Várias comunidades indígenas serão beneficiadas com projeto. Foto: Cláudio Pequeno Apurinã (Detno/Seind) |
Administrado
pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Fundo
Amazônia aprovou apoio de R$ 16,4 milhões para o Governo do Amazonas, por meio
da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), executar o Projeto
de Gestão Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável das Terras Indígenas do
Amazonas.
O projeto,
com prazo de 36 meses, abrange cerca de 50% dos territórios indígenas do Estado
(16,2 milhões de hectares, distribuídos em 28 terras indígenas de 15 municípios),
beneficiando uma população de 35 mil índios, direta e indiretamente.
As
atividades produtivas do projeto, alinhado aos objetivos da Política Nacional
de Gestão Ambiental e Territorial de Terras Indígenas (PNGATI), foram definidas
pelos próprios indígenas, público-alvo prioritário do Fundo Amazônia.
A
Seind realizou várias consultas às comunidades e encaminhou termos de anuência
por meio das organizações regionais para execução do projeto. A seleção das
áreas e atividades prioritárias obedeceu às demandas recebidas e o potencial
produtivo de cada região, além de levar em conta como prioridade, as regiões
onde há iniciativas de sustentabilidade em andamento e que carecem de fomento.
Todas
as instituições parceiras citadas no projeto foram consultadas por meio de
reuniões do Comitê Gestor de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a
Fundação Nacional do Índio (Funai) para a realização de ações conjuntas.
“Será a
primeira vez que o Governo do Amazonas e os povos indígenas irão trabalhar a
gestão territorial em terras indígenas, amparados por lei e atendendo aos
anseios das comunidades indígenas”, destacou o secretário da Seind, Bonifácio
José Baniwa. “Esperamos alcançar um modelo que possa ser aplicado às outras terras
indígenas e com linhas de ações prioritárias, que foram apresentadas pelas
próprias organizações e comunidades indígenas”, ressaltou.
O
objetivo é reduzir as atividades exploratórias que levam à degradação dos
recursos naturais, com investimentos no monitoramento da região e
fortalecimento institucional das associações locais.
Sete
componentes
O projeto
está estruturado em sete componentes principais: Planos de Gestão Ambiental de
Terras Indígenas; agricultura familiar sustentável; manejo sustentável de
produtos florestais; desenvolvimento da produção e do comércio de artesanato
indígena e das atividades de pesca manejada e aquicultura; fortalecimento
institucional da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas do Amazonas
(Seind), única secretaria de Estado no Brasil dedicada exclusivamente aos
interesses dos povos indígenas.
Artesanato indígena também faz parte dos componentes do projeto. Foto: Isaac Júnior (Ascom/Seind) |
Historicamente,
as Terras Indígenas detêm um dos menores índices de desmatamento entre as
diversas categorias de áreas protegidas. Ainda assim, é crescente a pressão
sobre os recursos naturais dessas áreas, que se acentua naquelas regiões que
fazem fronteira com grandes estradas e rios de maior circulação.
O projeto
prevê a implantação de dois planos de gestão ambiental e de duas bases de
monitoramento; o desenvolvimento de 28 projetos de agricultura familiar
sustentável e de atividades de pesca manejada e aquicultura; o estímulo ao
artesanato indígena, com a construção de cinco centros de produção e
armazenamento nas aldeias e de três centros de comercialização; e a capacitação
de 2.420 indígenas nos temas relacionados ao projeto.
Fundo
Amazônia
Criado em
2008, o Fundo Amazônia já possui 92 projetos em carteira, totalizando R$ 1,5
bilhão. Desse total, 45 projetos, no valor de R$ 628 milhões, já estão contratados.
O Fundo capta doações destinadas a investimentos não reembolsáveis em
prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e ações de conservação e uso
sustentável das florestas no bioma amazônico. O governo da Noruega, o banco de
desenvolvimento alemão KfW e a Petrobras já destinaram recursos ao Fundo
Amazônia.
Obs.: com
informações do BNDES e da Seind
os povos indígenas do Vale do javari, vem apresentando sua preocupação relacionado a garantia de proteção territorial, onde busca apoio das instituições governamentais e não governamentais nacionais e internacionais para realização de seminários e oficinas nas comunidades indígenas da região. No entanto foram atendido. Portanto esperam da SEIND e BNDES apoio para gestão ambiental e sustentabilidade.
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