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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Seminário discute melhorias para educação superior no Estado


Seminário começou nesta quinta-feira, com boa participação dos envolvidos na causa indígena. Fotos: Isaac Júnior (Ascom/Seind)

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), realiza até esta sexta-feira, 1º de novembro, o primeiro seminário “Novos Caminhos para Consolidar as Políticas Afirmativas dos Povos Indígenas do Amazonas”, para discutir melhorias na questão da educação superior dos indígenas do Estado e a inclusão desses profissionais no mercado de trabalho.

Desde 2005, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) oferece cota para indígenas ingressarem na instituição, em 46 cursos disponíveis. Até 2013, 89 indígenas já foram formados pela universidade em diversas áreas como medicina, enfermagem, direito, administração. Outros 210 foram graduados em licenciatura na região do Alto Solimões e em 2014 outros 586 alunos vão se graduar em pedagogia.

Este ano a universidade tem 963 indígenas inscritos para o vestibular, que vão concorrer a 146 vagas e outros 19 pelo Sistema Integrado Seriado (SIS). O reitor da UEA, Cleinaldo Costa, destacou os avanços alcançados nos últimos anos e os planos de expansão do ensino indígena. “Nosso objetivo é ampliar a formação dos nossos egressos. Para 2015 pretendemos aumentar as parcerias para os cursos de especialização”.
Acadêmicos e ex-acadêmicos participam ativamente das discussões. Fotos: Aldizângela Brito (Ascom/Seind)

De acordo com o titular da Seind, Bonifácio José Baniwa, o objetivo do encontro é ouvir estudantes, profissionais formados, antropólogos e pessoas envolvidas na questão indígena, para que essas políticas sejam melhoradas. O secretário destacou que, entre os temas que devem ser discutido estão a questão das cotas e auxílio aos indígenas que saem das aldeias para estudar na cidade.

“Esse é um desafio dentro da universidade e do governo. Porque, em alguns casos, os alunos conseguem entrar na universidade, mas não concluem por conta de dificuldade em estar aqui na cidade. Queremos ouvir os estudantes e discutir o que pode ser melhorado nessa e  em outras questões”.

Outra questão que será debatida trata do aproveitamento desses profissionais, pelas organizações que cuidam das questões indígenas. Para o antropólogo e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Ademir Ramos, esse é um dos maiores desafios que devem ser enfrentados. Ele também destaca que é necessário que o ensino voltado aos povos indígenas seja adequado a sua realidade. “É preciso que a comunidade tenha controle do indígena que vem para a cidade. Porque muitos vêm e não voltam e é necessário que o ensino não seja voltado para a realidade deles”.

Linda Marubo se formou em 2010 pela UEA em administração pública e se especializou em planejamento governamental. Ela, que nasceu na região do Vale do Javari, entre os municípios de Atalaia do Norte e Tabatinga, afirmou que a universidade precisa oferecer acompanhamento especial aos estudantes indígenas, principalmente no campo psicológico, por conta das diferenças encontradas pelos alunos, ao ingressarem no meio acadêmico.
Linda Marubo chegou a se emocionar ao lembrar de 'vida dura' durante a graduação

Texto: Agência de Comunicação Social do Governo do Amazonas (Agecom)

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