João Fortes (ao centro) e Marcelo Parente entregaram abaixo assinado na manhã desta quinta a Deníziu Tikuna (à esquerda), da Seind |
Por: Isaac Júnior
Um abaixo assinado com mais de 450 assinaturas foi entregue nesta quinta-feira (24), na Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), por representantes da Organização Indígena de Belém do Solimões (OIABS). Eles solicitam apoio do Governo do Amazonas na intervenção junto à empresa Amazonas Energia, para que o processo de expansão da rede elétrica, prevista pelo programa Luz para Todos, do Governo Federal, possa finalmente chegar a quatro comunidades daquela região de Tabatinga (a 1.105 quilômetros de Manaus).
O requerimento com a lista de assinaturas foi recebido pelo Departamento de Promoção dos Direitos Indígenas da Seind (Depi) e será apresentado à Amazonas Energia.
Cansados de esperar pelo início das obras da quinta etapa dessa expansão, os próprios indígenas foram à luta e abriram o ramal por onde o sistema irá passar para que a energia chegue às aldeias de Porto Bom Socorro, Barreirinha, Palmares e Bananal, onde vivem famílias dos povos tinkuna e kokama.
O trabalho durou três meses. Nove quilômetros de percurso foram abertos, com 20 metros de largura, entre Belém do Solimões e Palmares, segundo o cacique Marcelo Parente Tawana. “Trabalhamos duas vezes por semana, inclusive com a participação de professores e estudantes, que tinham a atividade como parte das tarefas da escola municipal Frei Fidélis”, explicou Marcelo.
De acordo com o assessor parlamentar João Fortes Tikuna, três empresas estão na briga para expandir a rede, mas não há nenhuma previsão de início da obra. Na avaliação dele, a falta de energia elétrica tem atrapalhado o crescimento das comunidades, inclusive na área da comunicação com outras comunidades e a cidade de Manaus. “Sem luz não podemos ter eletrodomésticos, nem acesso a computador”, reclamou.
Prazo
O Luz para Todos foi lançado em 2003 pelo Governo Federal com objetivo de levar energia elétrica a mais de 10 milhões de pessoas do meio rural, principalmente às localidades com menor Índice de Desenvolvimento Humano e para famílias de baixa renda. A conclusão estava prevista para 2010, mas de acordo com o próprio site do programa, houve a necessidade de uma prorrogação para que algumas obras contratadas sejam realizadas ainda em 2011.
Esporte x Drogas
Além da luz e dos benefícios que ela traz para as populações, os indígenas do Alto Solimões travam uma luta diária para minimizar os problemas provocados pelo consumo de álcool e drogas em Belém do Solimões. Nesse sentido, eles já trabalham na organização da 2ª. Copa Olímpica Indígena, prevista para o início de fevereiro naquela localidade. “Nossa meta é reunir jovens indígenas de aldeias como Campo Alegre, Vendaval, Lago do Uruá, Bananal, Palmares e outras”, informou João Fortes.
Futebol está entre as modalidade que vão ser disputadas na Copa Olímpica Indígena. Foto: Rafael Costódio (Seind) |
è muito bom sabermos que estão lutando em Manaus na questão da energia daqui da nossa região. Realmente estamos sofrendo muito é necessário que aconteça esta expansão da energia para o desenvolvimento das comunidades.
ResponderExcluirQuero informar que atualmente passamos por um problema com o motor de luz, não estamos tendo energia o dia todo. No momento em que escrevo corro o risco da energia acabar e não conseguir enviar este comentário.
Muito obrigado por lutar pela gente!
Tivemos a alegria da presença de Rafael Costódio aqui em Belém. Ele realizou reuniões com o povo e sentou também com a coordenação das 2ª Olimpíadas Indígenas que realizaremos entre os dias 27 de abril à 1º de maio. O Projeto deste evento já foi encaminhado para a SEIND via e-mail. Contamos com a ajuda financeira e presencial de fato deste organismo .
ResponderExcluirMuito obrigado. Deus lhes abençoe!