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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Produtos indígenas são destaques nos três primeiros dias de Expoagro em Manaus


Produtos aromatizantes também chamam a atenção nos estandes indígenas

Por: Isaac Júnior

A grande quantidade e, principalmente, a variedade somada à qualidade dos produtos expostos pelas organizações indígenas estão entre os destaques dos três primeiros dias da 38ª Expoagro. A procura por colares, brincos, flauta e tipiti tem atraído muita gente para a área do seringal do Parque de Exposições Dr. Eurípedes Ferreira Lins e já supera as expectativas em relação ao mesmo período do ano passado, quando os indígenas também participaram da feira, com apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind).

Até o próximo domingo (4), quando a Expoagro de 2011 chega ao fim, as 16 organizações esperam alcançar um faturamento que possibilite que cada uma dê sequência ao trabalho que hoje é feito nas comunidades indígenas, principalmente nessa época do ano.

Organizações como a Ianhã-Bé, do Tarumã-Açu, Zona Rural de Manaus, começam a ter resultado na feira. Dezesseis famílias são beneficiadas com a venda de produtos como flecha, flauta e luva de tucandeira, com preços que variam entre 3 e 20 reais.
Alianças idígenas são as mais procuradas pelos mais jovens

Expositora assídua da Expoagro e em eventos semelhantes em todo o Estado do Amazonas, Maria do Carmo Sateré reconhece que a presença dos indígenas no evento vai além da questão de reconhecimento pelo espaço conquistado. É uma forma de subsistência para as famílias, principalmente em época de vazante. “Está tudo seco e não temos como pescar ou caçar, por isso convido a todos a virem conhecer o nosso trabalho”, disse. “Tudo o que a gente ganha é repartido com os parentes”, completou, em referência à forma de tratamento pessoal que é utilizado pelos indígenas. 
Estande de Maria do Carmo Sateré tem do brinco à luva de tucandeira

Um pouco mais à frente do estande de dona Maria do Carmo está o de Luís Sateré e Daniel Tariano. No local podem ser encontrados, sementes de guaraná inserida em quase todos os produtos. “Fica mais bonito e valoriza mais um brinco, um colar e até uma bolsa”, explicou Luís. “Todo mundo que passa gosta e leva”, acrescentou Daniel.

Daniel Tariano e Luís Sateré expõem no estande da organização Waikiru

Música
Quem chega à área destinada aos indígenas na Expoagro, logo ouve um som familiar que normalmente é conferido em eventos de Boi-Bumbá. Trata-se do charango. O instrumento se transforma nas mãos do músico José Tikuna. Ele não cobra pela “palhinha”, mas faz questão de se apresentar em frente à banca onde expõe artesanatos para atrair o maior número de visitantes. “A gente procura agradar a todos”, brincou José. Mais conhecido como Zé, ele toca flauta indígena para visitante ver.
José Tikuna (à direita) é músico e artesão de mão cheia

E por falar em música, na próxima sexta-feira (2) está prevista a apresentação da cantora Djuena Tikuna. O horário ainda vai ser definido pela Seind.

Comida
Enquanto passeia pela feira, o visitante tem a opção de fugir um pouco da rotina e em termos de comida. Uma boa opção é a barraca da dona Francisca e de Regina Vilácio Sateré. As duas servem café com tapioca, banana assada, farofa de carne, caldeirada de peixe e sucos naturais. Os preços estão bem atrativos. “A gente procura fazer aquilo qu cabe no gosto e no bolso do cliente”, brincou Regina, enquanto preparava a tapioquinha encomendada pela turma da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS).  
Regina Vilacio (primeiro plano) e dona Francisca são as 'donas' da cozinha indígena na feira e estão com o cardápio na palma das mãos

Inclusão Social 
A 38ª Expoagro é organizada pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror). Ao participar da feira, a Seind trabalha na promoção da inclusão social, geração de renda, valorização do patrimônio cultural, sustentabilidade ambiental e viabilidade econômica dos povos indígenas no estado.
Servidor da Seind, Deníziu Tikuna coordena a presença dos indígenas na Expoagro



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