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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Seind apresenta panorama sobre atividades turísticas em terras indígenas durante workshop


Sec. Bonifácio José fez uma explanação sobre a atual situação de turismo em terras indígenas. Fotos: Isaac Júnior
Um panorama das atividades turísticas realizadas em terras e comunidades indígenas do estado foi apresentado nesta sexta-feira (4) pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), durante o 1º Workshop de Turismo de Base Comunitária no Amazonas, Protagonismo das Populações Tradicionais e Povos Indígenas. O evento reuniu acadêmicos, professores, profissionais de turismo e técnicos de varias instituições governamentais no Auditório da Escola Superior de Tecnologia, da Universidade do Estado do Amazonas (EST/UEA).

Em pouco mais de meia hora, o titular da Seind, Bonifácio José, fez um mapeamento do que é realizado e do que ainda precisa ser feito em termos de projetos e políticas públicas para o turismo em terras indígenas. Ele destacou a importância de um maior envolvimento das instituições de ensino e pesquisa no processo. “Quando a comunidade quer, ela reivindica e o governo entra para dar o suporte”, explicou. “Essa é a politica de etnodesenvolvimento, em que o indígena tem que se manifestar e discutir para que o governo entre com técnicos e assessoramento jurídico na elaboração dessas ações”, definiu o secretário.  

Entre as principais soluções e encaminhamentos para melhorias no turismo em terras indígenas, segundo o secretário, destacam-se a sensibilização da própria população indígena, os convênios entre governo e organizações indígenas, as parcerias com as comunidades e a formação da mão de obra indígena.

Bonifácio reconheceu as dificuldades, mas lembrou que elas podem ser reduzidas após a instalação do Comitê Gestor de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a Fundação Nacional do Índio (Funai), no último mês de julho. “Sem a Funai, não dá para avançar, pois é ela que dá a canetada”, observou.

O workshop foi organizado durante dois dias pelo grupo de pesquisa “Desenvolvimento Socioambiental e Turismo na Amazônia”, da UEA e patrocinado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam.). O objetivo é fomentar o conhecimento e a criação de novas oportunidades de trabalho e renda no estado.

Proteção e fiscalização
Várias comunidades indígenas já trabalham com o turismo no estado. É o caso de Rio Marmelo, em Humaitá, do povo Tenharín; da Cunhã Sapucaia, dos Mura, em Borba; dos Sateré-Mawé e Inhã-Bé, em Manacapuru e no Tarumã Açu (Manaus); dos povos Desana e Tupé, em Manaus; dos Tukano, em Santa Maria (Manaus); e de outros, das comunidades Beija Flor, em Rio Preto da Eva.

Com apoio da Amazonastur e da própria organização indígena, o projeto de Ecoturismo trabalhado pelos Tenharín na Rio Marmelo, por exemplo, tem a concepção de proteger, fiscalizar as terras, preservar e conservar a natureza, além de valorizar a cultura e o aumento de renda e geração de trabalho. Para isso, eles contam com a autorização do Ministério da Justiça e da Fundação Nacional do Índio (Funai) para desenvolver esse a atividade.


Em fase de construção
Também estão em fase de construção e elaboração, projetos para os povos Parintintins (Humaitá), Tikuna (Tabatinga), Javary (Atalaia do Norte), Bniwa (Barcelos) e Baré/Tukano, do Alto Rio Negro (São Gabriel da Cachoeira). “Estamos orientados pelo Programa Amazonas Indígena a trabalhar e melhorar o que foi realizado até aqui, porque no entendimento do governo, precisamos amadurecer cada vez mais no sentido de transformar a questão do turismo em políticas publicas, em  projeto de lei”, justificou Bonifácio José.

Oficina participativa
Os indígenas têm participado de várias oficinas oferecidas pelo Governo do Amazonas, dentro das próprias comunidades, para se interar sobre turismo. É por meio dessas atividades que eles fazem o diagnóstico, planejam as ações, socializam os fundamentos do turismo e do ecoturismo, identificam os componentes do produto turístico e mapeiam os clientes (turistas).

Tipos
Entre os tipos de turismo reconhecidos pelos indígenas estão turismo cultural, o sustentável, o turismo de massa, ecológico, convencional, comunitário, de pesca e urbano. As atividades realizadas vão desde a caminhada por trilhas à participação em danças, atividades esportivas, pescaria, caça e confecção de artesanato.

Como serviços prestados aos turistas, são oferecidos guias turísticos, transporte, hospedagem e infra-estrutura básica necessária. “Além da geração de renda, o turismo possibilita a valorização e a revitalização da cultura, e valorização da mão-de-obra indígena”, finalizou Bonifácio José.

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