Presidente da Aucimi, Lucemir Batata (à esquerda) entrega estatuto à técnica da Seind Rosa dos Anjos. Fotos: Divulgação/Seind |
Em mais uma iniciativa que visa fomentar o
etnodesenvolvimento e levar ações transversais conjuntas a 64 povos indígenas, o
Governo do Amazonas começou a prestar assessoria técnica à Associação da União
das Comunidades e Aldeias Indígenas de Manacapuru e Iranduba (Aucimi), que foi
criada na última sexta-feira (23), com o objetivo de articular o
ecodesenvolvimento sustentável e a revitalização da cultura nas comunidades
localizadas nos dois municípios. A diretoria da Aucimi foi recebida no início
desta semana por técnicos da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas
(Seind) para agilizar a regulamentação do estatuto da nova entidade.
A assembleia que criou a mais nova organização
indígena do Estado do Amazonas foi realizada na aldeia Sahu-Apé, localizada no
quilômetro 37 da Rodovia Manoel Urbano (que liga Manaus a Manacapuru), com a
participação de aproximadamente 40 lideranças indígenas de oito comunidades. O
evento fechou a semana de trabalhos que começaram no dia 19, quando os
indígenas receberam o curso de associativismo executado pela própria Seind. “A pedido das próprias comunidades, concluímos a
primeira etapa e agora partimos para esta nova fase, que é de apoio jurídico,
com análise do estatuto, e apoio técnico para registro do documento em
cartório, com vistas à regularização da entidade”, informou o coordenador de
Programas e Projetos da Seind, Zuza Cavalcante, que é indígena do povo
Mayoruna.
Detalhe da Aldeia de Sahu-Apé, onde a assembleia foi realizada |
As duas atividades em Sahu-Apé fazem parte do cronograma
que tem sido cumprido pelo Governo do Amazonas este ano, em resposta às
condicionantes ambientais indígenas para atendimento ao Programa de Compensação
e Mitigação dos Impactos Ambientais da Ponte Rio Negro.
A ação é da câmara técnica “Melhoria da Qualidade de
Vida dos Povos e Comunidades Indígenas”, do Comitê Gestor de Atuação Integrada
entre o Governo do Amazonas e a Fundação Nacional do Índio (Funai), e beneficia
mais de 200 indígenas dos povos
Tikuna, Apurinã, Sateré-Mawé e Kambeba, de comunidades como São Francisco do Guiribé, São Francisco do
Patauá, Fortaleza do Patauá e Jatuarana, em Manacapuru; e Sahu-Apé, de Iranduba
(a 25 quilômetros de Manaus).
Diretoria
A primeira coordenação da Aucimi tem como
presidente, o indígena sateré-mawé Lucemir da Silva Freitas, atual coordenador
de articulação da Associação Indígena
Sahu-Apé (Aisa). O vice é Ozemar Kambeba, da comunidade de
Tururukari-Uka, localizada no quilômetro 47 da Rodovia Manoel Urbano (que liga
Manaus a Manacapuru). Ambos têm como secretário, Felipe dos Santos Cruz Kambeba,
e como tesoureiro, Renato Kambeba, ambos de Tururukari-Uka.
O mandato é de quatro anos e a sede da entidade deverá
funcionar em Manacapuru. “O local ainda vai ser definido, mas estamos firmes na
luta para fazer com que benefícios cheguem às nossas comunidades”, disse
Lucemir Freitas, mais conhecido como Lucemir Batata.
Próxima
ação
O cronograma de atividades prossegue em dezembro, na
comunidade São Francisco do Guiribé (Manacapuru), com o Curso de Gestão
Administrativa e Financeira e a participação de 15 indígenas. “Vamos aproveitar
esse curso para articular, com as comunidades, os projetos que deveremos fazer
em parceria com a Seind”, informou o presidente da Aucimi.
Lucemir vai ouvir comunidades para que projetos sejam criados |
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