Deníziu Tikuna, da Seind, fala com lideranças durante reunião que definiu a presença dos indígenas na Expoagro/2012. Fotos: Divulgação/Seind |
Aproximadamente 15 organizações indígenas
confirmaram presença na 39ª Exposição Agropecuária do Amazonas, que começa no
próximo sábado (24), no Parque de Exposições Eurípedes Lins, na Estrada
Torquato Tapajós em Manaus. A participação dessas entidades no evento foi
definida nesta segunda-feira (19), durante reunião realizada na Secretaria de
Estado para os Povos Indígenas (Seind), entre as próprias lideranças indígenas
e integrantes da Coordenação de Promoção Cultural, Esporte e Lazer do órgão.
A exemplo de 2011, os indígenas terão um espaço
cedido pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Produção
Rural (Sepror), na área conhecida como seringal. O local terá uma maloca grande
para a comercialização dos produtos de artesanato e outra menor, onde o público
será brindado com shows dos artistas indígenas.
“A Seind apoia mais uma vez a participação indígena
na Expoagro e vai ajudar as organizações na limpeza e recuperação do espaço,
onde vão estar as malocas e as barracas de comidas típicas”, informou o titular
da pasta, Bonifácio José Baniwa.
A ação de apoio faz parte do plano de trabalho da
câmara técnica “Promoção dos Direitos Socioculturais dos Povos Indígenas”, do
Comitê de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a Fundação Nacional
do Índio (Funai).
Entre as entidades que confirmaram presença na
Expoagro/2012 estão a Associação Poterikaã-Numia (APN/Manaus), União das
Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (Umiab), Associação Comunitária
Wotchimaücü (ACW), Associação das Mulheres Indígenas Sateré-Mawé (Amism) e a Organização
de Mulheres Indígenas Sateré-Mawé de Manaus (Omism/Watyamã), representadas
pelas tucandeiras.
Lideranças expuseram os motivos e esperam que público prestigie mais uma vez a participação indígena no evento |
Geração
de renda
A participação indígena na 39ª Expoagro
busca promover a inclusão social dos
membros participantes, geração de renda, valorização do
patrimônio cultural material e imaterial indígena e o intercâmbio cultural com
a sociedade amazonense. E é pensando nisso que indígenas como o artista José
Tikuna preparou algumas novidades que, segundo ele, deverá chamar a atenção do
público e fazer a diferença. “Vou levar muito artesanato e já estou preparando
o ritual da pajelança e cantos indígenas para atrair o visitante ao nosso
espaço”, disse José Tikuna.
Vitrine
Outro que espera ansioso pela
abertura dos trabalhos na Espoagro é Valdivino Marinho, 38, da Associação
Kokama Indígena de Manaus (Akim). De acordo com ele, o evento é uma vitrine
para o artesanato indígena, que dificilmente deixa de garantir um rendimento aos
expositores neste fim de ano. “A maioria de nós vive do ramo e aposta nessa
feira para tirar o ganho do nosso Natal”, ressaltou o kokama.
Além de fazer bons negócios, os expositores esperam divulgar a diversidade cultural indígena |
Valorização
No
ano passado, as associações tiveram um faturamento de R$ 11,7 mil, com vendas
de artesanato, produtos de madeira esculpida, alimentos e bebidas tradicionais.
Aproximadamente cinco mil pessoas foram beneficiadas indiretamente com a ação e
cerca de mil pessoas (por dia) visitaram a área indígena da feira, segundo
registro em livro feito pela própria Seind.
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