Seminário começou nesta quinta-feira, com boa participação dos envolvidos na causa indígena. Fotos: Isaac Júnior (Ascom/Seind) |
O
Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas
(Seind), realiza até esta sexta-feira, 1º de novembro, o primeiro seminário
“Novos Caminhos para Consolidar as Políticas Afirmativas dos Povos Indígenas do
Amazonas”, para discutir melhorias na questão da educação superior dos
indígenas do Estado e a inclusão desses profissionais no mercado de trabalho.
Desde
2005, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) oferece cota para indígenas
ingressarem na instituição, em 46 cursos disponíveis. Até 2013, 89 indígenas já
foram formados pela universidade em diversas áreas como medicina, enfermagem,
direito, administração. Outros 210 foram graduados em licenciatura na região do
Alto Solimões e em 2014 outros 586 alunos vão se graduar em pedagogia.
Este
ano a universidade tem 963 indígenas inscritos para o vestibular, que vão
concorrer a 146 vagas e outros 19 pelo Sistema Integrado Seriado (SIS). O
reitor da UEA, Cleinaldo Costa, destacou os avanços alcançados nos últimos anos
e os planos de expansão do ensino indígena. “Nosso objetivo é ampliar a
formação dos nossos egressos. Para 2015 pretendemos aumentar as parcerias para
os cursos de especialização”.
Acadêmicos e ex-acadêmicos participam ativamente das discussões. Fotos: Aldizângela Brito (Ascom/Seind) |
De
acordo com o titular da Seind, Bonifácio José Baniwa, o objetivo do encontro é
ouvir estudantes, profissionais formados, antropólogos e pessoas envolvidas na
questão indígena, para que essas políticas sejam melhoradas. O secretário
destacou que, entre os temas que devem ser discutido estão a questão das cotas
e auxílio aos indígenas que saem das aldeias para estudar na cidade.
“Esse
é um desafio dentro da universidade e do governo. Porque, em alguns casos, os
alunos conseguem entrar na universidade, mas não concluem por conta de
dificuldade em estar aqui na cidade. Queremos ouvir os estudantes e discutir o
que pode ser melhorado nessa e em outras
questões”.
Outra
questão que será debatida trata do aproveitamento desses profissionais, pelas
organizações que cuidam das questões indígenas. Para o antropólogo e professor
da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Ademir Ramos, esse é um dos maiores
desafios que devem ser enfrentados. Ele também destaca que é necessário que o
ensino voltado aos povos indígenas seja adequado a sua realidade. “É preciso
que a comunidade tenha controle do indígena que vem para a cidade. Porque
muitos vêm e não voltam e é necessário que o ensino não seja voltado para a
realidade deles”.
Linda
Marubo se formou em 2010 pela UEA em administração pública e se especializou em
planejamento governamental. Ela, que nasceu na região do Vale do Javari, entre
os municípios de Atalaia do Norte e Tabatinga, afirmou que a universidade
precisa oferecer acompanhamento especial aos estudantes indígenas,
principalmente no campo psicológico, por conta das diferenças encontradas pelos
alunos, ao ingressarem no meio acadêmico.
Linda Marubo chegou a se emocionar ao lembrar de 'vida dura' durante a graduação |
Texto:
Agência de Comunicação Social do Governo do Amazonas (Agecom)
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