A
Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), a Coordenação das
Organizações Indígenas (Coiab) e representantes dos povos Tenharín e Jiaui estiveram
reunidos nesta terça-feira (dia 7), em Manaus, para oficializar junto ao
Ministério Público Federal (MPF/AM), o pedido de maior agilidade na proteção
aos direitos das comunidades indígenas que vivem no sul do Amazonas.
Em
carta assinada pelas três instâncias, os indígenas sugerem uma reunião na
própria sede do MPF, para que sejam discutidos os problemas relacionados aos
recentes conflitos que envolvem o povo Tenharim, da terra indígena Marmelos, nos
municípios de Manicoré e Humaitá (a 600 quilômetros de Manaus).
Mediante
o impasse e desafios emergenciais encontrados, os indígenas propõem que a
reunião envolva instituições ligadas diretamente à educação, saúde,
subsistência, proteção e fiscalização da terra indígena.
A
meta é evitar prejuízos como a interrupção das aulas, do atendimento de saúde,
do trânsito dentro e fora das áreas indígenas pelos indígenas, e a necessidade
de maior transparência e esclarecimento sobre a situação.
Criada
para ser uma instituição modelo em desenvolvimento de política pública
indígena, com visibilidade voltada ao fortalecimento, autonomia e ao
etnodesenvolvimento das comunidades indígenas do Amazonas, a Seind
tem acompanhado os acontecimentos envolvendo os indígenas do povo Tenharín, no
sentido de fazer valer essa
política em defesa das garantias dos direitos constitucionais.
Outra
preocupação do órgão diz respeito à preservação
dos valores culturais (crenças, costumes e tradições) e históricos dos 64 povos
indígenas que, segundo a secretaria, devem ser respeitados.
De acordo com o Programa Amazonas Indígena, do Governo
do Estado, o objetivo de desenvolver as comunidades e aldeias indígenas abrange,
entre outros benefícios, a criação de projetos de geração de trabalho e renda,
combinado com conhecimento, técnicas tradicionais cientificas e tecnológicas
modernas, garantindo assim a preservação, conservação do conhecimento
tradicional, meio ambiente e da biodiversidade.
Pontos
abordados e que merecerão prioridade na reunião com o MPF:
- Situação dos estudantes indígenas em ano letivo e
dos professores indígenas;
- Situação do atendimento de saúde nas terras indígenas
afetadas;
- Trânsito dentro e fora das terras indígenas pelos
indígenas, assim como do Exercito,
Polícia Militar e Polícia Federal dentro das Terras
Indígenas;
- Situação da segurança das terras indígenas e da
integridade física dos indígenas da região e papel dos órgãos públicos nesse
processo;
- Garantir aos indígenas o acesso aos benefícios
sociais e previdenciários, outrora impedidos devido à falta de segurança no trânsito
de indígenas nas sedes municipais;
- Necessidade de maior transparência e
esclarecimento, assim como interação e integração de trabalho entre os órgãos
prioritários envolvidos no processo com a prefeitura, órgãos estaduais e
movimento indígena (Coiab).
Fonte:
Seind/Coiab
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