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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Seduc forma professores em curso de Magistério Indígena



Projeto Pirayawara irá certificar novos professores. Foto: Divulgação


O Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), concluiu uma nova etapa de formação do projeto Pirayawara e certificará 18 professores no curso de Magistério Indígena. O curso foi aplicado junto a indígenas das etnias Mura, Apurinã, Miranha, Tikuna, Munduruku e Kaxinawa. 

A solenidade de certificação ocorrerá no próximo sábado, dia 1º de fevereiro, no município de Manaquiri, distante 80 quilômetros de Manaus. 

A formação do projeto Pirayawara é oportunizada pela Seduc e desenvolvida pela Gerência de Educação Escolar Indígena, pertencente ao Departamento de Políticas e Programas Educacionais do órgão e contou com a parceria institucional de prefeituras municipais. Conforme a gerência, dos 18 profissionais formandos, dez residem em áreas indígenas do perímetro de Manaquiri e oito do Careiro da Várzea.  

A gerente de Educação Escolar Indígena da Seduc, Alva Rosa Lana Vieira, informou que a capacitação teve carga horária total de 5.600 horas com aulas presenciais e semipresenciais com base em metodologia diferenciada, valorizando os conhecimentos tradicionais indígenas. O programa de formação tem o currículo baseado na legislação da Educação Básica Profissional e é reconhecido pelo Conselho Estadual de Educação do Amazonas. 

Para o secretário de Estado de Educação, Rossieli Soares da Silva, é com grande satisfação que o Estado recebe os novos profissionais do magistério. “É um momento de valorizar o empenho de cada profissional que concluiu o curso e ressaltar a contribuição dos povos indígenas para o desenvolvimento do Amazonas”, citou.

Fonte: Agecom

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Seind cumpre agenda em Brasília para tratar de situação no sul do Amazonas



Secretário da Seind, Bonifácio José (à esquerda.), Jurandir Tenharin (ao lado dele) e o coordenador da Coiab, Maximiliano Tukano (à direita), em reunião com a presidente da Funai, Maria Augusta Assirati. Fotos: Divulgação/Seind

Uma comitiva coordenada pela Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) esteve em Brasília nas últimas duas semanas, com o objetivo de buscar soluções junto ao Governo Federal, para a situação de conflito no sul do Amazonas. Um dos principais pontos da agenda foi o pedido de inclusão do órgão e da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) no grupo de trabalho que trata do caso naquela localidade, além da retomada urgente das atividades da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Humaitá (a 600 quilômetros de Manaus) e na capital amazonense.

Acompanhado do coordenador da Coiab, Maximiliano Tukano, e do representante dos povos que vivem nas terras indígenas Tenharín Marmelos e Jiahui, Jurandir Tenharín, o secretário Seind, Bonifácio José Baniwa, recebeu da própria presidente Funai, Maria Augusta Assirati, a garantia de que ela estará no próximo mês de fevereiro em Manaus, para cuidar pessoalmente do assunto.

Ainda em fevereiro, Bonifácio deverá retornar à capital federal com o intuito de apresentar os resultados e metas do Comitê Gestor de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a Funai, entre as quais, ações que beneficiam diretamente os cinco povos indígenas que vivem no sul do Amazonas. 

“Fomos ouvir e buscar respostas das reivindicações feitas pelas organizações e lideranças indígenas junto ao Governo Federal”, disse o secretário da Seind. “Como parceiros, fomos buscar soluções para o impasse”, completou.

De acordo com o secretário, ao prestar apoio aos indígenas, a Seind cumpre a finalidade e objetivo que lhe competem, que é formular e promover a política de etnodesenvolvimento também aos povos indígenas do sul do Amazonas, com atividades, projetos e ações que estão em andamento para ser desenvolvidos naquela região do Estado.

Plano de ação
Além da Funai, a comitiva teve reuniões na Secretaria de Direitos Humanos (SDH) e na Secretaria-Geral da Presidência da República, que é a responsável pelo grupo de trabalho formado para buscar a pacificação e solução no conflito da região de Humaitá.

