Bonifácio José (Brasil), Andres Matta (Chile), Amadeo Martinez (El Salvador),
Jorge Cordova (Honduras) e Mirna Cunningham (Nicarágua). Os governos são
representados por líderes da Bélgica, Colômbia, Guatemala, Equador, Espanha e
Portugal.
Esta é a segunda vez que Bonifácio assume a função
de conselheiro do Fundo Indígena, que tem sede em La Paz na Bolívia. A primeira
foi de 2002 a 2004. Além de representar o fundo no Brasil, ele terá a missão de
fortalecer a luta dos indígenas com ênfase na Convenção 169 da Organização
Internacional do Trabalho (OIT) – que é o instrumento internacional vinculante mais
antigo que trata especificamente dos direitos dos povos indígenas e tribais no
mundo –, na Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas aprovada pela
Organização das Nações Unidas (ONU) e nos direitos garantidos pela Constituição
Federal de 1988.
“Esse fortalecimento já vem sendo feito pelo Governo
do Amazonas, por meio de ações como consultas aos povos indígenas,
conferências, a criação do conselho indígena e do comitê gestor de atuação
integrada, além da escolha das pessoas para fazer acontecer o trabalho dentro
do próprio governo”, destacou o titular da Seind. “O objetivo é reconhecer e
valorizar o processo próprio no modo de ver e entender o mundo cósmico,
político, social e cultural de cada povo”, acrescentou o secretário, que nasceu
na aldeia Tucumã Ruptá, no município de São Gabriel da Cachoeira (a 858
quilômetros de Manaus) e está à frente da Seind desde março de 2010.
Sede
na Bolívia
Criado durante a 2ª Cúpula Ibero-Americana de Chefes
de Estado e de Governo realizada em Madri em 1992, o Fundo Indígena tem sede
permanente em La Paz, capital boliviana. O objetivo é promover e fortalecer o
desenvolvimento político, econômico, cultural e social dos povos, comunidades e
organizações na América Latina e no Caribe, por meio da gestão e canalização de
recursos, consulta e diálogo político, assistência técnica e apoio financeiro a
programas e projetos de desenvolvimento, entre outros.
Assembleia
A 10ª assembleia Geral Ordinária do Fundo Indígena teve
a participação de personalidades importantes como o presidente guatemalteco,
Otto Pérez Molina, que defendeu a melhoria das condições de vida dos indígenas
latino-americanos e caribenhos nas áreas de nutrição, saúde e educação.
Em meio a um debate que abordou temas importantes
como a adoção de um novo regulamento de consulta e participação, além da
criação de um sistema de regulação e avaliação de impacto ambiental, o evento
teve o objetivo de fortalecer politicamente a entidade e consolidá-la financeiramente.
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