O GT é formado também por representantes do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), que estiveram na área para apurar os fatos, checar informações, ouvir e receber reivindicações dos povos atingidos.

“Eles estão trabalhando um plano de ação a ser apresentado aos ministros e, em seguida, aos povos, que deverá ser implementado pelas instituições a curto, médio e longo prazos em várias áreas”, destacou Bonifácio José.

Na Secretaria-Geral da Presidência da República, a comitiva foi recebida pelo secretário de Articulação Social da instância, Paulo Maldos, e assessores. 
Comitiva amazonense na Secretaria-Geral da Presidência da República


Na SDH, a reunião foi com o secretário Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Gabriel dos Santos Rocha, e equipe.    
Com integrantes da SDH

Conflito
A situação de conflito no sul do Amazonas ficou atenuada após a morte do cacique Ivan Tenharín, no início de dezembro, e o consequente desaparecimento de três homens na BR-230 (Rodovia Transamazônica). Os indígenas negam envolvimento no caso, mesmo assim, um grupo de moradores ateou fogo na Funai e Funasa, forçando o Governo Federal a intervir no caso.

Tanto o Exército quanto o Governo do Amazonas prestaram assistência aos indígenas, que pedem uma indenização de R$ 20 milhões por danos causados às terras em questão, por conta da construção da Transamazônica. Uma ação foi ajuizada pelo Ministério Público Federal no Amazonas (MPF-AM) nesse sentido.
  

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Governo do AM recebe apoio do BNDES para executar projeto em terras indígenas


Várias comunidades indígenas serão beneficiadas com projeto. Foto: Cláudio Pequeno Apurinã (Detno/Seind)

Administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Fundo Amazônia aprovou apoio de R$ 16,4 milhões para o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), executar o Projeto de Gestão Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável das Terras Indígenas do Amazonas.  

O projeto, com prazo de 36 meses, abrange cerca de 50% dos territórios indígenas do Estado (16,2 milhões de hectares, distribuídos em 28 terras indígenas de 15 municípios), beneficiando uma população de 35 mil índios, direta e indiretamente.

As atividades produtivas do projeto, alinhado aos objetivos da Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial de Terras Indígenas (PNGATI), foram definidas pelos próprios indígenas, público-alvo prioritário do Fundo Amazônia.

A Seind realizou várias consultas às comunidades e encaminhou termos de anuência por meio das organizações regionais para execução do projeto. A seleção das áreas e atividades prioritárias obedeceu às demandas recebidas e o potencial produtivo de cada região, além de levar em conta como prioridade, as regiões onde há iniciativas de sustentabilidade em andamento e que carecem de fomento.

Todas as instituições parceiras citadas no projeto foram consultadas por meio de reuniões do Comitê Gestor de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a Fundação Nacional do Índio (Funai) para a realização de ações conjuntas.

“Será a primeira vez que o Governo do Amazonas e os povos indígenas irão trabalhar a gestão territorial em terras indígenas, amparados por lei e atendendo aos anseios das comunidades indígenas”, destacou o secretário da Seind, Bonifácio José Baniwa. “Esperamos alcançar um modelo que possa ser aplicado às outras terras indígenas e com linhas de ações prioritárias, que foram apresentadas pelas próprias organizações e comunidades indígenas”, ressaltou.

O objetivo é reduzir as atividades exploratórias que levam à degradação dos recursos naturais, com investimentos no monitoramento da região e fortalecimento institucional das associações locais.

Sete componentes
O projeto está estruturado em sete componentes principais: Planos de Gestão Ambiental de Terras Indígenas; agricultura familiar sustentável; manejo sustentável de produtos florestais; desenvolvimento da produção e do comércio de artesanato indígena e das atividades de pesca manejada e aquicultura; fortalecimento institucional da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas do Amazonas (Seind), única secretaria de Estado no Brasil dedicada exclusivamente aos interesses dos povos indígenas. 

Artesanato indígena também faz parte dos componentes do projeto. Foto: Isaac Júnior (Ascom/Seind)

Historicamente, as Terras Indígenas detêm um dos menores índices de desmatamento entre as diversas categorias de áreas protegidas. Ainda assim, é crescente a pressão sobre os recursos naturais dessas áreas, que se acentua naquelas regiões que fazem fronteira com grandes estradas e rios de maior circulação.

O projeto prevê a implantação de dois planos de gestão ambiental e de duas bases de monitoramento; o desenvolvimento de 28 projetos de agricultura familiar sustentável e de atividades de pesca manejada e aquicultura; o estímulo ao artesanato indígena, com a construção de cinco centros de produção e armazenamento nas aldeias e de três centros de comercialização; e a capacitação de 2.420 indígenas nos temas relacionados ao projeto.

Fundo Amazônia
Criado em 2008, o Fundo Amazônia já possui 92 projetos em carteira, totalizando R$ 1,5 bilhão. Desse total, 45 projetos, no valor de R$ 628 milhões, já estão contratados. O Fundo capta doações destinadas a investimentos não reembolsáveis em prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e ações de conservação e uso sustentável das florestas no bioma amazônico. O governo da Noruega, o banco de desenvolvimento alemão KfW e a Petrobras já destinaram recursos ao Fundo Amazônia.

Obs.: com informações do BNDES e da Seind

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Parceria entre Seind e Polícia Civil possibilita devolução de mercadoria furtada a indígena


Gerente na Seind, Adail Munduruku entrega mercadorias a Salomão Tikuna. Fotos: Isaac Júnior (Ascom/Seind)


Fruto de uma ação conjunta entre a Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) e a Polícia Civil do Estado do Amazonas, o tikuna Salomão Souza da Silva, de 43 anos, teve parte do artesanato que foi furtado dele no Porto de Manaus recuperada. De um total estimado em R$ 22 mil em mercadorias, aproximadamente um quarto do material foi devolvido ao indígena, na última sexta-feira (dia 24).

Entre os produtos recuperados estão máscaras, chocalhos, bonecos e redes de tucum, trazidos da comunidade Bom Caminho, em Benjamin Constant (a 1.116 quilômetros de Manaus).

O furto ocorreu no fim do ano passado, assim que Salomão chegou à capital amazonense em um barco de linha, vindo do alto rio Solimões.  A recuperação de parte da mercadoria foi realizada por um grupo de policiais do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), com sede no bairro Praça 14 de Janeiro, na Zona Sul da cidade.

“A participação da Seind foi importante no sentido de fazer a intermediação entre a polícia e o indígena, o que reforça a relação de transversalidade que o órgão mantém com a Secretaria de Segurança Pública (SSP/AM)”, destacou o secretário executivo de Gestão e Planejamento da Seind, José Mário Mura, em referência ao trabalho que é desenvolvido pelas duas instituições dentro da câmara técnica “Qualidade de Vida dos Povos e Comunidades Indígenas do Amazonas”, do Comitê Gestor de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a Fundação Nacional do Índio (Funai).
Parte dos produtos que foram recuperados

Benefícios
As peças artesanais geram benefícios diretos a cinco famílias tikuna de Bom Caminho e, apesar dos desfalques, 334 itens foram entregues e encaminhados para exposição na Galeria Amazônica, no Largo São Sebastião, no Centro de Manaus.



          MATERIAL RECUPERADO
Material/Artesanato
Quantidade
Tambores artesanais
         116
Maracá
87
Máscaras artesanais diversas
48
Máscaras
31
Chocalhos artesanais
18
Minimáscaras
16
Bonecos pequenos de tuturi
14
Rede de tucum
01
Cesto artesanal grande
01
Máscara quebrada de mologo
01
Máscara de onça grande
01
Total
        334
Fonte: Seind/Polícia Civil